Política

Defendido sistema de denúncias de violação dos direitos humanos

Elizandra Major e António Gaspar

Jornalistas

O director nacional dos Direito Humanos, Yanik Bernardo, defendeu, quarta-feira, em Luanda, a necessidade de institucionalização de um procedimento de denúncias e seguimento de casos de violação destes direitos, a nível de todas as regiões do país.

07/12/2023  Última atualização 10H44
Director Nacional dos Direitos Humanos, Yanik Bernardo © Fotografia por: Edições Novembro
Segundo o responsável, que falava no encerramento do Fórum dos Comités Locais de Direitos Humanos, há um conjunto de denúncias, em função da especificidade de cada província e localidade, que carecem de mapeamento e apresentação de soluções sobre as questões por parte dos comités locais.

Yanik Bernardo defendeu que se deve fazer um trabalho contínuo de educação das comunidades, para uma cultura de direitos humanos, devido ao desconhecimento considerável das principais normas relativas à esta matéria. Disse ser um dos grandes desafios o alcance da "maioridade nacional” em direitos humanos, que, referiu, passa pelo fortalecimento do sistema de denúncias.

Por outro lado, o responsável defendeu a integração da sociedade civil a nível dos comités locais de direitos humanos.

Na abertura do evento, terça-feira, a secretária de Estado para os Direitos Humanos e Cidadania, Ana Celeste Januário, reconheceu os esforços empreendidos pelo país na dinamização do combate ao tráfico de seres humanos e recolha de informações para os relatórios dos coordenadores dos Comités de Direitos Humanos.

A governante, que falava em representação do ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Marcy Lopes, informou que estão a ser criados comités distritais e comunais, de modo a realizar acções de promoção e protecção dos direitos humanos em todas as províncias do país.

Ainda neste contexto, acrescentou que as acções vão servir igualmente para dar resposta às alegações e casos de violação dos direitos humanos registados no país.

De acordo com Ana Celeste Januário, deve-se dar início aos trabalhos de recolha de informações para desenvolver o sistema de denúncias, para que os indicadores nacionais possam divulgar a Estratégia Nacional dos Direitos Humanos e o seu plano de acção.

A governante fez saber que desde a realização do último seminário nacional de capacitação e reforço dos comités dos direitos humanos foi possível realizar dezasseis conferências provinciais e acções de formação de formadores para efectivos da Polícia Nacional.

A promoção e protecção dos direitos humanos em Angola, realçou, ainda tem muitos desafios a nível local, dos quais a definição de orçamento dos comités para o plano de funcionamento, a garantia de estruturas próprias, identificação dos membros das comissões, criação de comités municipais e distritais, bem como o reforço de acções de divulgação e seguimento de queixas.

 

75 anos da adopção da Declaração Universal dos Direitos Humanos

A secretária de Estado, Ana Celeste Januário, lembrou que a realização do Fórum dos Comités Locais de Direitos Humanos enquadra-se nas comemorações dos 75 anos de adopção da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que se assinala a 10 de Dezembro.

"As comemorações deste evento são um momento de celebração, mas, também, uma ocasião para avaliação a nível global das matérias ligadas aos Direitos Humanos”, sublinhou.

Durante as celebrações, disse,  Angola vai apresentar, os cinco compromissos para os próximos 25 anos, por forma a dar continuidade à adesão e ratificação de convecções sobre os Direitos Humanos, reforçar o diálogo com mecanismos das Nações Unidas e da União Africana, adoptar uma política de educação para cultura dos Direitos Humanos, fortalecer a parceria com as organizações da sociedade civil, reforçar os trabalhos do comités, bem como fortalecer as instituições nacionais dos Direitos Humanos.

 

*Com Angop

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