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Darfur foi declarada “zona de catástrofe”

A região de Darfur, no Oeste do Sudão, foi, segunda-feira, declarada “zona de catástrofe” pelos contínuos assassínios e saques, anunciou o governador Minni Arko Minawi, enquanto prossegue a incerteza sobre se haverá uma nova trégua no país.

06/06/2023  Última atualização 09H38
Darfur foi declarada “zona de catástrofe” © Fotografia por: DR

Em comunicado citado pela Efe, o governador da região sudanesa disse que os civis das cidades de Kutum e Al Geneina, no Darfur, vivem em condições consideradas "horríveis”.

"Condeno veementemente os saques e assassínios que ocorreram e ainda estão a ocorrer na cidade afectada de Kutum, no campo de Kasab e na cidade de Nyala (capital do Sul do Darfur) desde sábado e declaramos o Darfur como zona de catástrofe”, refere a nota divulgada. Os confrontos entre o Exército e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR) recomeçaram na região, especialmente na cidade de Kutum, causando mortes e feridos entre a população civil, mas sem que haja números concretos.

Um porta-voz do Crescente Vermelho sudanês (uma organização humanitária), Mohamed Dosa, disse à agência Efe que cerca de 25 pessoas morreram no sábado, quando os paramilitares das FAR atacaram a cidade de Kutum e entraram em confronto com tropas do Exército. Al Geneina tem sofrido uma violência sem precedentes nas últimas semanas, com mais de 460 mortos e milhares de feridos, sem um único hospital a funcionar e sem acesso à água ou eletricidade, segundo o Conselho Norueguês para os Refugiados. 

Os confrontos entre o exército e os paramilitares começaram a 15 de Abril e nenhuma das partes reagiu ainda ao apelo lançado ontem pelos Estados Unidos e Arábia Saudita para recomeçarem o diálogo e alcançar uma nova trégua, depois da última ter terminado no sábado à noite. As tréguas que têm sido acordadas, incluindo as duas últimas (de sete e cinco dias), não têm sido respeitadas apesar da pressão de Washington e Riade, que patrocinaram um diálogo indirecto entre as partes desde 6 de Maio, suspenso devido às várias violações do cessar-fogo. O conflito no Sudão fez pelo menos 850 mortos e mais de 5.500 feridos e já causou a deslocação interna e externa de mais 1,3 milhões  de pessoas, segundo as Nações Unidas.

A Efe referiu, ainda, que pelo menos 20 civis foram mortos domingo, durante um ataque levado a cabo por homens armados no estado de Darfur do Norte, Oeste do Sudão, informou o governador local, Nimir Abdulrahman. Segundo o governador da região, o ataque aconteceu quando homens armados, que se faziam transportar por motorizadas, abriram fogo contra residentes, na cidade de Kutum, na tarde de domingo. 

O governador, no entanto, não descartou que o ataque esteja relacionado com os confrontos em curso no Sudão entre o Exército e o grupo paramilitar Rapid Support Forces (RSF).

Pelo menos 863 civis foram mortos e milhares ficaram feridos em confrontos entre os dois rivais militares, desde 15 de Abril, segundo médicos locais.

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