Em Pequim, para assinatura do memorando de entendimento entre a empresa China National Chemical Engineering (CNCEC) e a Sonangol, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, conversou com o Jornal de Angola, à margem da realização do acordo que, segundo o responsável, representa um passo importante na estratégia gizada pelo Executivo para a autosuficiência em derivados de petróleo.
Nasceu na província de Malanje, cresceu em Luanda e considera-se uma pessoa “muito simples”. É a segunda filha de sete irmãos. Hariana Verás Victória, jornalista de 39 anos, é correspondente da Televisão Pública de Angola (TPA) nos Estados Unidos da América (EUA), onde vive há 17 anos.
É cada vez maior a preocupação dos países, das empresas e dos gestores com a manutenção das estruturas. Protege-las contra os agentes corrosivos, além de dar mais tempo de vida útil, também gera maiores poupanças financeiras com prazos alargados de manutenção. É com foco nesse segmento de mercado que o empresário Jefferson Tasca está em Luanda e já passou, nestes dias, por Cabinda, para a apresentação pública, amanhã, da “Tecnologia Anticorrosiva Rustless”, da empresa Rustless sedeada no Brasil, mas com representação nos Estados Unidos, Canadá, México, Turquia, Portugal e agora também em Angola.
O que faz a Rustless?
A "Rustless” é uma empresa internacional, com sede geral no Brasil, mas autónoma em cada um dos países onde está representada. A nossa área de actuação é proporcionar protecção anticorrosiva as estruturas metálicas. Até ao surgimento da nossa tecnologia, o que se tinha era proteger, por exemplo aqui, as pedonais com pinturas, basicamente. O que nós propomos é uma tecnologia desenvolvida e que é um anticorrosivo que distribui o potencial de electrões para as estruturas metálicas, porquanto a corrosão é a perda de electrões do metal para a atmosfera. O que fazemos é distribuir o potencial e tornar a estrutura resistente ao ambiente corrosivo. Com isso, proporcionamos as estruturas um potencial de resistência até então inexistente.
O que ganha o mercado com a entrada da "Tecnologia Anticorrosiva Rustless”?
Na realidade, ganha muito, incluindo tempo e dinheiro. Ao aumentarmos o tempo de vida útil da estrutura, reduzimos as fases e gastos com a manutenção, poupamos recursos para serem canalizados para outras obras e áreas prioritárias.
Isso não é nem substitui as pinturas habituais?
É verdade, como disse anteriormente, que muitas estruturas são protegidas por pinturas, mas esta é apenas uma solução mais de estética e ainda assim obriga a que sejam pintadas por várias vezes. Por exemplo, no caso das pedonais aqui no país, até para serem pintadas elas obrigam ao fecho de vias de circulação de pessoas, carros e outros bens, o que causa enormes embaraços. A "Rustless” poupa também nesse sentido.
E no caso de petroleiros?
Se for no caso de plataformas de petróleo, as partes na profundidade precisam de mergulhadores para a reparação ou troca do metal de sacrifício (qualquer metal utilizado em estruturas submetidas a ambientes oxidantes, com o objectivo de ser oxidado em seu lugar). Trazemos uma solução bem mais duradoura e é por isso que ela é bem aceite pelo mundo. Devo ainda referir que a nossa tecnologia tem impacto em sete dos 17 Objectivos de Desenvolvimento Sustentável adoptados pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Quais os indicadores sobre custos e prejuízos gerados pela corrosão?
Dados estimam que os gastos com manutenção ou substituição por corrosão equivalem a 3,5 ou 4,0 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) dos países. Por outro lado, cerca de 30 por cento de todo o metal produzido mundialmente é para a reposição de partes comprometidas pela corrosão. A tecnologia que trazemos vai gerar um impacto financeiro grande para a economia de Angola à semelhança de outras partes onde estamos representados.
Em que áreas são aplicadas?
Somos detentores de uma tecnologia moderna e exclusiva no combate à corrosão pelo método de protecção anódico, que foi desenvolvido com o objectivo de proteger os metais contra a corrosão, desde as pequenas às grandes estruturas metálicas, incluindo navios, plataformas, pontes metálicas, automóveis ou outros equipamentos diversos. A tecnologia Rustless é única e exclusiva no mundo, que para além da efectividade garantida, não usa matéria-prima degradante e poluente para o meio ambiente; possui um grau de efectividade alto, consumo baixo de energia, e não utiliza metal de sacrifício, podendo ser aplicada em qualquer ambiente, seja submerso (em águas doces ou salgadas), superficial ou enterrado em qualquer tipo de solo.
Face ao contexto de mercado e da economia angolana, sente estar a trazer de facto uma solução oportuna?
Claramente. Numa fase inicial, as nossas estruturas para montar em Angola virão de Portugal, onde já está montada uma base. Aqui no país, temos somente escritórios de representação, mas em breve, vamos, de certeza, começar a operar com estruturas "made in Angola”. Note que a empresa aqui é angolana, com gestão angolana qualificada e também estamos já a alinhar com universidades para o treinamento de jovens académicos. À medida que formos implementando projectos, geraremos postos de trabalho e quanto mais actividades, mais empregos surgirão. É importante ressaltar que esta tecnologia é nova e em África, neste momento, apenas Angola está a recebe-la.
A "Tecnologia Anticorrosiva Rustless” também aplica-se aos metais como ferro?
Em todos os tipos, estejam enterrados, submersos ou expostos a atmosfera. Há uns dias, falava-se muito aqui de uns edifícios que caíram e parece existirem outros em risco. Ora, o que na verdade acontece é o enfraquecimento das ferragens e que não ficam visíveis, pois a acção corrosiva dá-se no interior do concreto (cobertura de argamassa ou paredes). Logo, não se consegue perceber de antemão sobre os efeitos corrosivos.
E em construções já acabadas?
Nestes casos, para construções não metálicas já feitas ou acabadas, a nossa tecnologia não é possível de utilizar, mas em novas construções sim, podemos adoptar a Tecnologia Anticorrosiva Rustless. Um exemplo próximo é de Portugal, onde construiremas futuras estruturas das lojas do grupo Continente já nessa perspectiva de protecção e longevidade. Voltando ao tema dos prédios, é importante saber que a corrosão não avisa e, nestas estruturas, ela age de dento para fora. Quando se torna visível, ai também já temos o problema. A verdade é que o metal tem vida útil e quando chega o seu tempo, ele cede. É ai também onde a tecnologia "Rustless” é essencial, pois ajuda no controlo e as equipas técnicas acompanham as situações de risco.
O controlo da qualidade e a manutenção das estruturas é um dos grandes desafios actuais. Como vocês vão actuar nesse sentido?
A Tecnologia Anticorrosiva Rustless tem duas variantes: paralisa processos corrosivos activos e previne formação de novos. Os nossos serviços estão subdivididos em dois tipos de prestação de serviço: venda e prestação de serviços, que consiste no acompanhamento, no qual os nossos técnicos, de três em três meses, acompanham as estruturas instaladas. Este controlo é como que automático e visa garantir a paralisação dos processos corrosivos e medição do potencial de estabilização.
O que representa Angola para a vossa estratégia de internacionalização?
A expectativa que o mundo tem sobre Angola, primeiramente, tem a ver com essa fase de recuperação, criação de infra-estruturas, portos, aeroportos. No evento de apresentação e início oficial das actividades da "Rustless” em Angola, a decorrer, na terça-feira (já amanhã), na Baixa da Cidade de Luanda, aguardamos a presença de cerca de 100 convidados, empresas de renome do país e potenciais parceiros como Sonangol, Porto de Luanda, de Cabinda, os ministérios do Ambiente, dos Transportes, Recursos Minerais e outras ligadas às áreas de gestão de infra-estruturas, para além de estudantes universitários das áreas de química e física. A partir de Angola, em breve, pensamos aproveitar o balanço e oportunidades para iniciar operações na África do Sul.
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