Opinião

Cartas dos leitores

Mário Palma Sou um admirador do treinador de basquetebol Mário Palma, e escrevo estas linhas a propósito de duas situações concretas, nomeadamente o facto daquele experiente treinador ter terminado o seu vínculo contratual com a Tunísia e o facto, até onde julgo saber, de Angola estar à procura de um novo treinador para substitui o americano que treinava à distância.

10/03/2020  Última atualização 10H58

Em minha opinião, era uma humilhação a maior potência de basquetebol do mundo ser treinada à distância por um treinador que, ao que se dizia, recusava morar e trabalhar ininterruptamente em Angola.
Mas, pronto, deixa-me regressar ao cerne desta carta, que é a pessoa do treinador Mário Palma. Como angolano e preocupado com a Selecção Nacional sénior masculina de basquetebol, para vê-la regressar aos lugares cimeiros da competição africana, julgo que o nosso país precisa de um treinador como o Professor Mário Palma.
Este conhecedor do basquetebol angolano como poucos expatriados deve merecer uma nova oportunidade para vir trabalhar em Angola. Na verdade, ele já devia possuir um passaporte angolano pelos serviços prestados a este país, que ele próprio sente como seu também.

Alexandre Calembe
Sumbe


Criminalidade nos bairros

Não sei o que é que prevê o futuro Código Penal, relativamente às medidas sancionatórias contra crimes contra as pessoas. Falo sobretudo de crimes de sangue, que envolvam roubos violentos, atendendo que estes últimos são as que mais preocupam as famílias e pessoas singulares. Não estou por dentro quanto aos números da criminalidade violenta, por isso não alinho na conversa dos que dizem que está a aumentar, muito menos defendo que a mesma está a diminuir. Sou pela tomada de medidas extremas proporcionais aos desafios que a criminalidade inventa. Com uma actuação policial à altura e ajuda das famílias acho que se pode reduzir rapidamente a criminalidade violenta em todo o país, mas com maior particularidade nas zonas de maior densidade populacional.
Em minha opinião, devia-se rever toda a legislação para estender a responsabilidade penal àqueles que, comprovadamente auxiliam, de uma ou de outra forma, na prática continuada de tais crimes. As famílias e as comunidades devem ser envolvidas no trabalho e combate contra a criminalidade violenta porque, como sabemos, em muitos casos, os familiares acabam por saber da conduta criminosa dos seus membros. É verdade que a responsabilidade pela prática de um crime não é transmissível, mas a forma como determinadas pessoas convivem com a conduta delituosa dos seus parentes, usufruindo, muitas vezes, dos proventos daí resultantes, não sei em que medida é que não deviam ser responsabilizados.
Como é que os pais ou tutores não podem ser responsabilizados quando até comem do produto do roubo, como algumas sucede com algumas famílias? Enquanto essas não denunciarem os seus dependentes que, na verdade, transformam os pais em dependentes roubando, não tenho dúvidas de que a responsabilidade penal deve ser transmissível. Essa é a minha opinião e julgo que não fujo muito do que boa parte da população pensa. Não se pode admitir que a guarida a criminosos que comece no seio familiar, dificultando o trabalho da polícia, pondo em perigo a tranquilidade e servindo como estímulo aos adeptos da justiça por mãos próprias. Para terminar, endereço as palavras de encorajamento à Polícia Nacional pelo trabalho que faz, nas condições em que trabalha, para manter a ordem, segurança e tranquilidade públicas.

Paulo Moreira

Cassequel do Buraco

Especial