Economia

Empresários brasileiros do Agro visitam Malanje

Venâncio Victor | Malanje

Jornalista

O Brasil está a trabalhar com Angola na aceleração dos processos de transferência de conhecimentos e tecnologia de modo a contribuir para o desenvolvimento do sector da Agricultura nacional.

11/04/2024  Última atualização 11H45
Comitiva de catorze integrantes visitou projectos agro-industriais instalados no Luquembo e Cacuso © Fotografia por: Venâncio Victor| Edições Novembro
Este dado foi avançado, terça-feira, em Malanje, pelo secretário Executivo-Adjunto do ministério da Agricultura do Brasil.

Cléber Soares chefia um grupo de empresários daquele país a Angola com o objectivo  de  avaliar o sistema produtivo nacional, sobretudo nas províncias de Luanda,  Malanje e Cuanza-Sul.

Segundo Cléber Soares, que falava no termo da visita à Fazenda Grãos de Esperança,  no município de Luquembo, adstrito ao  grupo empresarial Bonsae, na província de Malanje, está para breve a realização de encontros de trabalho com o Ministério da Agricultura,  AIPEX e com o Fundo Soberano e Desenvolvimento de Angola sobre estas matérias.

O governante brasileiro disse que o projecto já teve início desde a assinatura, no ano passado, do memorando de cooperação entre os dois países no domínio da Agricultura, por altura da última visita que o Presidente do Brasil, Luiz inácio Lula da Silva efectuou a Angola.

Explicou que, em Novembro, esteve a trabalhar em Angola uma equipa de técnicos do Brasil para a selecção de temas importantes para a cooperação técnica no domínio da Agricultura e Pecuária, a par da Empresa Pública do Brasil de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), que de igual modo já esteve em Angola para avaliar o sistema de produção.

Enquanto isso,  disse que o Brasil está a preparar o processo de transferência de material genético da referida empresa com uma experiência de 50 anos no mercado brasileiro, bem como também se pensa no envio de técnicos para  Angola, para a formação de profissionais do sector agrícola.

Segundo fez saber ainda Cléber Soares, o seu país está a receber pessoal para treinamento no Brasil,  não só na Embrapa,  como também nas universidades locais e outras instituições.

O Jornal de Angola apurou no local, que para a transferência do material genético de determinadas culturas, casos do milho, soja, arroz, só para citar estas, Angola deve rubricar o acordo internacional sobre a protecção do  cultivo de vegetais.

A Embrapa,  prosseguiu o secretário Executivo-Adjunto do Ministério da Agricultura do Brasil, contribuíu bastante para que aquele país fosse uma potência a nível da Agricultura.

A missão do grupo de empresários do governo brasileiro, que está em Angola desde a semana passada, tem, igualmente, o objectivo de avaliar os sistemas de produção,  trocas de experiências e apoio na transferência de conhecimentos e tecnologia.

A mesma foi integrada por 14 elementos dentre os quais, o PCA da Embrapa, do assessor para a cooperação internacional, que é o adido agrícola da Embaixada do Brasil em Angola, e mais outros dez empresários de diversos ramos da agricultura e pecuária brasileira, desde produtores,  fornecedores de fertilizantes, sementes e insumos, de empresários de indústrias, que fabricam equipamentos para abate de animais e de processamento da produção agrícola.

Indicadores são animadores

Durante a estada em Malanje, o consórcio de empresários do Brasil visitou empresas agro-pecuárias em Cacuso voltadas à produção de cereais e da cana-de-açúcar, bem como as unidades agro-pecuárias na região Songo,  mais concretamente em  Luquembo. Trata-se das fazendas Grãos de Esperança,  Planeta Verde e Marsiris,  com cerca de 28 mil hectares de arroz, a operar desde 2018.

Nestes operadores, receberam garantias, de que  a região tem um futuro promissor podendo transformar-se num grande celeiro na produção de arroz em Angola e atender a demanda do mercado nacional que  importa anualmente 600 mil toneladas de arroz com custos a rondar aos 300 milhões de dólares. Localizado a 258 quilómetros a Sul da cidade de Malanje,  a região de Songo conta com uma reserva fundiária de 250 mil hectares destinados ao cultivo de arroz.

O Executivo está apostado, fortemente, no processo de dinamização da cultura de arroz no país,  em particular no Luquembo, a par das culturas de soja, milho e trigo noutras regiões do território nacional, com objectivo de reduzir as importações destes produtos e contribuir para a auto-segurança alimentar dos angolanos.

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