Opinião

Cartas dos Leitores

Venda de pão Vivo no Distrito do Zango, município de Viana, em Luanda, uma localidade, em minha opinião, em franco crescimento demográfico e económico.

19/07/2021  Última atualização 09H59
Escrevo para a página de leitor do Jornal de Angola, para partilhar uma preocupação que, seguramente, seria também em jeito de denúncia, relacionada com as actividades de crianças à beira da estrada. Falo das crianças que se dedicam à venda de pão à beira da estrada, no Zango, sobretudo desde o troço do Zango Zero até ao Zango 2, onde dezenas de crianças com as mãos estendidas com sacos de pão, desde o entardecer até perto da meia noite, aí ficam a acenar aos automobilistas.

Penso que se trata, em primeiro lugar, de uma prática de exploração e violação dos direitos das crianças, quando colocadas ali, seguramente às ordens de pessoas adultas, a vender pão. Por outro lado, coloca-se o problema da segurança na medida em que não faz sentido a exposição na rua, até aquelas horas, das crianças, além daquelas que quase acabam por não ter tempo para estudar.


O tempo que ficam a comercializar o pão é tanto que lhes escapa, para  a maioria dos casos, de um período para se dedicarem aos estudos, uma realidade complicadíssima na medida em que se adia o futuro das mesmas. Embora haja alguma segurança no Zango, atendendo aos números baixos da criminalidade naquele distrito, acho que não fica bem para as famílias permitirem que os seus dependentes estejam expostos na rua apenas porque as exigências e necessidades assim determinam. Todos os dias quando passo por lá, vejo muitas crianças, entre meninas e rapazes, com idades compreendidas entre os 6 aos 14 anos de idade, cada uma com dois ou três sacos de pão nas mãos, a correr atrás dos carros que passam até altas horas da noite.

Esta actividade, que pode ser um perigo para a vida dos petizes, contribui para adiar realizações académicas naquela faixa etária, para alienar e desenvolver nas crianças e adolescentes sentimentos de ganância,  do dinheiro fácil e de egoísmo.


Há mesmo quem pense e defenda que o hábito que as crianças e adolescentes desenvolvem na rua acaba por fazê-las crescer com uma mente confusa. E parece fazer algum sentido na medida em que quando a criança ou adolescente troca as horas de ida à escola com o tempo de venda na rua, a hora de descansar à noite com o período de venda na rua, não há dúvidas de que tendem a crescer os índices de desorganização e confusão pessoais. Mas penso que vamos ainda a tempo de inverter a actual situação, contando para o efeito com as famílias. Acho que as famílias podem e devem jogar aqui um papel insubstituível, além de eventualmente serem responsabilizadas por alegada exploração e violação de direito dos menores. João Botomona |Zango II


Qualificação olímpica
Nas últimas semanas, foi manchete a informação sobre atletas nacionais que seriam indicados, escolhidos, eleitos  ou aprovados para, em determinadas modalidades, irem aos Jogos Olímpicos de Tóquio, Japão. Houve alguma polémica relacionada com atletas angolanas na modalidade de natação, em que intervieram a federação, o Comité Olímpico Angolano (COA) o Ministério da Juventude e Desportos, mas em minha opinião, o que fica para lições futuras é o seguinte: os nossos dirigentes desportivos devem antecipar-se aos factos, em vez de irem à reboque dos problemas criados por uns e nunca devidamente responsabilizados.
Antonica Malungo|Zaire