Economia

Empresários namibianos analisam áreas a investir

Um grupo de 16 empresários namibianos manifestou, na segunda-feira, em Menongue, interesse em investir nos sectores da energia, saúde, agricultura, turismo, indústria, comércio, tecnologias de informação, telecomunicações, construção civil, imobiliário, exploração de recursos minerais e florestais da província do Cuando Cubango.

26/09/2018  Última atualização 08H14
Nicolau Vasco | Edições Novembro | Menongue © Fotografia por: Fórum serviu para relançar trocas de experiências no domínio empresarial entre os dois países

A intenção foi apresentada num fórum empresarial entre homens de negócios da província do Cuando Cubango e da vizinha Namíbia, que decorreu sob o lema “Cooperar para crescer” e serviu, também, para estabelecer contactos de parceria.
No encontro foram apresentadas as potencialidades turísticas, hoteleiras, industriais, minerais e do sector do comércio, bem como a situação da desminagem e as oportunidades de investimentos existentes. Igualmente, fo-ram reflectidos outros valores agrícolas, enquanto sector decisivo para o crescimento do sector produtivo local e a nova Pauta Aduaneira.
O representante da Câmara de Comércio e Indústria da Namíbia, Parastus Nepolo, considerou o fórum  proveitoso, por permitir que os empresários namibianos identificassem e definissem as áreas onde investir. Parastus Nepolo explicou que os em-presários namibianos têm como prioridade para investimento ou criação de parcerias os sectores de energia, saúde, agricultura, turismo, indústria, comércio, tecnologias e informação, telecomunicações, construção civil, imobiliário e exploração de recursos minerais e florestais. Parastus Nepolo realçou que, no que toca à exploração da madeira, a Namíbia está avançada e tem muitas experiências na sua transformação, essencialmente para o fabrico de mobiliário. A par de investir nesta área, os namibianos querem também passar a sua experiência aos empresários do Cuando Cubango, para que possam aproveitar o  potencial que a província tem em recursos florestais.
“Como irmãos e devido às boas relações de cooperação que a Namíbia tem com Angola, estamos dispostos a investir aqui na província do Cuando Cubango, para que ela possa afirmar-se a nível nacional como uma região capaz de dar resposta às principais necessidades que o país tem, em termos de produção de bens e serviços”, disse.
Questionado se existe ou não financiamento para os empresários investirem na província, Parastus Nepolo respondeu que, neste momento, a prioridade é a identificação das possíveis áreas de investimento e posteriormente cada empresário vai mobilizar os recursos financeiros para iniciar o seu negócio na região.

De Caiundo a Catuitui
O actual estado avançado de degradação da via entre Cai-undo e Catuitui, na fronteira com a Namíbia, foi apontado pelo representante da Câmara de Comércio e Indústria da Namíbia como um dos principais obstáculos ao investimento namibiano na província do Cuando Cubango.
Por isso, Parastus Nepolo solicitou ao Executivo angolano que preste maior atenção a esse troço, para que o mesmo possa ser reabilitado o mais breve possível para permitir que os homens de negócios do seu país tenham facilidades em fazer chegar as mercadorias à província.
“Muitos empresários namibianos estão interessados em investir no Cuando Cubango e querem transmitir à classe empresarial do seu país quais as principais áreas que Angola oferece para investimento”, disse. Além do Cuando Cubando, os empresários namibianos  querem  identificar áreas nas províncias do Bié e Huambo.
A vice-governadora do Cuando Cubango para o Sector Político, Social e Económico, Sara Luísa Mateus, afirmou que o fórum empresarial procura não só apresentar as potencialidades da província, mas também incentivar mais parcerias nos negócios entre angolanos e namibianos nos sectores público e privado e captar fontes de investimento.
“O primeiro fórum de negócios entre empresários angolanos e namibianos é uma porta aberta para que a economia dos dois países e povos tire melhor proveito da criatividade e talento dos seus investidores”, disse Sara Luísa Mateus, que sublinhou que o lema escolhido, “Cooperar para crescer”, espelha bem o reconhecimento de que nenhum Estado, por mais forte que seja, consegue de-senvolver-se, sem o auxílio dos outros.

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