A empresa Kwattel (Serviços de Pagamento, S.A.) vai lançar, quarta-feira, 25, o primeiro serviço de remessas para o exterior via mobile money, denominado, em Angola, AkiPaga. Em entrevista ao Jornal de Angola, a directora de Planeamento e Marketing da Kwattel, Plácida Savo, disse que a plataforma AkiPaga é um serviço inovador no mercado nacional e visa a inclusão financeira
A representante do ACNUR em Angola, Emmanuelle Mitte, em entrevista ao Jornal de Angola ressaltou a importância da colaboração contínua entre o Governo, ONG e a comunidade internacional para superar os desafios e garantir uma assistência efectiva à população refugiada, enquanto busca soluções sustentáveis para a situação.
Deolinda Ódia Paula Satula Vilarinho é a primeira mulher a assumir o cargo de governadora da Lunda-Norte, sendo a oitava a dirigir a província, depois de Ernesto Muangala (2008-2022), Francisco Manuel Gomes Maiato (1997-2008), Francisco Moisés Nele (1992-1997), Norberto Francisco dos Santos “Kwata Kanawa” (1986-1992), José Salucombo (1991-1992), Silvério Gelim Paim “Kubindama” (1983-19986) e João Ernesto dos Santos “Liberdade” (1978-1983).
Além de ter sido deputada à Assembleia Nacional pelo grupo parlamentar do MPLA, por via do círculo eleitoral da Lunda-Norte entre 2008 e 2012, também foi vice-governadora para o sector Económico, cargo que acumulou com o de vice-governadora para o sector Político e Social, até Setembro de 2022.Em entrevista ao Jornal de Angola, Deolinda Vilarinho afirmou que lhe tem sido possível conciliar as tarefas de governadora provincial com as responsabilidades familiares e destacou as acções para a contínua valorização da mulher angolana
Que avaliação faz da situação social e económica da mulher angolana?
A avaliação que fazemos sobre a situação social e económica da mulher angolana, e obviamente a da Lunda-Norte... Podemos considerar que está num processo de melhoria constante, se tivermos em conta que nos últimos anos este indicador tem sido abrangente em todo o território nacional. Muito por conta da implementação de políticas e programas do Executivo para o empoderamento das mulheres dos diferentes sectores.
Sobre o aumento da percentagem em termos de representatividade da mulher nos órgãos do Estado. Qual é o cenário da província que dirige, em termos de presença de senhoras em cargos de direcção e chefia?
Como podemos constatar, o reconhecimento, a representatividade e a visibilidade da mulher angolana nos diferentes níveis de responsabilidade e de tomada de decisão nos órgãos do Estado aumentou significativamente, principalmente nos últimos anos. Como exemplo disso, temos várias mulheres com cargos importantes, como são os casos da actual Presidente da Assembleia Nacional e da Vice-Presidente da República, sem descurarmos a presença feminina nos Tribunais Superiores, Departamentos ministeriais, Órgãos da Administração Local do Estado, sector empresarial público, entre outros. Um dado importante tem a ver com o facto que dá conta que 38 por cento dos assentos parlamentares são actualmente ocupados por mulheres.
Na província da Lunda-Norte, particularmente, verifica-se a mesma tendência de crescimento do número de jovens mulheres nos vários níveis de responsabilidade das nossas instituições da Administração Local do Estado. Isso resulta da forte aposta que temos vindo a fazer neste processo de igualdade e equidade do género, em todas as áreas da nossa sociedade.
Num universo de 136 cargos, entre os quais políticos e de direcção e chefia, do Governo Provincial da Lunda-Norte, incluindo Administrações Municipais e Comunais, 30 são exercidos por mulheres, um número muito superior ao de há cinco anos. Por isso, o empoderamento da mulher em Angola é uma realidade e um processo em pleno desenvolvimento.
Como encara o facto de ser a primeira mulher a assumir o cargo de governadora da Lunda-Norte?
Com muita humildade e
sentido de missão, com plena consciência de que as nossas responsabilidades
estão agora acrescidas. Acredito que, também por este facto, as expectativas
são grandes, dada a complexidade da governação desta província, mas temos a
convicção de contar com todas as forças vivas locais, e não só, para que o
nosso programa de governação tenha resultados satisfatórios. Pretendemos, com
isso, contribuir para o desenvolvimento sustentável.
Que apoios específicos é que as mulheres da província devem esperar da senhora governadora, com vista à sua integração social e produtiva?
Os apoios serão
essencialmente institucionais, através de projectos constantes dos programas
dos Departamentos ministeriais e do Governo Provincial da Lunda-Norte, que
possam contribuir para a implementação das políticas de apoio à igualdade do
género e promoção da mulher. Uma especial atenção será prestada à mulher rural,
por ser a que se encontra em situação de vulnerabilidade, e que uma vez incluída na
cadeia de produção, pode constituir um
elemento importante no desenvolvimento sustentável das respectivas comunidades
e para a consequente redução da fome e da pobreza.
Como consegue conciliar as actividades de responsabilidade do Estado com as da família?
A conciliação destas duas grandes tarefas exige de nós um planeamento rigoroso das nossas actividades diárias, porque como todos sabemos, a mulher exerce uma grande diversidade de tarefas quotidianas no lar, sobretudo no processo de acompanhamento da educação, saúde e bem-estar dos membros da família.
Apesar das nossas
responsabilidades no aparelho de Estado, a família como suporte fundamental de
todas as mulheres tem sempre prioridade nas nossas atenções. Aliás, já há
alguns anos temos estado a ocupar cargos nas instituições do Estado, que sempre
exigiram de nós um casamento perfeito entre estes dois grandes aspectos da vida
da mulher trabalhadora. Portanto, não é uma coabitação difícil, embora requeira
de nós um esforço extraordinário.
Perfil breve
Formada em Administração pela Universidade de Brasília, na República Federativa do Brasil, Deolinda Vilarinho ingressou na Organização dos Pioneiros Angolanos (OPA) em 1976. Exerceu a função de secretária para mobilização da Associação de Alunos do Ensino Médio no Huambo e foi chefe do grupo feminino da colheita de café no município do Buco-Zau, em Cabinda.
A nível profissional, foi secretária da Endiama no município do Cambulo, em 1986, e chefe do Sector de Inspecção e Disciplina Laboral na mesma empresa, na qual desempenhou, também, a tarefa de responsável do Sector de Força de Trabalho e Salários.
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