Política

Delegação angolana participa na Conferência Regional da FAO

A embaixadora de Angola em Roma e representante permanente junto do Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), Fátima Jardim, chefia uma delegação que participa, desde ontem, em Rabat, Marrocos, na 33ª Conferência Regional daquela agência da ONU.

19/04/2024  Última atualização 10H35
© Fotografia por: DR

De acordo com uma nota da Embaixada de Angola em Marrocos, Fátima Jardim representa o ministro da Agricultura e Florestas, António Francisco de Assis, e faz-se acompanhar pelo embaixador acreditado em Rabat, Baltazar Diogo Cristóvão.

As conferências regionais da FAO constituem uma plataforma de partilha de experiências entre os vários países sobre a concepção, desenvolvimento e execução de Programas de Transformação de Sistemas Agro-alimentares em diferentes países.

As actividades decorrem sob o lema "Sistema de resiliência agroalimentar e transformação rural inclusiva” e procura destacar a melhor produção, nutrição, ambiente e vida da população.

Mais de mil milhões de africanos sem dieta saudável

A comissária para a Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Ambiente Sustentável da União Africana, Josefa Correia Sacko, afirmou, ontem, em Rabat, que mais de mil milhões de pessoas no continente continuam a não ter meios para ter uma dieta saudável, em comparação com 42 por cento da população a nível mundial.

A diplomata, que falava na 33ª Conferência Regional para África da FAO, disse que este número está a aumentar vertiginosamente devido à sobreposição de novas crises.

Josefa Sacko avançou que as estatísticas apresentadas no panorama regional africano da segurança alimentar e nutrição – estatísticas e tendências de 2023 – indicam que cerca de 282 milhões de pessoas em África (cerca de 20 por cento da população) estão subnutridas, um aumento de 57 milhões de pessoas desde o início da pandemia da Covid-19.

"Precisamos, portanto, de uma acção urgente e abrangente, uma vez que África está a enfrentar uma crise alimentar sem precedentes, que se agrava todos os anos, devido à sobreposição de novas crises”, destacou.

Para colmatar este mal que atinge proporções alarmantes no continente, Sacko defendeu a promoção de uma melhor produção, transformação ampla, na utilização de alimentos nativos, através da intensificação dos investimentos no domínio da investigação, bem como na salvaguarda da biodiversidade relevante, incluindo a mecanização em toda a cadeia de valor alimentar.

De acordo com a especialista em agro-economia, estas culturas órfãs, incluindo os produtos alimentares não-madeireiros, que compõem os  principais alimentos básicos africanos, devem ser considerados como as "culturas de oportunidade”, tal como consta na estratégia "Visão para culturas e solos adaptados”, lançada conjuntamente, muito recentemente, pela UA, FAO, USAID e outros parceiros, como os CAAP (Agro-Parques Africanos Comuns).

Outra acção urgente é, segundo a comissária da UA, a operacionalização efectiva do Quadro para a Mecanização Agrícola Sustentável em África(F-SAMA), incluindo o desenvolvimento de tecnologia adaptada às necessidades dos pequenos agricultores, em particular das mulheres e dos jovens.

A angolana Josefa Sacko reiterou a colaboração entre UA e a  FAO e destacou o apoio na implementação do acordo de Comércio Livre Continental Africano, especialmente no que diz respeito à promoção do comércio agrícola, para o  alcance da soberania alimentar, através da redução das importações de alimentos em África.

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Política