Cultura

Diversidade artística marca abertura da Bienal da Cultura da Paz

Analtino Santos

Jornalista

A exposição da artista plástica Fineza Teta e as presenças musicais de Namanhonga, Gelson Castro e Afrikkanitha marcaram culturalmente o primeiro dia da Bienal da Cultura da Paz, que decorre até amanhã, na capital do país. Na exposição apreciada pelos convidados, no hall do Hotel Intercontinental, o destaque recai para o retrato do Presidente João Lourenço, pintado pela artista Fineza Teta.

23/11/2023  Última atualização 09H45
Namanhonga mostra a força do estilo de música e dança Chianda do Leste de Angola, e Fizena Teta (à esquerda) dando explicações ao Chefe de Estado sobre a sua obra exposta © Fotografia por: Vigas da Purificação| Edições Novembro
A arte nacional esteve presente, ontem, nas boas-vindas aos convidados ao som dos Marimbeiros e o grupo Kina Kumoxi, numa viagem aos ritmos e danças tradicionais.

A cantora Namanhonga trouxe a força da Chianda e aproveitou o momento da performance para homenagear o músico Rei da Costa, fundador do grupo Sassa Tchokwe e um dos expoentes da cultura do Leste do país.

Para as tendências mais urbanas e contemporâneas da música feita por angolanos, na programação constaram Gelson Castro e Afrikkanitha. Selda, Robertinho, Dom Caetano e Ângela Ferrão animam, hoje, os momentos culturais.

A dona do traço  da cultura da paz

Fineza Teta é uma das mais premiadas artistas do país e é a primeira mulher a conquistar o Grande Prémio de Pintura Ensa-Arte, feito conseguido em 2014.  Tem aproveitado o seu talento na formação de novos valores e no empreendedorismo cultural.

Uma das maiores concepções nos últimos anos da artista foi a do Monumento às Vítimas dos Conflitos Políticos, ocorrido em Angola, entre 11 de Novembro de 1975 a 4 de Abril de 2002. Esta criação surgiu de um trinómio que reflecte o passado, presente e um futuro esperado pelos angolanos, o perdão, a reconciliação e a paz, um dos elementos em destaque neste evento.

A artista em Março deste ano defendeu que para educar uma sociedade devemos primeiro educar uma mulher, mas, como artista de arte visual, confessa, a sua contribuição nesta sociedade é moralizar através da cultura da arte e do belo, com expressões artísticas e as matrizes de identidade cultural. Revelou que, nos últimos anos, além de produzir obras de pintura, apostou a sério na arte decorativa em objectos, como cadeiras de napa, copos, avental, pratos, máquinas de café, desenvolvido pelo seu estúdio "Fisty Design Studios”.

A arte está no meio familiar, com destaque para o tio Teta Lando e deste a infância foi apoiada pela mãe, costureira, e chegou a estudar moda, mas foi na Faculdade de Artes que Fineza desenvolveu suas tendências artísticas.

Fineza Sebastião "Teta-Fisty”, nasceu no dia 26 de Dezembro de 1977, na Ilha de Luanda, estudou no Instituto Nacional de Formação Artística e Cultural (INFAC) e licenciou-se em Artes Visuais e Design na África do Sul, pela Open Window Arte Academy, onde recebeu a distinção de Mascote Escolar. Certificada em Design de Interiores, na New York Academy, Design Internacional pelo Distrito de Arte, Cultura e Desporto Chinês.

Ao longo da carreira Fineza recebeu menção honrosa da Fundação Irida, em 2004, na Rússia, pela exposição "Primavera” e Ensa-Arte, em 1998, com a obra "O Casamento”. Participou ainda em diversas exposições, destaque à Expo Saragoça 2007, Expo Xangai 2010, Expo Coreia 2012 e Expo Milão 2015, entre outras. Em 2021, Fineza Teta foi homenageada em Luanda, com um diploma de mérito no prémio Angola "35 Graus”. No mesmo ano, apresenta a exposição "Introversão Cokwe” com onze quadros e uma instalação, na Expo Dubai.

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