O sector das Indústrias Culturais e Criativas (ICC) deve ser expandido, para que a diáspora angolana possa desempenhar um papel crucial de embaixador na divulgação da cultura, das artes e das criações de Angola para os outros países, defendeu ontem, em Luanda, a responsável pelos Assuntos Económicos e Comércio da Economia Criativa da Organização das Nações Unidas (ONU).
Katalin Bokor, que fez a apresentação do relatório das indústrias culturais e criativas, ontem, em Luanda, considerou que o documento tem um papel importante.
A população jovem, ressaltou, apresenta um enorme potencial para a produção cultural e criativa, incluindo jogos e streaming. "Uma nova geração de empreendedores criativos está a desenvolver inovações industriais, comerciais e de consumo, tanto para Angola como para os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa”, disse.
Com ligações linguísticas e mercados de consumo partilhados, continuou, os produtos culturais e criativos de Angola podem alcançar e crescer nos mercados internacionais sem adaptações significativas.
"Mesmo dentro da sua dependência de matérias-primas, existe uma margem significativa para alavancar o potencial comercial e de exportação das Indústrias Culturais e Criativas, especialmente com parceiros comerciais de língua portuguesa”, ressaltou.
A responsável referiu, ainda, que têm trabalhado com o Instituto Nacional de Estatística (INE), de modo a saber quais as informações disponíveis, para poder encorajar outros países há identificarem os dados ligados às ICC para um maior investimento. "A falta de uma base de dados partilhada entre as principais partes interessadas do Governo, é um grande desafio que afecta a legitimidade económica do sector”, realçou.
Angola, frisou, é uma nação rica em diversas expressões culturais e criativas, a produção da economia criativa centra-se na música, literatura, produção audiovisual, artes performativas, festivais e artesanato, mas há necessidade de se expandir cada vez mais.
"Devem estabelecer-se leis que possam ser aplicadas, para que se respeitem os direitos autorais e haja maior proteção dos trabalhos feitos pelos artistas. O acesso à Internet é a chave para desenvolver o sector, porque ajuda na divulgação das obras”, indicou.
Katalin Bokor realçou que um dos maiores criadores culturais é o acesso ao crédito bancário, outrossim tem que ver com a recolha de dados. "O sector bancário acha que as Indústrias Culturais e Criativas não devem beneficiar de créditos bancários”, o que é um erro crasso e falta de visão.
Uma melhor promoção
O secretário de Estado para o Turismo, Hélder Marcelino, disse que o ministério de tutela está a trabalhar para continuar a promover as Indústrias Culturais e Criativas. "As Indústrias Culturais e Criativas devem ser dinamizadas fundamentalmente pelos próprios artistas, mas tanto o sector público como o privado têm o seu papel. Um assunto que tem sido bastante discutido é a questão da formalização das actividades”, disse.
O relatório, disse, traz uma constatação que há uma tendência para actuação mais no sector informal do que propriamente no formal, ressaltando que esta questão vai ser tratada em tempo oportuno e com a devida normalidade.
Hélder Marcelino argumentou que a aproximação do Ministério da Cultura e Turismo na abordagem do tema sobre as Indústrias Culturais e Criativas em Angola data de 2001.
"O relatório apresentado traz ao público um conjunto de dados sobre a real situação das Indústrias Culturais e Criativas no mundo e em particular em Angola. Esperamos que possam ser devidamente utilizados para análises académicas, mas também para tomada de decisões”, disse.
A directora do Instituto Nacional das Indústrias Culturais e Criativas, Domingas Monte, disse que o projecto é louvável e existe desde o início do ano. "O projecto foi criado pelos responsáveis das Nações Unidas em parceria com os Ministérios do Comércio e da Cultura e Turismo e até hoje já foram realizadas várias formações gratuitas”.
Com o documento, lembrou, os fazedores de cultura vão conseguir perceber melhor que com a sua criatividade podem gerar benefícios económicos. "Pretendemos com o documento apresentado que os artistas tenham o conhecimento das estratégias a utilizar para comercializarem os seus trabalhos, de maneira a participarem no Produto Interno Bruto”.
Domingas Monte sublinhou que tem apelado aos artistas a estarem afiliados nas diversas associações para poderem ter acesso às informações divulgadas sobre as Indústrias Culturais e Criativas.
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