Sociedade

Degradação do meio ambiente preocupa deputados do MPLA

Manuela Gomes

Jornalista

A falta de educação ambiental e a degradação do ambiente tem preocupado o grupo parlamentar do MPLA, que decidiu realizar, ontem, em Luanda, uma campanha de limpeza na praia Amélia, no distrito urbano da Samba.

01/02/2023  Última atualização 08H10
Iniciativa é um sinal da preocupação com a saúde dos habitantes do país, devido ao aumento de certas doenças nesta época © Fotografia por: Edições Novembro

No final da campanha, a quarta vice-presidente do grupo parlamentar do MPLA e coordenadora da iniciativa, Carla Cativa, disse que têm acompanhado, com grande preocupação, o degradar do meio ambiente, devido, em parte, à falta de educação ambiental dos cidadãos.

Carla Cativa salientou que há uma grande ameaça ao ambiente na capital, em especial nas praias. "Se notarmos a quantidade de lixo depositado à beira mar vemos um grande risco ao meio ambiente”, lamentou, acrescentando que grandes quantidades de resíduos têm sido jogado no mar, a maioria plásticos, material bastante prejudicial ao ambiente. 

"Quando chegamos havia muito plástico amontoado e sabemos que este é um material não biodegradável, quer dizer que leva muitos anos para a decomposição e pode prejudicar as gerações actuais e a futura em termos de protecção do ambiente”, disse.

O compromisso do grupo parlamentar, adiantou, não inclui apenas o trabalho de limpeza na praia Amélia, mas também uma acção semelhante, regularmente, a nível da costa, não só em Luanda, mas por todo o país.

"Temos deputados em todas as províncias do país e o mesmo trabalho também está a ser levado a cabo nas províncias do interior. Naquelas que não têm praias, as campanhas estão a ser feitas nos grandes centros de foco de lixo”, aclarou.

A realização da campanha de limpeza, explicou, é um sinal da preocupação com a saúde. "Estamos no tempo chuvoso e o lixo é prejudicial nesta época, não só em terra, mas no mar também, devido a possibilidade de haver um aumento dos casos de malária e doenças diarreicas agudas”.

 

Movimento associativista

O primeiro-secretário do Comité do MPLA na Samba, Helder Balsa, que também participou da campanha, pediu para se impulsionar mais o movimento associativista, de forma que as questões ambientais estejam mais presentes e se crie uma sociedade mais sã.

"O Dia Nacional do Ambiente é de vital importância e esta campanha nas praias da Samba é uma demonstração do que temos de fazer para melhorar as zonas de conservação, como as praias, e os outros ecossistemas de grande importância”, justificou.

Para Hélder Balsa, é importante que as pessoas tenham mais conhecimentos sobre as questões ambientais e continuem a trabalhar em actividades do género. O Comité do MPLA na Samba, disse, tem realizado, de forma intermitente, campanhas de sensibilização e limpeza, com o apoio de várias associações e ambientalistas.

"Actualmente estamos a realizar campanhas de limpeza na bacia da Corimba, que possui várias praias, entre as quais a da Camuxiba, Mabunda e Amélia. É um projecto real, cujos resultados têm favorecido as comunidades”, sublinhou.

A secretária geral da Organização da Mulher Angolana (OMA), Joana Tomás, que também participou na campanha, apelou para maior salvaguarda do meio ambiente. "É uma forma de evitar qualquer doença ou outros males originados do mal trato à natureza”.

A campanha foi realizada dentro das comemorações do Dia Nacional do Ambiente e juntou, também, ambientalistas de várias associações, assim como de organizações partidárias, como a OMA e a JMPLA.

Celebração da Semana de Conservação da Natureza

Foi no dia 31 de Janeiro de 1976 que terminou a primeira "Semana de Conservação da Natureza”. Com a realização deste encontro, ficou assim determinada a celebração do "31 de Janeiro”, como Dia Nacional do Ambiente, em Angola. Hoje, 31 de Janeiro, o ministério de tutela e parceiros, encorajam as pessoas a pensarem no ambiente de uma maneira mais abrangente. Neste quando, ainda há necessidades de se melhorar a qualidade do ambiente, um factor que promove ou melhor influencia na vida sadia das populações.

A efeméride, de âmbito nacional, foi instituída com base na realização da Semana de Conservação da Natureza, realizada em Luanda, em 1976, com objectivo principal de reforçar os alertas aos diferentes sectores para a necessidade de se adoptarem padrões de vida sustentáveis, que promovam uma gestão equilibrada dos recursos naturais. Estiveram presentes nesse encontro delegações provenientes de Moçambique, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde.

Com efeito, campanhas de plantação de árvores, limpezas dos principais focos de resíduos e palestras de sensibilização da sociedade para um ambiente mais puro tem como objectivo assinalar acções positivas de protecção e preservação do ambiente e alertar as populações e os governos para a necessidade de salvar o ambiente.

O marco lógico da data é mostrar, também, o lado humano das questões ambientais, capacitar as pessoas para serem agentes activos do desenvolvimento sustentável, promover a compreensão de todos sobre a necessidade da mudança de atitudes em relação ao uso dos recursos e das questões ambientais e firmar parcerias para garantir que as próximas gerações desfrutem de um futuro mais seguro e mais próspero.

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