Enoque Bernardo apontou ainda como dificuldades a serem superadas a questão da acessibilidade e da pobreza. "Acreditamos que se o problema da reintegração for respondido, o da pobreza vai ser ultrapassado”, disse. O não cumprimento da percentagem da empregabilidade, lamentou, leva muitas pessoas com deficiência a viverem de forma vulnerável. "Sabemos que para as pessoas com deficiência estão reservados seis por cento nas vagas de emprego, das quais 4 no sector publico e 2 no privado. Mas, infelizmente, não é o que acontece”, disse.

A ANDA, acrescentou, enquanto associação que vela pelos direitos da pessoa com deficiência, tem trabalhado, junto do Executivo, para que o problema seja ultrapassado. "Temos desenvolvido alguns programas de formação e capacitação dos membros. A ideia é que estes tenham meios de subsistência e capacidade para, um dia, trabalharem em instituições do Estado ou privadas”.

 
Melhorias

Os dados do MASFAMU, realçam que a percentagem de pessoas com deficiência é de 2,5, o correspondente a 656.258 cidadãos, dos quais 365.858 homens e 290.400 mulheres.

Actualmente, com base nos dados, o país conta com 775 escolas inclusivas e 21 especiais, com excepção das províncias de Cabinda e Malanje. No sector dos Transportes, realça o documento, existem mais de 200 autocarros adaptados, com rampas elevadoras para os utentes de cadeiras de rodas e lugares reservados para pessoas com deficiência.

No sector do Trabalho e Emprego, no período compreendido entre 2020 até o primeiro trimestre de 2021, os Centros de Emprego registaram um total de 2.617 solicitações de emprego, por parte de pessoas com deficiência.

Deste número 960 foram colocadas em diferentes postos de trabalho.

No capítulo da Saúde, foram criados 11 centros de reabilitação, distribuídos pelas províncias de Luanda, Bié, Cuando Cubango, Moxico, Benguela, Cuanza Sul, Huíla, Uíge e Huambo.