Economia

Economistas preocupados com recessão global à vista este ano

Vários economistas-chefes dos sectores público e privado entrevistados pelo Fórum Económico Mundial esperam uma recessão global em 2023, segundo a organização.

17/01/2023  Última atualização 08H51
A pesquisa da organização baseou-se em 22 respostas de um grupo de economistas seniores © Fotografia por: DR

Na 53ª edição do Fórum Económico Mundial que começou ontem até ao próximo dia 20, na sua reunião anual, em Davos, Suiça, sendo esperada uma assistência recorde de líderes empresariais e governamentais. Cerca de 18 por cento dos entrevistados consideram uma recessão mundial "extremamente provável", mais do que o dobro da pesquisa anterior realizada em Setembro de 2022. Apenas um terço dos entrevistados a considera improvável este ano.

"A actual inflação alta, baixo crescimento, dívida elevada e ambiente de alta fragmentação reduzem os incentivos para os investimentos necessários para voltar ao crescimento e elevar os padrões de vida dos mais vulneráveis do mundo”, disse Saadia Zahidi, directora executiva do Fórum Económico Mundial, em comunicado que acompanha os resultados da pesquisa.

A pesquisa da organização foi baseada em 22 respostas de um grupo de economistas seniores de agências internacionais, incluindo o Fundo Monetário Internacional, bancos de investimento, empresas multinacionais e grupos de resseguros. A pesquisa foi divulgada depois que o Banco Mundial reduziu na semana passada suas previsões de crescimento para 2023 a níveis próximos de recessão em muitos países, à medida que o impacto dos aumentos das taxas de juros se intensifica, a guerra da Rússia na Ucrânia continua e os principais motores económicos do mundo falham.

Sobre a inflação, a pesquisa do fórum observou grandes variações regionais: a proporção dos que esperam inflação alta em 2023 variou de apenas 5 por cento para a China a 57 por cento para a Europa, onde o impacto do aumento dos preços de energia no ano passado se espalhou para a economia em geral.

A maioria dos economistas vê mais aperto na política monetária na Europa e nos Estados Unidos (59 por cento e 55, respectivamente), com autoridades presas entre os riscos de apertar demais ou de menos.

 

Participação recorde

No Fórum Económico Mundial é esperada uma assistência recorde, com 52 Chefes de Estado e de Governo. O evento que decorre sob a"Cooperação num mundo fragmentado", adequado para procurar soluções para a actual crise económica, energética e de alimentos.  "Para resolver as causas profundas de perda de confiança, precisamos de reforçar a cooperação entre governos e sector privado, criando condições para uma recuperação forte e sustentada", disse o fundador e presidente executivo do Fórum, Klaus Schwab, ao apresentar a 53ª edição. A organização indicou que vai contar com 2.700 representantes de 130 países, tendo destacado a participação de mais de meia centena de Chefes de Estado e de Governo, incluindo o chanceler alemão, Olaf Scholz, os Presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, das Filipinas, Ferdinand Marcos, e da África do Sul, Cyril Ramaphosa, além da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

A China indicou que o vice-Primeiro-Ministro Liu He, considerado o "arquitecto" da política económica chinesa dos últimos anos, assistirá à reunião. Quase um ano, após a invasão da Ucrânia pela Rússia, o conflito e os seus efeitos nas políticas mundiais de energia e de defesa vão ocupar boa parte dos debates.

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