A Academia Angolana de Letras realizou, na última quinta-feira, a segunda conferência do ciclo do mês de Setembro da série Conversas da Academia à quinta-feira, para saudar o 101° aniversário do nascimento de Agostinho Neto, tendo como conferencista o escritor e jornalista Tom Farias, que dissertou sobre “Agostinho Neto e o Brasil”.
Sob a moderação do escritor António Quino e na presença de investigadores de Angola, Arábia Saudita, Bélgica, Brasil e Portugal, o conferencista desta semana falou acerca dos laços históricos que ligam Angola ao Brasil, seja durante o tráfico negreiro, seja no decurso do período colonial, em que se intensificaram os laços artísticos e literários entre os dois países. O imediato reconhecimento da independência de Angola, pelo Brasil, é prova disso.
Membro da Academia Carioca de Letras, Tom Uelinton Farias destacou o papel de Agostinho Neto na relação entre Angola e o Brasil, tendo afirmado que "Agostinho Neto cumpriu na década de 1980 um papel fundamental no ideário de uma juventude brasileira que queria militar na poesia, mas cujas referências eram então muito poucas”.
A poética de Neto, que era até então desconhecida, acabou por encantar e influenciar nos jovens brasileiros, o modo de pensar África e, sobretudo, o modo de pensar Angola. "Havia uma certa comunhão de ideias entre angolanos e brasileiros, militantes das causas de liberdade, uma ligação de destinos que Agostinho Neto estabeleceu entre o Brasil e Angola, através da sua poesia”, tal como afirmou o palestrante desta Conversa à Quinta-feira.
O escritor Tom Farias destacou o facto de o Brasil conhecer muito pouco sobre a natureza e a riqueza dos países africanos. Mas Agostinho Neto "tornou-se no Brasil um poeta que simboliza a luta negra e a luta de libertação empreendida pelos movimentos negros - libertação, porque os negros brasileiros estavam também exilados dentro da sua própria pátria”. Mais que isso: Agostinho Neto "acabou dando esperança e luzes para que os militantes dos movimentos negros no Brasil pudessem sonhar”- disse o conferencista.
O autor de "Carolina - uma biografia” concluiu afirmando que "para a militância poética no Brasil, algumas palavras-chave da poesia de Agostinho Neto foram sendo inseridas no discurso militante, para falar de luta, para falar de libertação. Isso porque o significado poético das palavras ganhou sentido de militância por um desejo de reconhecimento e de liberdade dos negros no Brasil”.
A próxima Conversa da Academia à Quinta-feira está agendada para o dia 21 deste mês, a partir das 19h00. Sob a moderação do antropólogo Francisco Vieira, o filósofo Francisco Sá Moreira, da Universidade Federal Fluminente, falará sobre "Anton Wilhelm Amo, um filósofo africano na diáspora”. Como tem sido hábito, a participação via Zoom será livre.
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