A Associação Única de Direitos de Autor e Conexos (AUDAC) representou o país na conferência da associação dos produtores de fonogramas e vídeograma que decorreu de 25 a 27 deste mês, na Tanzânia em Dar es Salaan.
A 10.ª edição do prémio Africa Magic Viewers Choice Awards, na Nigéria, marcada para o dia 11 de Maio de 2024, conta com nomeações de dois filmes, “O 11º Mandamento” e “Mfumukazi”, com a participação da angolana Eltina Gaspar, como operadora de câmara e designer de produção.
Com um repertório que arrancou com “Foi Aqui” e encerrou ao ritmo de “Esse Madié”, Eduardo Paim proporcionou uma viagem musical ao passado e momentos nostálgicos, com a plateia a brindar com os seus principais temas, na tarde de sábado, no Atelier do Peixe.
O "baixinho mais cambuta do mundo”, como é considerado Eduardo Paim, abriu com uma exaltação ao patriotis-mo e teve o retorno do público presente, que com ele cantou "Aiué Ngola xiami” e "Foi Aqui”. Ainda na mesma senda do amor pela terra onde deixou amigos e tem o Mussulo para descansar, da parceria com Ruca Van-Dúnem, cantou "Som da Banda” e para falar dos problemas "que estamos com eles” recorreu ao "Processos da Banda”, um dueto com Paulo Flores.
As mulheres estão sempre presentes nas composições de Paim e desta vez não foi diferente. O General Kambuengo fez vibrar a plateia ao recordar a bela mulher sem juízo "Chiquita”, a loucura que sentia em "A minha vizinha” e a destreza na pista de "Rosa Baila”. Não faltaram músicas a recordar a rejeição da dama que o deixava em parampas em "Essa Mulata”, assim como os momentos de angústia com o seu amor na balada "Perdão” e ainda teve tempo para um cheirinho da sempre emocionante "Mãe”.
Para o momento das passadas com saudades ou para as grandes kizombadas passaram "Rosa Baila”, "Nzambi Za, "Domingo na Ilha” e não deixou "Cherry” de lado, tema do inicio da parceria com Paulo Flores e um marco para o estilo Kizomba. O General levou a folia do Entrudo em "Carnaval”, da bela época do S.O.S, alegria da desbunda em "Nguenda” e para fechar a torra à tarde sem ‘kijila’, Eduardo Paim falou do cuidado a ter com o Kota Sebas em "Esse Madié”.
Para proporcionar uma Batida do Kayaya, o General Kambuengo subiu ao palco com jovens instrumentistas liderados por Ageu Santana, guitarrista e corista, Kito Magia (teclados), Samu (baixista), Francisco (percurssão) e Jet Star (bateria).
Em declarações ao Jornal de Angola, o músico disse que "para mim é sempre uma grande satisfação transmitir e, sobretudo, aprender alguma coisa mais com a juventude. É uma prática minha normal há muito tempo, prefiro fazer mistura de gente de uma geração mais actual. Este tipo gera sempre bons resultados e é uma forma de me manter fiel ao meu público. É uma pratica normal da minha pessoa”
Eduardo Paim nasceu a 14 de Abril de 1964, em Brazzaville, Congo, e foi em Cabinda, ainda criança, que aprimora os dotes musicais. Constam na discografia do General Kambuengo os seguintes álbuns: "Luanda, Minha Banda”, "Do Kayaya” , "Kambuengo”, "Kanela”, "Ainda a Tempo”, "Mujimbos” e "Maruvo na Taça”.
O Restaurante Ateliê do Peixe está situado na zona costeira do Futungo de Belas, na Rua 11, estando aberto desde 2018. O local tem recebido vários artistas da praça, agora com um grande concerto mensal e com uma programação cultural de sexta-feira a domingo, com Karaoke e música ao vivo.
Músico preocupado com o estado da Kizomba
Apesar destes convites, Eduardo Paim está preocupado com o estado actual da Kizomba. "Quero alertar que tudo na vida aparece num formato e depois adquire outro, porque o trato é diferente nos lugares e eu penso ser extremamente positivo este recurso à minha pessoa como forma de preservar aquilo que é realmente a origem da Kizomba. Hoje em dia, no mundo por onde eu passei, ja houve situações onde eu recusei a minha entrada porque se tratava de Kizomba, mas não era aquilo que eu estava a ver, deixando até claro que não teria qualquer problema em aconselhá-los a arranjar um outro nome.”
Paim diz que "o que acontece é que aproveitam a boleia que o grande Kizomba tem e passa como tal, mas isto é mau, porque desinforma mentes que querem acompanhar aquilo que é a realidade. Às vezes a facilidade ao acesso àquilo que não é bem a verdade atrapalha o curso da história, o que da nossa parte reactiva a nossa intervenção”, disse. "Neste aspecto é um apelo que fica direccionado a todos que estão envolvidos na Kizomba e à própria instituição cultural nacional, que deve ter uma atitude mais activa. Para esta história que em muitos lugares já vai por maus caminhos, obviamente que a minha posição não poderia ser outra e, como diz o velho ditado, a luta continua e nós vamos vencer”, disse seguro o pioneiro da Kizomba.
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