O Dia Mundial das Bibliotecas, 1 de Julho, passou quase despercebido entre os angolanos e tal seria isso ainda mais vincado se não corresse pelo país a iniciativa “Um livro, uma criança e muitas leituras”.
Coordenada por Rui Filipe Ramos, um angolano de 61 anos, que parece querer vingar-se das injustiças do Mundo, levando aos menores com menos possibilidades em todo o país a oportunidade de terem um livro à mão de semear.
Informações do próprio indicam que com a iniciativa já foram constituídas 110 bilbliotecas infantis e escolares nas 18 províncias. O projecto, iniciado com a criação da primeira biblioteca no Hospital Pediátrico "David Benardino", em Luanda, com 200 livros, com a presença do juíz Onofre dos Santos, já permitiu a distribuição 35 mil livros em todo o país.
Pelo conteúdo dos posts na rede Facebook, Rui Filipe Ramos parece ter assumido a iniciativa como um desafio. Daí, as suas palavras: “Não somos os melhores, mas que outra acção semelhante existe no nosso país?” E atira a lança: “Que quem critica, pergunte a si próprio: eu já ofereci um livro a uma criança?”
A iniciativa reúne já uma vasta equipa em Angola e Portugal e a sua página no Facebook conta com mais de 32 mil “amigos”. Num desabafo, o coordenador lementa que o esforço, uma iniciativa não-governamental, pareça “estar a ser desprezado por muitas autoridades que fingem que isto não existe”.
Por estrada, os promotores têm percorrido o país e já foram a Menongue, Ondjiva, Luena, Saurimo, Dundo, Luachimo, Namibe, Lubango, Benguela e Sumbe, só para citar essas cidades, entre as muitas outras já visitadas.
Rui Filipe Ramos, que avisa os companheiros das redes sociais do seu velho “nome de guerra”, “Lulendo”, deixa claro o carácter da empreitada. “Pensar que a iniciativa ‘Um Livro, Uma Criança, Muitas Leituras’ tem conotações partidárias é viver alheado do que se passa em Angola”, escreve.
A inicitiva de Rui Filipe Ramos precisa de um suporte de lojística e boa vontade dos participantes, que imaginamos voluntários, mas tem a seu favor um forte aliado, a curiosidade natural das crianças.
O sessentão, se assim podemos chamar-lhe, deixa transparecer um toque de emoção quando refere “a alegria das crianças e dos jovens, até nas estradas, quando recebem um livro cheio de cores, de imagens, de palavras bonitas, pela primeira vez nas suas vidas”.
“Lulendo” chama a si uma espécie de cruz que o Mundo inteiro devia carregar.
A data de 1 de Julho foi criada para enaltecer a importância da leitura na educação e formação das pessoas. O Manifesto da UNESCO Sobre Bibliotecas Públicas refere-se à “biblioteca pública como uma porta de acesso local ao conhecimento fulcral para o desenvolvimento cultural do indivíduo e dos grupos sociais”.
Na imprensa mundial, dá-se nota de actividades realizadas em vários países para promover a leitura na população e o desenvolvimento cultural. Entre estas iniciativas destacam-se as bibliotecas itinerantes, móveis, que possibilitam o livre acesso a livros, revistas e jornais em locais públicos, a sessões de leituras e a encontros de autores e leitores.
Nota de destaque é dada às pesquisas que mostram que as crianças que têm contacto com a literatura desde cedo, sobretudo, se forem acompanhados pelos pais, aprendem e pronunciam melhor as palavras e comunicam muito melhor. Através da leitura, a criança desenvolve a criatividade, a imaginação e adquire cultura, conhecimentos e valores.
Sublinhe-se ainda que a biblioteca desempenha um papel fulcral na democratização da sociedade através da promoção da leitura, do desenvolvimento cultural, da aprendizagem e do espírito crítico, contributo esse que fomenta a criação de laços entre indivíduos e conhecimento.
Nesse aspecto, devem-se referir as bibliotecas escolares, que desde sempre se apresentaram como uma necessidade e tiveram grande adesão por parte dos estebelecimentos de ensino. É de mencionar que as bibliotecas ultrapassam hoje o sentido clássico do termo: o de um espaço físico em que se guardam livros. A ideia de um depósito é extemporânea. O que se pretende é que cada vez mais a biblioteca vá ao encontro do leitor, que interaja com ele, o sensibilize antes de mobilizá-lo. Mais do que fornecer meios de aprendizagem, aprenda com o leitor.
Em muitos casos, as mediatecas chegam para as encomendas, mas esse é apenas um início. O livro tem cheiro próprio. A leitura do e-livro tem o som da nossa própria voz, que ecoa no cérebro a cada palavra lida, mas não tem o mesmo tacto. O livro físico tem razões que a razão desconhece.
Pelo menos 21 pessoas morreram na sequência de um naufrágio que ocorreu no Rio Lufira, na zona sudeste da República Democrática do Congo (RDC), tendo 11 dos passageiros conseguido salvar-se, noticia hoje a agência espanhola EFE.
O Festival Internacional de Jazz, agendado para decorrer de 30 deste mês a 1 de Maio, na Baía de Luanda, tem já confirmada a participação de 40 músicos, entre nacionais e estrangeiros, e o regresso da exposição de artes visuais com obras de 23 artistas plásticos, anunciou, sexta-feira, em conferência de imprensa, no Centro de Imprensa da Presidência da República, CIPRA, o porta-voz da Bienal de Luanda, Neto Júnior.
A judoca angolana Maria Niangi, da categoria dos -70 kg, consegui o passe de acesso aos Jogos Olímpicos de Verão, Paris'2024, ao conquistar, sexta-feira, a medalha de ouro no Campeonato Africano de Judo que decorre na Argélia.
A representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em Angola, Denise António, destacou, sexta-feira, em Luanda, a importância do Governo angolano criar um ambiente propício para a atracção de mais investidores no domínio das energias renováveis.
O artista plástico, João Cassanda, com a obra “Mumuíla Feliz”, e o escultor Virgílio Pinheiro, com a escultura “Piéta Angolana”, são os vencedores da 17.ª edição do Grande Prémio ENSA-Arte 2024, tendo arrebatado uma estatueta e um cheque no valor de seis milhões de kwanzas.
Nascido Francis Nwia-Kofi Ngonloma, no dia 21 de Setembro de 1909 ou 1912, como atestam alguns documentos, o pan-africanista, primeiro Primeiro-Ministro e, igualmente, primeiro Presidente do Ghana, mudou a sua identidade para Nkwame Nkrumah, em 1945, com alguma controvérsia envolvendo o ano de nascimento e o nome adoptado.