Opinião

Cartas dos leitores

Jogos infantis Sou encarregado de educação e escrevo para a página do Jornal de Angola, reservada aos leitores, para abordar a maka dos jogos infantis que tendem a roubar muito tempo às crianças e privá-las, em muitos casos, do tempo que devem dedicar aos estudos.

06/02/2020  Última atualização 09H09


Não estou contra a utilização dos jogos infantis, mas apenas a tentar apelar no sentido do equilíbrio porque, como reconheço, nem sempre é fácil convencer os nossos filhos sobre essa necessidade. Contrariamente aos nossos dias, hoje as crianças têm uma variedade de jogos, alguns altamente didácticos que contribuem para que milhares de crianças aumentem os seus conhecimentos.
Os jogos infantis são autênticos meios de retenção das crianças em casa, mas, como tudo, acabam sempre por transformar-se numa verdadeira faca de dois gumes.
Por um lado, proporciona a vantagem no sentido da rédea curta ao menino ou menina, mas por outro acaba por ser uma carta branca para o exercício a tempo da preguiça. Se não houver o equilíbrio, os mais novos acabam por relegar os livros e cadernos para as calendas gregas.
Espero que os pais saibam dosear para que as nossas crianças não sintam, na vida adulta, o peso dessa estratégia de numerosos encarregados de educação. Para terminar, gostaria de deixar um apelo aos professores e às escolas em geral no sentido de consagrarem mais tempo aos exercícios, às tarefas escolares no sentido das crianças e adolescentes dedicarem-se mais aos estudos.

Eduardo Pereira
Samba

Serviços de saúde

Os hospitais deviam estar munidos de serviços, junto do banco de urgência, que apurassem devidamente o estado clínico em que dão entrada as pessoas que lá se deslocam. Creio é o que sucede, normalmente, mas situações existem de dúvidas que acabam por resvalar para verdadeiros casos de polícia.
Não tenho dúvidas de que a maior parte dos hospitais e até postos médicos têm o extremo cuidado de se certificarem sobre o estado em que dão entrada nos seus serviços as pessoas ou corpos que lá vão parar. Mas atendendo à falha humana, nem sempre essa atenção ocorre, razão pela qual numerosos casos tendem a ficar por ser esclarecidos, exactamente por falta de informações complementares. Há dias, acompanhei uma discussão num dos compartimentos de um hospital público, envolvendo membros de uma família e do corpo clínico do mesmo. Tudo girava em torno do estado em que chegara ao hospital a vítima de tiroteio num dos bairros de Luanda, que acabou por morrer depois de chegar como alegavam os familiares. Ou, como defendiam-se os técnicos de saúde do hospital, a vítima deu entrada já sem vida.
Como este, numerosos acidentes ficam sem o devido esclarecimento sobre como tudo se passou, passando a dor de cabeça para entidades policiais e de investigação, embora a autópsia acabe depois por determinar tudo.
Obviamente que tudo acaba sempre por se esclarecer, mas fica sempre o aprendizado relacionado com a atenção que se deve prestar nos primeiros minutos quando os pacientes dão entrada nos hospitais. Para bem de todos, é sempre recomendável que o atendimento seja imediato, inclusive para afastar eventuais culpas ou responsabilidades sobre possíveis casos que podem ser apontados como incúria e irresponsabilidade.

Artur Vidal
Marçal

Especial