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Angola participou, na quarta-feira, no Rio de Janeiro, Brasil, no acto de formalização e pré-lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, no âmbito da Reunião Ministerial de Desenvolvimento do G20, cuja delegação angolana é chefiada pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano.
A embaixadora de Angola em Roma e representante permanente junto do Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), Fátima Jardim, chefia uma delegação que participa, desde ontem, em Rabat, Marrocos, na 33ª Conferência Regional daquela agência da ONU.
De acordo com uma nota da Embaixada de Angola em Marrocos, Fátima Jardim representa o ministro da Agricultura e Florestas, António Francisco de Assis, e faz-se acompanhar pelo embaixador acreditado em Rabat, Baltazar Diogo Cristóvão.
As conferências regionais da FAO constituem uma plataforma de partilha de experiências entre os vários países sobre a concepção, desenvolvimento e execução de Programas de Transformação de Sistemas Agro-alimentares em diferentes países.
As actividades decorrem sob o lema "Sistema de resiliência agroalimentar e transformação rural inclusiva” e procura destacar a melhor produção, nutrição, ambiente e vida da população.
Mais de mil milhões de africanos sem dieta saudável
A comissária para a Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Ambiente Sustentável da União Africana, Josefa Correia Sacko, afirmou, ontem, em Rabat, que mais de mil milhões de pessoas no continente continuam a não ter meios para ter uma dieta saudável, em comparação com 42 por cento da população a nível mundial.
A diplomata, que falava na 33ª Conferência Regional para África da FAO, disse que este número está a aumentar vertiginosamente devido à sobreposição de novas crises.
Josefa Sacko avançou que as estatísticas apresentadas no panorama regional africano da segurança alimentar e nutrição – estatísticas e tendências de 2023 – indicam que cerca de 282 milhões de pessoas em África (cerca de 20 por cento da população) estão subnutridas, um aumento de 57 milhões de pessoas desde o início da pandemia da Covid-19.
"Precisamos, portanto, de uma acção urgente e abrangente, uma vez que África está a enfrentar uma crise alimentar sem precedentes, que se agrava todos os anos, devido à sobreposição de novas crises”, destacou.
Para colmatar este mal que atinge proporções alarmantes no continente, Sacko defendeu a promoção de uma melhor produção, transformação ampla, na utilização de alimentos nativos, através da intensificação dos investimentos no domínio da investigação, bem como na salvaguarda da biodiversidade relevante, incluindo a mecanização em toda a cadeia de valor alimentar.
De acordo com a especialista em agro-economia, estas culturas órfãs, incluindo os produtos alimentares não-madeireiros, que compõem os principais alimentos básicos africanos, devem ser considerados como as "culturas de oportunidade”, tal como consta na estratégia "Visão para culturas e solos adaptados”, lançada conjuntamente, muito recentemente, pela UA, FAO, USAID e outros parceiros, como os CAAP (Agro-Parques Africanos Comuns).
Outra acção urgente é, segundo a comissária da UA, a operacionalização efectiva do Quadro para a Mecanização Agrícola Sustentável em África(F-SAMA), incluindo o desenvolvimento de tecnologia adaptada às necessidades dos pequenos agricultores, em particular das mulheres e dos jovens.
A angolana Josefa Sacko reiterou a colaboração entre UA e a FAO e destacou o apoio na implementação do acordo de Comércio Livre Continental Africano, especialmente no que diz respeito à promoção do comércio agrícola, para o alcance da soberania alimentar, através da redução das importações de alimentos em África.
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