Os traços histórico-culturais de Angola desde as ancestralidades civilizacionais, às lutas pela conquista da independência, à paz e aos elementos caracterizadores dos novos tempos de desenvolvimento do país vão ganhar, doravante, maior impulso e representatividade no Museu das Civilizações Negras, em Dakar, Senegal.
A Liga Nacional Africana realizou, sexta-feira, uma palestra sob o tema “A poética e a literatura patriótica do Dr. António Agostinho Neto na edificação da Liga Nacional Africana e a sua contribuição para a preservação dos valores da República de Angola”, sendo orador o ensaísta e escritor António Quino.
A palestra teve como moderador o presidente do Conselho Fiscal e Jurisdicional da Liga Africana, Carlos Eduardo da Fonseca Vieira Lisboa, e serviu para celebrar o 17 de Setembro, Dia do Herói Nacional, e mais um aniversário da Liga Nacional Africana.
António Quino, também professor catedrático, começou por destacar o primeiro texto poético de Agostinho Neto escrito em 1938, e do último poema de Agostinho Neto intitulado "Sobre o sangue ainda quente do meu irmão”, escrito em 1972.
Durante a abordagem, recordou Turcino Torres que afirmou que o político matou o poeta, referindo-se a Agostinho Neto. Porém, hoje, por mais fundamentos que haja, garantiu não concordar com essa afirmação.
Segundo António Quino, Agostinho Neto se assumiu como político e depois de se tornar Presidente de Angola o poeta desapareceu. O palestrante cingiu-se nos textos poéticos de Neto e dos discursos que fez antes da proclamação da Independência Nacional a 11 de Novembro de 1975.
Referiu que os indicadores que Agostinho Neto transmitiu aos angolanos no momento da proclamação da Independência já anunciavam a sua poesia, "foi uma ligação que fazia entre o que escrevia depois de ter a oportunidade para materializar”.
António Quino realçou a importância de os angolanos estudarem os textos e os discursos de Neto.
Carlos Lisboa deu a conhecer que a palestra foi realizada na Liga Africana por ser uma casa que contribuiu para o surgimento e consolidação do nacionalismo angolano, e lembrou numerosos factos patrióticos que foram protagonizados nos pretéritos anos do Século XX.
O tema, disse, foi escolhido por ser de interesse público, cuja materialidade foi encontrada na eloquência que é característica do prelector. "Foi através da literatura de Agostinho Neto que marcou a sua passagem pela Liga Nacional Africana com a publicação do poema ‘Adeus à Hora da Largada’ e de uma crónica ‘A propósito do teatro de Keita Fodebá´”, na Revista da Liga.
O moderador acrescentou que foi dessa forma que António Agostinho Neto impulsionou o amadurecimento do espírito nacionalista dos leitores da Revista Angola, da Liga Nacional Africana.
"Neto foi um poeta que pautou sempre pela elevação e resolução dos mais nobres ideais, interesses e necessidades do povo angolano”, salientou o moderador, tendo considerado que o Poeta Maior procurou materializar na política aquilo que defendia na poesia.
A Liga Nacional Africana é uma Associação que congrega dezenas de compatriotas angolanos, com o objectivo de educar, instruir, divulgar a cultura e a história do povo através das mais diversas formas sociais, com destaque para música, literatura, teatro, dança, entre outras expressões artísticas e actividades sociais e recreativas, incluindo formação integral do cidadão angolano.
A palestra, cujo momento cultural foi animado pelo Duo Canhoto, foi prestigiada por várias figuras do mosaico político angolano, com destaque para Amadeu Amorim, Miraldina Jamba, Pedro Van-Dúnem, Diogo Ventura e Michel Caianga.
No fim da palestra, António Quino recebeu das mãos de Óscar Guimarães um certificado de mérito. Em declarações ao Jornal de Angola, Amadeu Amorim apelou ao palestrante a documentar todo o conteúdo divulgado na palestra de forma regular, a fim de incentivar os jovens a lerem mais os poemas de Agostinho Neto.
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