Cultura

Denise Schacht fala em conferência sobre “A raiz do Pan-africanismo”

“A raiz do Pan-africanismo” foi o tema da terceira conferência do ciclo do mês de Janeiro da série conversas da “Academia á Quinta-feira”, realizado na quinta-feira, via Zoom, pela Academia Angolana de Letras, e que teve como conferencista a comunicóloga bissau-guineense Denise Schacht.

21/01/2023  Última atualização 09H53
© Fotografia por: DR

Na presença de académicos de Angola, Bélgica e Portugal e sob moderação do escritor Albino Carlos, a conferencista da semana começou por falar daquelas que representam, as etapas mais importantes que contribuíram para o surgimento do conceito Pan-africanismo e do pensamento "claridoso”, bem como para a sua acção em prol da luta pela independência dos países africanos.

A comunicóloga mencionou cinco etapas, nomeadamente o surgimento do pensamento; a consolidação do conceito renascentista e de resgate de identitário; a repercussão junto dos revolucionários;  os movimentos radicais  oriundos da diáspora norte-americana; e os movimentos não radicalizados da diáspora e do continente africano.

Para Denise  Schacht, o pan-africanismo edificou-se mais tarde, no decorrer da primeira metade do século XX, através de personalidades que, por via de congressos, investigação antropológica e manifestações literárias, acabaram por  o consolidar, fazendo com o que passasse a ser uma instituição ideológica fundamentada na liberação do africano, tanto epistemologicamente, quanto territorialmente.

"A consolidação transforma a filosofia pan-africana, tornando-se um movimento claridoso contagiado especialmente pelos princípios universais convergentes com a nova corrente de pensamento europeu e americano após a II Guerra Mundial, muito caracterizado pela tolerância e existencialismo”, sublinhou Denise  Schacht.

Para salvaguarda do pan-africanismo, constatou-se que a União Africana precisa de ser repensada, já que nos próximos 10 anos o princípio de união será determinante para que África passe a ter voz no mundo: "Para África se fazer ouvir precisa de estar unida, pois juntos somos potencialmente fortes, como fornecedores de matérias-primas e mesmo como mercado consumidor”.

A conferencista referiu que um dos maiores obstáculos para os africanos é aquilo que descreveu como mentalidade de escravo, já que, a seu ver, a grande expectativa daqueles que se tornaram nos grandes lideres dos movimentos de libertação era que, uma vez liberto da ocupação colonial, o africano pudesse finalmente libertar-se a si mesmo das correntes invisíveis da escravatura, substituindo o pensamento de escravo por um pensamento de emancipação.

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