Sociedade

Defendida inclusão de quartéis nos projectos habitacionais

Helma Reis

Jornalista

O Serviço de Protecção Civil e Bombeiros (SPCB) defende a inclusão, nos projectos habitacionais, de infra-estruturas da instituição, de modo a encurtar o tempo de espera na intervenção em incêndios.

18/03/2023  Última atualização 07H45
© Fotografia por: DR

Segundo o comandante do SPCB, os efectivos têm encontrado dificuldades para responder às ocorrências registadas em zonas sem cobertura de quartéis.

O comandante-geral do órgão operativo do Ministério do Interior,  comissário Bênção Mateus, que discursava, ontem, em Luanda,  no acto de abertura do Ano de Instrução, Preparação Combativa e Educação Patriótica 2023-2024 do órgão, realizado na Escola Nacional de Protecção Civil e Bombeiros, em Viana, referiu que, quando se vai atender a uma ocorrência, os operacionais do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros fazem um longo percurso, devido ao crescimento das zonas urbanas.

O comissário Bênção Mateus garantiu que o órgão que dirige é conhecedor de todas as zonas operativas e dos riscos naturais, biológicos e tecnológicos em todo o território  nacional.

A mais alta patente do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros mencionou que, em algumas zonas operativas, tem sido registado um aumento  do número de mortes  por  descarga atmosférica, afogamentos e ataques de jacarés.

O responsável revelou que, no âmbito da protecção contra a queda de raios (descargas atmosféricas), existe uma proposta, já entregue às autoridades governamentais, de instalação de  pára-raios nas  zonas que registam, com mais frequência, o fenómeno natural.

O comissário Bênção Mateus garantiu, por outro lado, que os comandos  provinciais  do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros   têm recomendado, em campanhas  de  sensibilização nas comunidades, a não circulação nas zonas  infestadas  de jacarés.

Na ocasião, o comandante-geral do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros sugeriu a construção, nas comunidades, de tanques   e  chafarizes, cuja existência vai evitar que populares recorram aos rios à procura de água.

Quando se referia a mortes por afogamento, a mais alta patente do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros defendeu mais investimentos em meios de apoio a náufragos e no apetrechamento dos quartéis tácticos de bombeiros, para que seja prestado um trabalho de prevenção e reacção de forma eficiente.

 Formação de bombeiros

Na ocasião, o comandante-geral pediu ao Ministério do Interior que sejam concluídas as obras de construção da futura escola de Protecção Civil e Bombeiros, no município da Baía Farta, província de Benguela.

O pedido de Bênção Mateus deve-se, de acordo com o próprio, ao facto da actual Escola Nacional de Protecção Civil e Bombeiros já não responder à "conjuntura nacional”, em matéria de apoio às acções de instrução e formação de quadros do órgão operativo do Ministério do Interior.

O comissário Bênção Mateus deu ênfase à necessidade de formação técnica e profissional contínua aos instrutores da Escola  Nacional de Protecção Civil  e  Bombeiros. Por esta razão, adiantou o responsável, foram estabelecidas parcerias com escolas de bombeiros do Brasil, Portugal e Cuba.

O novo Ano de Instrução, Preparação Combativa e Educação Patriótica vai ter a duração de nove  meses. Os instruendos vão receber aulas em três dias da semana, devendo a carga horária ser de duas horas.

Os instruendos vão reforçar conhecimentos sobre prevenção, extinção, resgate e salvamento, protecção civil e educação patriótica, assim como ministrar treino  físico-militar, testes de aptidão física,  exercícios  técnicos  especiais  e  ordem  unida.

"Com estes indicadores, temos a plena certeza de que haverá melhorias no exercício das nossas acções operativas”, admitiu o comandante-geral do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros.   

A cerimónia de abertura do novo ano de Instrução, Preparação Combativa e Educação Patriótica foi presidida pelo secretário de Estado para o Asseguramento Técnico do Ministério do Interior, Carlos Albino, em representação do ministro Eugénio Laborinho.

Carlos Albino destacou que a formação contínua dos efectivos "configura uma acção primordial e prioritária do plano de desenvolvimento sectorial do Ministério do Interior.”

No anterior ano de Instrução, Preparação Combativa e Educação Patriótica (2022-2023) estiveram envolvidos 348 instruendos, dos quais 247 mulheres.

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