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Economia

AIA propõe taxas sobre a importação de milho

A Associação Industrial de Angola (AIA) propôs ao Governo a aplicação de uma taxa aduaneira de dez por cento sobre as importações de milho e farinha de milho, para financiar a disponibilidade de sementes e a distribuição de calcário dolomítico e adubos aos agricultores.  

30/11/-0001  Última atualização 00:00
DR

A proposta foi entregue ao Governo pelo representante da AIA naquela província, Francisco Chocolate, que em declarações ao Jornal de Angola afirmou que esta faz parte de um pacote  sugerido ao Executivo pela agremiação empresarial para viabilizar a produção de milho.

A AIA acredita que a distribuição de calcário dolomítico (indicado para a correcção de solos com deficiência de óxido de cálcio e óxido de magnésio) e adubos aos agricultores vai permitir me-lhorar os níveis de produção de milho.
Francisco Chocolate considerou que uma tal taxa aplicada pelo Ministério das Finanças em benefício do sector da agricultura para apoiar a produção de sementes de milho, pode eliminar as importações.
O responsável adiantou que a proposta também pode gerar uma poupança cambial anual, tendo potencial para evitar a remessa de 300 mi-lhões de dólares pela substituição de importações. “O país tem gasto muitos milhões de dólares em cereais importados que, na verdade, podem ser produzidos em Angola. Neste sentido, queremos uma política de cobrança de impostos para apoiar a produção do milho”, disse.
O documento solicita ao Governo a aplicação do im-posto predial urbano (IPU) sobre terrenos ociosos de concessões agrícolas, para garantir a expansão de vias terciárias de acesso e escoamento de produtos agrícolas.
Francisco Chocolate explicou que existem muitos proprietários na província da Huíla que detêm inactivas grandes parcelas de terra. “Queremos que o Governo cobre taxas com rigor aos proprietários que deixam de gerar receitas para o Estado. Muitos empresários não investem por falta de terrenos”, apelou.
A AIA pediu que o Governo conceda mais incentivos à produção do feijão, batata e cebola com receitas que resultem das taxas que hoje se aplicam sobre a carne importada para apoio aos criadores tradicionais de gado bovino, bem como taxação da produção de suínos para apoiar as salsicharias locais

Produção de cereais
Francisco Chocolate avançou que a proposta visa atingir nove objectivos, entre os quais a segurança alimentar, com forte participação na estratégia nacional e no combate à fome.
Para a Associação Industrial de Angola, a participação da classe empresarial de forma mais activa permite desenvolver outras capacidades à volta da produção de milho, fazendo crescer o tecido empresarial no domínio dos transportes e serviços.
Francisco Chocolate informou que a organização propõe centros de estudos agronómicos com o objectivo de potenciar o conhecimento dos técnicos do sector. A proposta integra também a realização de uma feira anual técnico-científica para desenvolver a cultura de milho, feijão, massambala e café arábica, a realizar-se na região da Humpata.


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