Economia

Diamantífera investe 23 milhões para dinamizar agricultura familiar

Armando Sapalo | Dundo

Jornalista

O Projecto Mineiro Yetwene investiu, só em Dezembro de 2022, 23 milhões de kwanzas aplicados na preparação de um campo agrícola com dez hectares de terra.

18/01/2023  Última atualização 09H32
O Programa de fomento da agricultura vai ser alargado para outros bairros circunvizinhos à concessão diamantífera © Fotografia por: Benjamin Cândido | EDIÇÕES NOVEMBRO

A operação incluiu a aquisição de meios de trabalho para o fomento da agricultura familiar junto das comunidades residentes ao longo do perímetro de concessão diamantífera, soube o Jornal de Angola.

Localizado na comuna do Camissombo, município do Lucapa, na província da Lunda-Norte, o Projecto Mineiro Yetwene desenvolveu a iniciativa como acção de responsabilidade social e gestão ambiental sustentável da empresa.

Com o mesmo, beneficiou cinco associações agropecuárias, formadas por dez integrantes cada   do bairro Samulambo.

Segundo a chefe de departamento de sustentabilidade do Projecto Mineiro Yetwene, Lisângela da Silva, além da entrega de dois hectares de parcela de terra  a cada uma, as associações receberam também materiais como enxadas, catanas, charruas, carros-de-mão, fertilizantes, sementes e tudo mais necessário para o desenvolvimento de uma agricultura com lucros para os produtores.

Lisângela da Silva informou que além de tubérculos (mandioca, batata-doce, batata-rena e inhame), a cadeia de produção inclui feijão, arroz, massango,  massambala e frutas.

Numa primeira fase, os produtos vão servir para   o consumo das próprias famílias produtoras, mas a posterior, altura prevista para a expansão e crescimento do projecto, a empresa Yetwene vai ser o principal cliente em termos de aquisição da mercadoria, declarou Lisângela da Silva.

Os responsáveis   do projecto acreditam que a julgar pelo interesse demonstrado pelos beneficiários do campo agrícola, aliado aos investimentos que foram feitos, espera-se que os níveis de produção sejam satisfatórios para o abastecimento à mina do Yetwene, cuja iniciativa vai ajudar na redução de custos na aquisição de bens alimentares a partir de outros mercados do país.

"O acordo com as cinco associações produtoras, compreende ainda, a empresa facilitar o escoamento da produção para outros mercados de consumo, com vista a contribuir no rendimento da actividade. Cada uma das agremiações agrícolas, é liderada por um soba das comunidades que estão ao longo da zona em que a mina do Yetwene opera, esclareceu a responsável pela área de sustentabilidade”, explicou.

 

Inclusão produtiva

O Programa de fomento da agricultura, lançado no ano passado pelo Projecto Mineiro Yetwene, vai ser alargado para outros bairros circunvizinhos  à concessão diamantífera, com a finalidade de promover a inclusão social e produtiva dos respectivos agregados familiares.

Lisângela da Silva   adiantou que o projecto prevê o alargamento para 40 hectares, contra os 10 iniciais que foram atribuídos na primeira fase, tendo em vista a integração de maior número possível de pessoas.

O crescimento do projecto, garantiu, engloba também a vertente da produção animal, onde vão ser incorporadas várias famílias de diferentes aldeias das comunas do Camissombo e Capaia.

A prioridade recai para a produção avícola, particularmente galinhas, assim como de gados caprinos, suínos e outros, para o fornecimento da carne aos mercados da Lunda-Norte.

Todas  as actividades produtivas, de acordo com Lisângela da Silva, vão contar com a assistência técnica dos responsáveis do campo agrícola interno da mina, disse a chefe de departamento de sustentabilidade.

Lembrou que no ano passado, no âmbito das acções de responsabilidade social, nas actividades inseridas na Jornada do dia do Trabalhador Mineiro, o Projecto Yetwene entregou à comunidade do Samulambo um conjunto de infra-estruturas, entre as quais, uma escola, posto médico, furo de água com chafariz, tanque de armazenamento, uma lavandaria comunitária e cinco residências para as autoridades tradicionais locais.

A inauguração das infra-estruturas construídas de raiz, pelo Projecto Mineiro Yetwene avaliadas em cerca de 280 milhões de kwanzas, coube ao Secretário de Estado para os Recursos Minerais, Jânio Corrêa Victor.

 

Satisfação

O soba Agostinho Sawica  "Kambafunge”, responsável  de uma das associações  beneficiarias, manifestou em nome da população, a satisfação pela iniciativa uma vez que o  projecto, vai contribuir  para  inserção  produtiva das famílias da localidade.

A autoridade tradicional reconheceu que o Projecto Mineiro Yetwene tem estado a desenvolver várias acções de impacto social e económico junto das comunidades residentes ao longo do perímetro de concessão da mina.

Francisca Sara, outra   beneficiária integrada numa das  associações de camponeses, agradeceu a aposta da empresa diamantífera em, incentivar a produção agrícola no seio da comunidade com a preparação de hectares para o cultivo da população de Samulambo.

Avançou além de feijão, massambala e massango, os agricultores do Samulambo vão também apostar no cultivo do arroz.

 

Apoio às zonas rurais

Já o vice-governador para o sector Político Social e Económico da Lunda-Norte, Frederico Barroso destacou que a acção do Projecto Mineiro Yetwene em estimular a agricultura familiar, se alinha às perspectivas do Executivo voltadas na integração social e produtiva das famílias residentes nas zonas rurais.

A agricultura e pecuária, são sectores fundamental para a redução dos índices de pobreza, daí a necessidade de as autoridades da Lunda-Norte   prestarem todo apoio institucional para o êxito do programa lançado pelo Yetwene.

O vice-governador disse ter saído satisfeito pelo facto de receber garantias que a par da concessão de parcelas de terra, as famílias inseridas no projecto agro-pecuária, vão também ter acesso à assistência técnica e ajuda para o escoamento da produção.

Com o projecto de fomento da agricultura familiar no Sa-mulambo, estão reforçadas as bases para a promoção do comércio rural naquela comunidade, mediante o abastecimento de produtos de campo aos mercados de consumo localizados nas zonas urbanas, como o Lucapa e Dundo, apontou Frederico Barroso.

  Apoio do sub-sector diamantífero na produção

O Plano Nacional de Fomento para a Produção de Grãos (PLANAGRÃO), na província da Lunda-Norte, conta com o apoio da Fundação Brilhante ( braço  social do  sub-sector diamantífero ) , instituição  afecta à ENDIAMA, que em Novembro do  ano passado ,  procedeu à entrega de 650 quilos de sementes de cereais ao Gabinete local da Agricultura, Pécuária e Pescas.

Na ocasião, o director-geral adjunto para Administração e Finanças da Fundação Brilhante, Hermelindo Lopes, garantiu que a instituição vai se juntar aos esforços do Executivo, para o aumento da capacidade de produção  de alimentos.

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