Dossier

Jovens na Huíla criam empregos

José Chaves | Calussinga

Jornalista

O "Angola Jovem", promovido, desde há três anos, pelo Ministério da Juventude e Desportos, em parceria com bancos comerciais nacionais, tem fomentado o autoemprego na Huíla, disse, ao Jornal de Angola, uma fonte ligada ao programa.O director da Juventude e Desportos na Huíla afirmou que, com a concretização do programa Angola Jovem em vários pontos da província, "são superados múltiplos problemas" e satisfeitos.

28/09/2011  Última atualização 08H55
Estanislau Costa| Lubango © Fotografia por: Jovens da província da Huíla que com o programa concretizaram o sonho do negócio por conta própria e formação profissional

O "Angola Jovem", promovido, desde há três anos, pelo Ministério da Juventude e Desportos, em parceria com bancos comerciais nacionais, tem fomentado o autoemprego na Huíla, disse, ao Jornal de Angola, uma fonte ligada ao programa.
O director da Juventude e Desportos na Huíla afirmou que, com a concretização do programa Angola Jovem em vários pontos da província, "são superados múltiplos problemas" e satisfeitos "anseios e expectativas dos jovens, fundamentalmente nos domínios do emprego, habitação, formação técnico-profissional e académica e ocupação dos tempos livres".
A materialização do programa, que engloba o crédito jovem, autoemprego, infra-estruturas, autoconstrução dirigida, formação profissional em várias áreas da construção civil e distribuição de instrumentos de trabalho, referiu Francisco Barros, já contemplou um número considerável de jovens.
As 87 cooperativas, que agrupam 940 jovens, de ambos os sexos, criadas no âmbito do programa, declarou, prestam serviços, a nível do comércio, pequena indústria, construção civil e agro-pecuária. Em bairros dos municípios do Lubango, Chibia, Humpata, Cacula, Cuvango, Gambos e Matala, disse, há pequenos estabelecimentos comerciais, com os produtos mais procurados, criadores de animais para o fomento do comércio e artesãos.
Naqueles municípios, 374 cooperativas receberam instrumentos de trabalho destinados a engraxadores, lavadores de viaturas, recauchutagem, mecânica auto e máquinas de fabrico de gelados e pipocas.
Dentro do mesmo processo, foram entregues, a jovens com talento para a música, 26 pianos e outras tantas violas
Até ao momento, foram concluídos processos relativos ao Crédito Jovem que beneficiam 101 novas cooperativas que, a qualquer momento, iniciam a actividade, anunciou, acrescentando que o Instituto Nacional de Apoio a Pequenas e Médias Empresas (INAPEM) procede à elaboração de 47 processos de planos de negócios.
Os jovens sem ocupação, sugeriu, devem dirigir-se aos sobas, chefes de povoações, administradores comunais e municipais e às associações juvenis para se inteirarem dos programas que têm por objectivo a sua integração social.
Os jovens organizados, adiantou, podem recorrer à direcção da Juventude e Desportos, Instituto Nacional de Apoio a Pequenas e Médias Empresas e cooperativas para ficarem a saber que oportunidades têm de obtenção de microcrédito, os locais onde podem frequentar cursos de formação profissional e quais os instrumentos de trabalho disponíveis.
Francisco Barros elogiou as associações de jovens com "êxito na prestação de serviços e facturação animadora", referindo as cooperativas de recauchutagem, com 186 elementos, de mecânica, com 144, e de pedreiro, com 156, como as que têm mais pessoas a trabalhar.

Autoconstrução dirigida

O programa de autoconstrução dirigida envolve um número considerável de jovens associados em agremiações desportivas, partidárias, culturais e universitárias.
Ao todo, foram distribuídos 300 lotes, cada um deles com mil metros quadrados.Nas zonas das novas urbanizações – com terrenos preparados e divididos em talhões pelo governo provincial – foram distribuídos dez mil lotes, sendo visível o empenho de jovens e empresas na construção de casas.
Na Chimukwa, Chavola, Mutundo, Eywa, nos arredores da cidade do Lubango, já é possível ver casas, com arquitectura modernas, em construção. 
"O programa de construção de habitação na província vai muito bem em termos de concessão de terrenos, levantamento de reservas fundiárias e criação das bases gerais para o seu desenvolvimento", afirmou o governador da Huíla, Isaac Maria dos Anjos.
Em construção, referiu, estão mais de quatro mil casas em vários pontos da província, maioritariamente nos municípios do Lubango, Chibia e Humpata.
O director provincial da Juventude elogiou a atribuição de espaços para construção com o respectivo título de propriedade, o que, disse, permite aos jovens beneficiarem de financiamento bancário.
"O título de propriedade é o documento fundamental para a obtenção de crédito, pelo que os que o têm deve conservá-lo", alertou.
No âmbito do programa de autoconstrução dirigida do Ministério da Juventude e Desportos, iniciado em 2007, foram distribuídos cem kits constituídos por vários materiais de construção civil – chapas de zinco, carros de mão, fechaduras, dobradiças e outros utensílios – aos jovens mais necessitados, disse Francisco Barros.

Jovens recebem casas

Os jovens elogiaram o programa de construção e distribuição de 92 de casas do tipo T2 no bairro da Chavola, arredores da cidade do Lubango.
Sílvia Ima Panzo, funcionária pública, uma das contempladas, afirmou, ao Jornal de Angola, que realizou um sonho, pois possuir casa própria é "indispensável para ter marido e constituir família".
Os beneficiados disseram estar igualmente satisfeitos com as modalidades de pagamento da casa, no valor equivalente em kwanzas a 40 mil dólares:
"Entregamos, de entrada, o equivalente a quatro mil dólares e o resto é descontado no salário durante 15 a 20 anos, conforme opção de cada um".
As obras de construção das 92 casas estão orçadas em 2,7 milhões de dólares e foram  financiados pelo Executivo.
Francisco Barros manifestou a esperança das novas casas incentivarem o regresso à Huíla de jovens formados que vivem noutros pontos do país e que podem vir a contribuir para o desenvolvimento da província.
"Há muitos jovens professores, enfermeiros, médicos, gestores, economistas e juízes que só não regressam às zonas origem por falta de incentivos", declarou, sublinhando:
"As casas vão proporcionar o regresso de muitos técnicos que vivem há muitos anos em outras partes de Angola".

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