Economia

Mais investimentos sem dupla tributação

Victorino Joaquim |

Jornalista

O estabelecimento de acordos para eliminação da dupla tributação com outros países pode contribuir significativamente para a atracção de mais investimentos privados no país, possibilitando a aceleração da diversificação da economia nacional, considerou, em Luanda, o director geral da empresa Ernst & Young Angola (EY).

05/12/2016  Última atualização 06H46
Vigas da Puriticação © Fotografia por: Luís Marques proferiu a conferência que visou sensibilizar a comunidade empresarial nacional para os desafios actuais e futuros

Luís Marques, que falava na quinta-feira a propósito de uma conferência sobre “Recuperação e reestruturações de empresas no actual contexto económico em Angola”, referiu que os acordos de dupla tributação podem criar incentivos aos investidores dos países interessados a investir em Angola e aumentar o volume de negócios no país.Para que o processo de diversificação económica seja mais célere, o gestor sugere a criação de condições adequadas que permitam aos empresários investir no sector produtivo do país e exportar os produtos nacionais.
O especialista reconheceu os passos que o Executivo angolano tem dado para alavancar o processo de diversificação da economia nacional, com a provação da lei do investimento privado que visa essencialmente desenvolver o sector não petrolífero e aumentar o volume de negócios em Angola.
Para Luís Marques, as perspectivas do crescimento económico do país devem ser projectadas a curto prazo e reavaliadas mensalmente por causa das incertezas do mercado financeiro, resultantes da baixa do preço do petróleo no mercado internacional.Na sua óptica, a sobrevivência de cada empresa no contexto actual depende em grande medida da observação crítica da estrutura de custos e na tomada de decisões acertadas, evitando o declínio ou falência.“Cada empresa deve rever as suas políticas de negócios e actuar em conformidade com os desafios que possui”, acrescentou.
A conferência que visou sensibilizar a comunidade empresarial nacional para os desafios actuais e futuros, decorrentes do enquadramento macroeconómico para o sucesso e sustentabilidade dos modelos de negócios, contou com a participação de especialistas das áreas financeira, fiscal, regulatória e empresários.Temas como “Contexto económico em Angola”, “Dimensão fiscal e económico-financeira das reestruturações”,
 “Dimensão contabilística e de relato financeiro de operações de reestruturação”, entre outros dominaram a agenda da conferência, que antecedeu igualmente a comemoração dos 60 anos de actividade da EY em Angola.Um ciclo de conferências sobre recuperação e reestruturação de empresas no actual contexto económico está a ser realizado pela empresa Ernst & Young Angola para sensibilizar a comunidade empresarial a mitigar os efeitos da crise.
 
Mitigar a crise

As conferências são abordadas em painéis, apresentando as diferentes oportunidades de optimização e as medidas para mitigar os principais riscos avaliados.Luís Marques, director-geral da Ernst & Young Angola, disse que  a abordagem se centra  no contexto económico factual, numa altura em que as expectativas das empresas são de alguma ansiedade, baseadas num futuro incerto e com realidades económicas  diferentes  a afectar o mercado.
Para estruturar uma empresa, o director-geral da Ernst & Young Angola informou que se deve olhar para as estruturas dos custos, de forma crítica, e tomar medidas necessárias, para evitar a falência.
“Não há uma receita única para as empresas. Deve ter-se em conta os  negócios, os mercados  e actuar em conformidade com os desafios que existem”, sublinhou.
Outros desafios para os empresários angolanos prendem-se com a criação de condições para que haja investimento no sector produtivo e limitar as importações. “Há um tipo de perspectiva que deve  ser avaliada, dependendo do  nível de contrato”, referiu.
Nessa perspectiva, afirmou, a diversificação da economia continua a ser um desafio incontornável. “Têm sido dados passos neste sentido, não só com o investimento fora do sector não petrolífero, mas no fundamental devem criar-se condições financeiras e de ordenamento”, apelou.As conferências, que decorrem desde Outubro, vão até Junho do próximo ano, no quadro dos 60 anos de actividade da Ernst & Young  em Angola.
 A empresa de consultoria internacional está presente em 150 países e emprega mais de 230 mil pessoas, 130 das quais em Angola.

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