Amanhã é dia de festa. Eduardo Paim completa 60 anos. Nascido em Brazzaville, República do Congo, General Kambuengo influenciou grandemente o circuito musical angolano, na década de 1980, surgindo no início da seguinte com uma das maiores influências da mistura do Zouk com o Semba, tornando-se por isso num dos criadores do género musical conhecido como Kizomba.
É filho de Abílio Fernandes da Silva e de Maria de Sousa Paim, angolanos nacionalistas ligados à luta contra o colonialismo português, que para poupar as suas vidas refugiaram-se no Congo Brazzaville. Foi lá que Eduardo Paim viveu, até aos 9 anos.
Em 1971, ganhou da sua mãe, como presente de aniversário, uma guitarra feita em madeira e cordas metálicas. Embora sendo um brinquedo, Eduardo viria a extrair sonoridades que rapidamente despertaram a atenção de todos à volta. Acentua-se aí o gosto pela música.
Em 1974, após o 25 de Abril, com a queda do regime ditatorial em Portugal, dá-se o regresso à terra dos angolanos que do país fugiram. Em Setembro do mesmo ano inicia uma inesquecível viagem, na companhia dos pais, rumo a Luanda.
De Brazzaville a Dolizie, ambas cidades congolesas, de comboio. Em Dolizie a família permaneceu cerca de dois meses, até que se dá a viagem rumo a Angola, entrando por Cabinda, por estrada. Cerca de dois meses foi o tempo de permanência naquela cidade, até que finalmente, no dia 22 de Dezembro de 1974, Eduardo tem a felicidade de conhecer a segunda cidade de Angola e, consequentemente, a tão aclamada, falada e cantada Luanda capital, onde termina a 4.ª classe.
Na altura Eduardo toma conhecimento de uma das canções mais badaladas da época, da autoria e interpretação de um parente seu. Trata-se de Prado Paim com a canção Bartolomeu, que o motivou muito mais ainda, a um dia vir a ser tão famoso quanto o seu primo mais velho.
EM CABINDA PARA ESTUDAR
Em 1976, Eduardo Paim regressa a Cabinda. Fruto da grande adesão escolar em Luanda não consegue vaga. Tendo um irmão mais velho que pelo mesmo motivo os pais enviaram para o lar dos estudantes em Cabinda. Eduardo sugeriu aos pais que o mandassem para junto do irmão mais velho com o objetivo de não perder o ano lectivo.
É aí que conhece Arcanjo, então guitarrista (viola ritmo) do conjunto Bela Negra, e famosos daquela província, tais como Petit Louis, Timex, a poetisa Amélia da Lomba, incluindo os integrantes do Super Coba de Cabinda. Nesta época Eduardo Paim aprenderá a trautear a canção: "Eh… avante povo/ África em luta/ pela libertação…”, um tema de intervenção, dedilhado de forma apaixonada e incipiente na primeira fase de contacto com o violão acústico. Dessa aproximação, Eduardo ganha a privilégio de aprender os primeiros acordes com o Arcanjo, que se mostrava bastante entusiasmado pela rápida capacidade de aprendizagem demostrada pelo pupilo.
No decurso do ano lectivo, Eduardo acaba por integrar uma pequena formação escolar, vindo mais tarde a fazer a sua primeira e precoce aparição pública no Cine Chiloango, por ocasião da festa do final do ano lectivo organizada pela então escola Barão Puna, sessão essa em que foi efusiva e vivamente aplaudido, por ser visivelmente o menor integrante, em altura e idade, manuseando com bastante destreza uma guitarra que até parecia maior que o seu executante.
REGRESSO A LUANDA COM CONHECIMENTO
Em 1977 regressa a Luanda para junto dos pais. Era cada vez mais evidente o gosto pela música. Munido dos preciosos ensinamentos de Arcanjo, Petit Louis e Timex, cria um pequeno grupo composto por colegas de turma na escola do ciclo preparatório Nzinga Mbandi, dentre os quais Eduardo Paim, Bruno Lara e Levy Marcelino.
Esta agremiação que normalmente dava o ar da sua graça em eventos escolares, aparece com maior visibilidade e já alargado, isto é: Com mais três vozes femininas, sendo elas (Balbina, São e Bitó), num programa televisivo em homenagem ao primeiro Presidente da República, Dr. António Agostinho Neto, pelo seu passamento a 10 de Setembro de 1979. Angola vivia um momento de grande consternação, que ainda assim, não ofuscou o encanto por parte do público pela agremiação musical de jovens entre os 14 e 15 anos, que se identificavam com o nome de "Os Puros”, e que musicaram poemas de Agostinho Neto em gesto de homenagem.
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