Cultura

Eneida Marta e Justino Delgado animam espectáculo em Luanda

Analtino Santos e Maria Hengo

As actuações de Eneida Marta e Justino Delgado, as homenagens às Padidas de Bambaran e a degustação de pratos da gastronomia guineense marcaram o encerramento das comemorações dos 50 anos da proclamação da Independência Nacional da Guiné-Bissau, numa cerimónia realizada domingo, no Museu de História Militar, em Luanda.

26/09/2023  Última atualização 09H30
Justino Delgado e Eneida Marta cantaram na Fortaleza © Fotografia por: Vigas da Purificação| Edições Novembro

A proposta do corpo diplomático e dos membros da comunidade residentes em Angola foi da realização de um evento onde a riqueza cultural da Pátria de Amílcar Cabral ficasse marcada. As ofertas dos panu di pinti (pano de pente) e o bambaram foram as provas confirmadas assim como os principais sucessos de Eneida Marta e Justino Delgado.

Testemunharam a cerimónia o anfitrião, Apolinário Mendes de Carvalho, Embaixador da República da Guiné Bissau, Francisco Furtado, ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, Filipe Zau, ministro da Cultura e Turismo, Domingos Vieira Lopes, secretário de Estado para as Comunidades, membros do corpo diplomático, guineenses e convidados.

Apolinário Mendes de Carvalho realçou os laços de amizade e irmandade entre os dois povos e o simbolismo das actividades culturais nesta jornada e recorreu a um termo angolano "vamos fazer uma festa rija” para o momento cultural que foi preparado.

Do lado angolano, Francisco Furtado felicitou os guineenses de todo o mundo em especial aqueles que optaram por adoptar o nosso país.

Clássicos musicais

José Carlos Schwartz, o pai da música moderna da Guiné-Bissau, esteve presente nas vozes dos artistas convidados em "Midje di Panu Preto” na voz de Eneida Marta e "Si bu sta Dianti da luta” interpretada por Justino Delgado, tema que serviu de trilha sonora para o corte de bolo.

A Banda Maravilha saiu da sua zona de conforto para acompanhar os músicos guineenses, coube à jornalista Mara Dalva uma prova dos frutos do amor entre guineense e angolanos como mestre de cerimónia, apresentar Eneida Marta, a primeira a subir ao palco.

A diva da música guineense explorou temas do mais recente álbum "Family” dentre eles a interventiva "Allan Guiné” e "Boca D’aluguer”. Uma das músicas que marca a carreira, que é "Midje doce mel” encantou e embalou os presentes, e no curto reportório apresentado teve espaço para "Midje di panu Preto” de José Carlos Schwartz, que está para os guineenses como "Mutudi Ua ufolo”, de David Zé, está para os angolanos.

O rei do Gumbé, Justino Delgado, músico de muita popularidade no seio da comunidade, também foi ao processo criativo de José Carlos Schwartz e trouxe o espírito da fase alta da música de intervenção guineense em "Si Bu sta dianti da Luta”. Depois mostrou o seu lado de reconciliador em "Markas do tempo” música que apelava o fim dos conflitos que assolavam o seu país e na parte final mexeu com os compatriotas, mas não em temas como "Fidju na da fuga”, "Casamenti di aos” e "Nha Fiança” que o consagraram como um artista de referência.

Nhãs de Angola

Nhã é um termo que significa senhora e Padiba di Dus Mama "mulher com dois seios”, um para amamentar o filho biológico e outro para quem necessitar, por isso foram consideradas anciãs da comunidade e "Padita Di Dus Mama” Edelzita dos Reis Veigas "Tia Zita”, Hermínia Lopes Moreira, Maria Auzenda Barreto, Mariana da Costa Ribeiro Burity e Maria Barbosa, enquanto Fátima Delgado Van-Dúnen foi considerada "Padiba di Banbaram Garanti”.

Todas com mais de cinquenta anos de Angola, frutos dos relacionamentos com angolanos têm filhos angolanos e algumas com dupla cidadania, mas em comum dividem as duas culturas.

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