Política

Empresária chinesa acusa Coligação CASA-CE de burla

Yara Simão

Jornalista

A proprietária da empresa Al Mega-publicidade e prestação de serviço Su. LDA, Li Wu, acusa a coligação CASA-CE de burla de um valor total de 201.798.000.00 kwanzas, equivalente a 401.188 dólares norte americanos, referente ao material de propaganda utilizado aquando das Eleições Gerais de 23 de Agosto de 2022.

17/03/2023  Última atualização 09H50
© Fotografia por: DR

Li Wu, que falou, ontem, em conferência de imprensa, revelou que vai, através dos seus advogados, proceder uma acção não especificada de arresto de apreensão judicial preventiva de bens, contra a Casa-CE, por considerar que os riscos de dissolução da coligação e dispersão do seu património e da sua insolvência, serem eminentes.

A empresária sente-se burlada pelo facto de ter usado da confiança existente com a coligação e de não ter assinado nenhum contrato, pela confiança adquirida. "Eles abusaram da minha boa fé. Na primeira remessa do material o pagamento foi feito, por isso aceitei fazer   o trabalho e receber depois. Mas, agora, dizem que não existe contrato e que eu estou a mentir, que não receberam nenhum material”, referiu.

Li Wu afirmou que na presença do seu advogado, reuniu com a liderança da coligação, que nega, categoricamente, que não irá pagar. "Eles afirmam que não vão pagar. A minha empresa está muito prejudicada. Todo o material foi feito na China e eu tenho de pagar aos fornecedores. Já vendi a minha casa e o meu carro para pagar os trabalhadores. Fiquei apenas com 20 porque tive de despedir o resto por falta de finanças”, lamentou.

A empresária apresentou à imprensa a lista do material de propaganda eleitoral entregue à CASA-CE, com as notas de entrega protocoladas e confirmadas pelo secretário Nacional de Finanças, Alberto Manuel Muanza. "Ele garantiu que faria o pagamento, tão logo fosse alocada a verba da campanha eleitoral, atribuída pelo Ministério das Finanças. Agora, diz que não está a fugir da dívida, mas que só poderá pagar em 2027”.

Li Wu acusa a coligação de usar o dinheiro das eleições para bens pessoais, com a compra de vivendas e mansões em Talatona, carros top de gama. "Não tem como um país desenvolver-se com líderes de partidos políticos que não honram a sua palavra”, desabafou.

 

Reacção da CASA-CE

Alexandre Sebastião André, vice-presidente da Coligação CASA-CE, alegou que não houve nenhum tipo de burla nem muito menos dívida, afirmando que desconhecem esta informação e acusação de Li Wu, proprietária da Al Mega-Publicidade.

A CASA-CE não burlou nenhuma empresa e nenhum indivíduo, nós desconhecemos esta informação. Ela não pode confundir dívida e burla. "Vasculhamos toda a nossa papelada com créditos credíveis e reais, demos conta que o nome dela não consta destas listas, isso significa dizer, que ela, apenas praticou um acto ou episódio, e foi pago”, afirmou.

Alexandre Sebastião André acrescentou que não existe nenhum contrato. "Não fizemos nenhum contrato, apenas um serviço episódico. Não houve nenhum acordo e este não é um fórum próprio para se tratar deste assunto”, afirmou, para acrescentar que a aludida empresária "só pode estar a pensar que a CASA-CE foi extinta, que é um nado morto e inerte, onde ela quer tirar um pedaço. O Estado angolano não fecha as portas aos estrangeiros. Digo-lhe, mais uma vez, há fórum próprio para tratar essas situações”.

O líder partidário disse que as duas partes já se sentaram, mas sem consenso. "Eles nos procuraram, abrimos as portas e conversamos e não houve consenso. Se houvesse consenso a Li Wu não procuraria a imprensa para falar deste assunto. Ela está a pensar que a CASA-CE é algo inerte onde ela pode vir debicar o seu pedaço”, referiu.

Alexandre Sebastião André garantiu que estão à espera que a empresa em causa apresente as provas que incriminam o partido. "Nós nunca utilizamos material de propaganda apresentado por ela. Não sabemos de onde ela foi buscar essa história. Estamos descansados. Não temos nada a temer”, disse.

A CASA-CE reúne o Partido Aliança Livre de Maioria Angolana (PALMA), Partido de Apoio para Democracia e Desenvolvimento de Angola – Aliança Patriótica (PADDA-AP), Partido Pacífico Angolano (PPA), Partido Nacional de Salvação de Angola (PNSA) e o Partido Democrático para o Progresso da Aliança Nacional de Angola (PDP-ANA).

Nas Eleições Gerais de 23 de Agosto de 2022 não elegeu nenhum deputado.

 

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