Cultura

Diversidade cultural benguelense na visão do historiador Kalonjololo

Arão Martins / Benguela

Jornalista

O historiador Joaquim Grilo “Kalonjololo”, que tem desenvolvido vários trabalhos de pesquisa sobre a diversidade cultural, os costumes e locais históricos da província de Benguela, anunciou que os seus apontamentos poderão, em breve, ser publicados em livro de memórias.

01/06/2023  Última atualização 07H50
Historiador está com dificuldades financeiras para lançar o livro © Fotografia por: DR
A falta na província de um fundo de apoio às artes, em geral, e de livros, em particular, tem criado inúmeros constrangimentos para que os escritores e outros agentes culturais possam desenvolver actividades artísticas e culturais. Os poucos investimentos na classe artística têm-se reflectido também na pouca produção literária local, o que de certa forma em nada contribui para o aumento de leitores e incentivo ao gosto pela leitura e fomento à pesquisa, por falta de obras de referências.

Como resultado negativo, o historiador Kalonjololo diz que tem inúmeras dificuldades de colocar no mercado o livro "Memórias da Província de Benguela e suas Gentes”, por falta de um patrocinador ou uma editora que se disponibilize a editar a obra.

Segundo o autor, o livro aborda as memórias e  as gentes de Benguela nas mais diversas áreas do saber, desde os aspectos da localização geográfica, ha-bitantes e o potencial socioeconómico.

O historiador Joaquim Grilo "Kalonjololo” informou que a intenção era  publicar o livro a 17 deste mês, data em que a cidade de Benguela celebrou 406 anos, o que não aconteceu por falta de financiamento. Explicou que o livro tem 950 páginas.

Segundo o autor, o livro aborda, também,  as vivências de 32 bairros antigos de Benguela, com destaque para os da Facada e Operário.

Acrescentou que, além da capital provincial, o livro aborda, igualmente, os restantes municípios do interior da província. Do livro de memórias, o autor faz uma abordagem dos primeiros habitantes, apresenta uma lista dos antigos governadores. Entre outros elementos de relevo, constam aspectos ligados ao clima, os animais mais abundantes na região, os recursos hídricos, gastronomia e rituais.Referiu que a obra tem, ainda, notas sobre a imprensa escrita, transportes e comunicações, a cultura de uma maneira geral, locais turísticos, parque industrial e comercial, desporto, clubes, dirigentes desportivos, técnicos, atletas, escutismo, projectos sociais e de caridade, educação, sindicatos, grémio de indústrias e pescas, monumentos e sítios, expansão da Rádio Particular, arquitectura e comércio.

Explicou que a obra "Memórias da Província de Benguela e suas Gentes” é a segunda, depois de já ter publicado o livro "Lobito, a Cidade dos Flamingos”. Tem na forja o livro "1920-2020, Centenário do Sport Clube Portugal de Benguela”, actual Clube Nacional de Benguela.

O historiador Joaquim Grilo "Kalonjololo” referiu que os dois livros, por publicar, são de carácter científico, histórico e didáctico. "Tenho duas obras escritas por publicar. Infelizmente, por falta de dinheiro, estão à espera que alguma editora as edite. Quero partilhar o pouco conhecimento sobre as vivências de Benguela, uma terra onde vivo há mais de 71 anos.”

Ao resumir o livro, disse que Benguela tinha pouco mais de 30 bairros. Hoje, são mais de 200 bairros. Afirmou que os bairros de Benguela estão a surgir de forma desorganizada e como cogumelos.

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