Política

Réu diz que Celeste de Brito acabou afastada do negócio

Cristian Albano de Lemos, último réu ouvido no mediático caso da “Mega Burla Tailandesa”, em que o Estado seria burlado em 50 mil milhões de dólares, disse ontem não saber o motivo da sua detenção, mas supõe que seja por causa do cheque pertencente ao réu Raveeroj Rithchoteanan.

15/02/2019  Última atualização 07H07
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Cristian de Lemos, 49 anos, efectivo da Polícia Nacional, vem acusado e pronunciado pelo Ministério Público pelos crimes de associação criminosa, burla por defraudação na forma frustrada, e cúmplice de tráfico de influência e promoção e auxílio à imigração ilegal.
Durante a audiência de ontem, Cristian foi confrontado pelo juiz Aurélio Simba com as declarações prestadas aquando da instrução preparatória do processo. O réu confirmou que o então chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas, general Geraldo Sachipengo Nunda, aconselhou a ré Celeste de Brito a afastar-se do também Raveeroj Richoteanan, por aquela ter começado a contrariar o suposto empresário tailandês pelos procedimentos utilizados para fazer com que o dinheiro chegasse ao país. Cristian de Lemos foi ain-da questionado por que continuou a fazer o trabalho de tradução dos tailandeses, quando a mesma, que o tinha contratado, já tinha sido afastada por aqueles.
O réu disse que continuou a prestar o serviço de tradução a favor de Raveeroj Rithchoteanan porque tinha de cumprir o contrato, ainda que este tenha sido verbal.
O réu também foi questionado se algum general o terá contratado para exercer a função de tradutor. Cristian de Lemos esclareceu que, depois de Celeste de Brito ter sido afastada, foi contratado pela cooperativa “Onjango Yetu”, na pessoa do general José Arsénio Manuel, para continuar a prestar o serviço de tradução.
Cristian disse que, enquanto fez serviço de tradução, os supostos investidores tiveram encontros com os generais Higino Carneiro, António Pereira Massano, Geraldo Sachipengo Nunda e Julião Mateus Paulo "Dino Matross". Nesses encontros, sublinhou, Raveeroj Rithchoteanan era directo e objectivo nas palavras: pretendia investir em Angola.

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