Reportagem

Turismo na Huíla é criativo

O sector da hotelaria e turismo na província da Huíla teve um crescimento acentuado nos últimos anos, com o surgimento de unidades de grande porte, sobretudo no Lubango.

20/11/2015  Última atualização 05H28
DR © Fotografia por: A aposta acertada da classe empresarial no sector da hotelaria e turismo resultou em novos espaços para hospedagem e lazer bem como na recreação dando

Ao redor da cidade, novos empreendimentos exploram o ambiente rural e a Natureza.
A província da Huíla constitui uma zona importante para o turismo em Angola. O seu clima ameno e seco e as suas belezas naturais convidam ao lazer e ao relaxamento dos visitantes, cada vez em maior número.
O Lubango concentra 64 por cento dos estabelecimentos turísticos da Huíla, muito acima da Matala, com nove, e da Humpata, com oito. As autoridades criaram o Plano Director Provincial do Turismo, um marco importante para o desenvolvimento do sector turístico. O plano define as principais orientações estratégicas, eixos prioritários de intervenção e acções a pôr em prática a curto, médio e longo prazos.
O Plano Director Provincial do Turismo ordena  e planeia as acções de foro turístico para promover o desenvolvimento do sector na província, em articulação com os objectivos estratégicos da política de ordenamento e planeamento turístico.
 O plano   encontra suporte de execução no Plano Director do Turismo de Angola  2011-2020, aprovado em Outubro de 2011 pela Comissão Permanente do Conselho de Ministros e prevê a criação de espaços públicos de recreio e lazer que se complementam, para melhorar a oferta de equipamentos de utilização turística, que resultem em benefício imediato para as populações.
A gestão sustentável das áreas rurais e dos recursos naturais e a melhoria da qualidade de vida das populações, tanto nos núcleos urbanos como nos núcleos rurais, são outras das vertentes do Plano Director Provincial do Turismo.
 
Apelo do governador

O governador provincial da Huíla, João Marcelino Tyipinge, disse que as fronteiras ou a distância não devem servir de entrave à realização de negócios. “As portas estão abertas aos investidores e o Governo já definiu áreas específicas para facilitar o processo de implantação das empresas”, afirmou à reportagem do Jornal de Angola.
A província necessita de empresários com conhecimentos e capacidade reconhecida de investimento, explicou o governador provincial. "Os negócios no ramo da hotelaria e turismo podem ter sucesso, auxiliados por várias infra-estruturas, com realce para as vias de acesso, energia eléctrica, água potável e centros de formação."
O vice-governador para o Sector Económico, Sérgio da Cunha Velho, disse ao Jornal de Angola que cada vez mais empresários nacionais e estrangeiros se destacam na materialização de projectos de hotelaria e turismo na Huíla. “A actividade turística já detém um peso significativo na balança de pagamentos da província”, anunciou. A Huíla possui mais de 840 unidades hoteleiras e 20 centros turísticos. Este potencial, aliado às diversas maravilhas naturais, tornou a província, sobretudo a cidade do Lubango, na segunda localidade mais procurada pelos turistas, a seguir a Benguela. Os pontos turísticos mais procurados são o Cristo Rei, as grutas e a lagoa do Tchivinguiro, Alto Bimbe, fenda e lagoa da Tundavala, as cascatas da Estação Zootécnica da Humpata, Huíla e Hunguéria, Serra da Leba, as quedas de água do Cuvango e de Caconda, e as albufeiras das Neves, Gangelas e Chicomba.
Sérgio da Cunha Velho considerou o complexo de Nossa Senhora do Monte, dotado de infra-estruturas atraentes, como o postal do Lubango, que capitaliza as atenções de cidadãos nacionais e estrangeiros todos os anos em Agosto, durante as festas da cidade. A aposta acertada da classe empresarial no sector da hotelaria e turismo resultou em novos espaços para hospedagem, restauração, lazer e recreação.
Durante os 40 anos de Independência Nacional, a capital da Huíla construiu novas unidades e  remodelou  antigas estruturas, que   reforçaram a rede hoteleira.
Os empreendimentos mais referenciados são os hotéis Chick Chick, Serra da Chela, Lubango, Mirangolo, Ivone Lar, VIP, Kanimbo, Freitas, Novo Hotel e Diocema.Estão em construção os hotéis Gounduane e Rodinea, do Grupo AAA, e Mukanka, iniciativa do Ministério de Hotelaria e Turismo. O Império e o Primor estão em reabilitação.
Os investidores capricharam na construção e ampliação de complexos hoteleiros do tipo rústico, onde a modernidade se entrelaça com o tradicional e a Natureza. Os visitantes têm aí contacto com a beleza da região e, nalguns casos, com a presença de animais selvagens.
Neste momento, cativam e deixam saudades o aldeamento Pululukwa, Casper Lodge, Kimbo do Soba, Vanjul, Himba Safari Lodge, Complexo Residencial da TAAG, Waholama e Hotel Palanca.
O crescimento registado no sector da hotelaria e turismo ficou marcado pela construção de dez hotéis, 15 pensões, 16 aldeamentos e 79 hospedarias, num total de 1.842 quartos com 2.320 camas.
A maioria das unidades está concentrada na sede da província, Lubango, que conta com 72 restaurantes, dos 101 existentes na província.

Especial