Economia

Empresas vão aumentar a produção de sal

Arão Martins / Benguela

Jornalista

A expansão da rede eléctrica pública que atingiu, recentemente, pela primeira vez, a cidade do Sal, na Baía Farta, Benguela, vai contribuir e dinamizar no aumento dos níveis de produção e baixar o preço do produto.

16/03/2023  Última atualização 09H25
© Fotografia por: Arão Martins /Benguela

O reconhecimento foi manifestado pela administradora do Grupo Adérito Areias, Tânia Areias, uma das empresas de referência de produção do sal, na província de Benguela,

Tânia Areias, afirmou que o ganho vai permitir economizar mais de 5 mil litros de gasóleo por dia.

A responsável, que falava ao JA à margem da visita dos embaixadores africanos acreditados em Angola, informou que as Salinas Calomobolo, do Grupo Adérito Areias, tinham um gasto muito alto com o uso de combustível.

A responsável disse que a expansão da rede eléctrica pública nas salinas tem um impacto positivo. Acrescentou que as Salinas Calombolo são constituídas por três unidades, as quais  produzem mais de 200 mil toneladas de sal por ano, embora funcionem com geradores. 

Com mais de 600 trabalhadores efectivos, a meta das Salinas Calombolo, adiantou a administradora, é atingir mais de 250 mil toneladas de sal, algo que fica mais fácil com o acesso à rede de energia pública de electricidade. Assim, a produção vai aumentar. A administradora reconheceu que, com a nova realidade, se abrem boas perspectivas.

Actualmente, o grupo está a explorar mais de 200 hectares, e a meta é chegar aos mil. "A falta de energia da rede pública era um dos constrangimentos e a sua expansão, agora, vai contribuir na redução dos custos e terá reflexos positivos no aumento dos níveis de produção”, disse.

A energia, assegurou, já é funcional. Já foram instalados os Postos de Transformação (PT) e decorrem apenas as ligações finais para alimentar toda área.

Tânia Areias esclareceu que existe um processo de expansão e as unidades, em fase de enchimentos, vão contribuir no aumento dos níveis de produção. Esclareceu que a rede pública já chegou à zona, mas as linhas de produção vão precisar de mais algum tempo para colher  os efeitos. Nessa altura, os técnicos estão a terminar a fase de ligação.

Reconheceu que a linha eléctrica pública vai ter efeitos positivos.

 "Ainda não está, mas, vai surtir muito brevemente, porque está-se próximo, na medida em que já decorrem os trabalhos finais de ligação. Baixar o preço do produto é uma das mais-valias a serem atingidas, na medida em que, antes, a produção era feita, somente a geradores” disse.

"Nós consumimos mais de 5 mil litros de gasóleo por dia, porque toda energia utilizada era de gerador”, reconheceu, garantindo que a rede eléctrica pública já está a funcionar.

Mercado interno já atingiu a auto-suficiência

Para 2023, o grupo pretende atingir mais de 250 mil toneladas. Reconheceu que a nível do consumo interno o país já é auto-suficiente podendo já se exportar.

"Já conseguimos, também, abastecer as petrolíferas e o mercado da indústria angolana, principalmente produtiva de Benguela, que tem maior amplitude e, neste momento, já faz este suporte”, enalteceu.

Defendeu que, com os ganhos já conseguidos, torna-se imperioso continuar a apostar na exportação, na qualidade, na embalagem própria para a exportação para proporcionar mais-valia para o país.

A responsável reconheceu que há alguns anos tinha alguns constrangimentos com o sal que era importado e já algum tempo, por causa da medida de proibição absoluta da importação de sal ao país tem dado muita vantagem aos produtores.

"Graças a essas medidas, nós conseguimos investir e colocar o nosso produto nos quatro cantos de Angola e, actualmente, já estamos em condições de exportar, graças a essa medida da proibição”, enalteceu, afirmando, "já não temos problemas neste momento com o sal importado, porque todos os grandes importadores que existiam, hoje estão a recorrer aos nossos serviços e ao nosso sal que nós produzimos para eles próprios também transformarem aqui no país”.

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