Angola participa, de 29 a 31 deste mês, na 24.ª Sessão do Comité Intergovernamental para a Promoção do Retorno dos Bens Culturais aos seus países de origem e ou a Restituição em caso de Apropriação Ilícita.
A União dos Escritores Angolanos (UEA) procede, hoje, às 17h00, na sua sede, em Luanda, ao lançamento da obra “Reencontro de Vozes - Na Pele do Tambor”, uma colectânea de poesia que reúne textos de 30 membros desta agremiação literária.
O músico Don Kikas celebra hoje, às 21h00, no Centro de Conferências de Belas, em Luanda, 30 anos de carreira com um show há muito aguardado pelos apreciadores da música angolana. Numa alusão da "sexta-feira dia de boda à nossa maneira", como já cantou Don Kikas no tema de sucesso “Sexta-feira”, esta estrela da kizomba faz o seu “Regresso à Base” abrindo a 11ª temporada do Show do Mês, da produtora Nova Energia.
Segundo a organização, este espectáculo foi pensado ao detalhe, ficando os ensaios como tem sido habitual no estúdio Brasom. Don Kikas será acompanhado por Bernardino Makanzo "Benny”, director artístico da Banda Show do Mês, que integra o veterano guitarrista Teddy Nsingui, Sankara (solo), Yark Spin ( ritmo), Kappa D (baixo), Jack Nsaka (bateria), Bernas (congas) Omar (percussão ligeira), "Lutuima (ngoma e dikanza) e nos sopros o quarteto Magno, Chinguma, La Trompa e Rigoberto, ficando nos coros Raquel Lisboa e Alexandra Bento.
Esta é a segunda passagem do artista pelo Show do Mês, depois de em 2018, nos dias 1 e 2 de Junho, ter sido convidado na quinta temporada do projecto, quando recordou os principais sucessos da carreira em concertos realizados no Royal Plaza.
Don Kikas garante que está em prontidão para esta celebração em Angola, no ano que completa meio século de vida e que marca a estreia no mercado literário com uma obra autobiográfica na qual narra os 30 anos de carreira. Numa digressão cuja agenda prevê passagem em vários países, Moçambique recebe o concerto comemorativo a 28 de Setembro, e Portugal celebra a 15 de Outubro.
Com uma carreira de sucesso, o artista partilhou que o marco é o dia 1 de Novembro de 1994, quando assinou o contrato discográfico que deu origem à edição do seu primeiro álbum, intitulado "Sexy Baby”, lançado em 1995.
"Este álbum foi feito com canções que fiz ainda em Angola e outras já em Portugal. Foi produzido pelo Ciro Cruz e gravado em Lisboa, com músicos como Nanutu, Simons Massini, Nelo Paím e Lura nos coros”, recordou o músico.
Dentre os sucessos, destacou o álbum "Pura Sedução”, o segundo da sua carreira, lançado em 1997. A música que dá título ao álbum tornou-se num sucesso absoluto em todos os Países de Língua Oficial Portuguesa e suas diásporas espalhadas pelo mundo.
"Em Portugal foi o Disco de Prata e a música "Esperança Moribunda" tornou-se num hino na boca do povo e foi eleita Música do Ano pela Rádio Nacional de Angola. Este álbum abriu-me portas para vários novos mercados, tais como: Cabo Verde, Moçambique, EUA, Holanda, França, Macau, Luxemburgo, Suíça”, sublinhou.
Dentre as figuras que o ajudaram nesta trajectória de sucesso, Don Kikas faz uma vénia póstuma a Caló Barbosa, tecladista do consagrado grupo Tabanka Djazz, da Guiné Bissau, que chegou a conhecer em 1996, em Lisboa. Caló Barbosa, reconheceu Dom Kikas, foi o produtor de vários hits do seu repertório ao longo de décadas, como "Angolanamente Sensual”, "Pura Sedução”, Na Lama do Amor”, "Esperança Moribunda” (1 e 2), "Saquirima”, "Patos Fora”, dentre outros não citados pelo artista.
Depoimentos de colegas
O músico Nelo Paím, amigo de longa data de Don Kikas, reconheceu, ontem, em declarações ao Jornal de Angola, que são muitas as memórias partilhadas nestas décadas de música. Porém, decidiu focar-se num tempo quando ainda eram miúdos, nos anos 1987/1988, altura em que Don Kikas ainda estudava no Lubango.
"Quando ele viesse de férias, ficava no Cassenda, em casa do Daniel Nunes, que é seu primo. Nesse período fomos juntos fazer o programa Carrossel, eu fui como guitarrista de um trio e o Don Kikas foi como cantor individual. Recordo também com muita alegria a digressão que fizemos por Moçambique, na qual fez parte o Simons Massini. Vivemos tantas coisas bonitas. Em Portugal, onde vivemos juntos, guardámos muitas memórias”, explicou.
O director artístico Bernardino Makanzo "Benny” é daqueles que desde pequeno ouvia as músicas de Don Kikas, na companhia dos seus tios e vizinhos. "Crescemos imersos na sua musicalidade, e é incrível pensar que enquanto ele celebra 30 anos de carreira, eu comemoro os meus 29 anos de vida.
Para Benny, o seu compromisso, paixão e dedicação à sua arte são verdadeiros exemplos para a nova geração de artistas que busca seguir o seu percurso.
Por sua vez, a cantora cabo-verdiana Carla Moreno contou que durante anos foi a back vocal dos concertos de Don Kikas.
"Nunca esquecerei que ele foi o primeiro a reconhecer efectivamente o meu talento e a dar-me o palco para partilhar, realizando as promessas”, observou Carla Moreno parceira musical de Don Kikas em "Ainda Ontem".
Emílio Costa ou "Don Kikas” nasceu em Angola, na cidade do Sumbe, na província do Cuanza- Sul, a 5 de Janeiro de 1974. Artista de reconhecimento internacional, conta com os álbuns "Sexy Baby”, "Pura Sedução”, "Xeque-Mate”, "Raio X”, "Viagem”, "Regresso à Base” e "Livre”.
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