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Cunene: Inundações impedem contrabando de combustível

Quinito Kanhameni | Ondjiva

Jornalista

As inundações que se registam nos últimos dias, em consequências de fortes chuvas que caíram em toda a extensão da província do Cunene, estão a inviabilizar o contrabando de combustível, uma prática recorrente efectuada na calada da noite por cidadãos, apurou o Jornal de Angola junto de pessoas envolvidas no negócio.

15/01/2023  Última atualização 09H40
Contrabando de combustível está a ser “travado” pela chuva © Fotografia por: Edições Novembro

A reportagem do Jornal de Angola falou com jovens,  angolanos e namibianos, o segmento da população mais envolvida no referido negócio ilícito, na fronteira entre Angola e Namíbia, que confirmaram a dificuldade por força das inundações que se verificam na região.

Alexandre Dinis, 28 anos, que se dedica à venda ilegal de combustível há sete anos, disse ao Jornal de Angola  que as vias terciárias que ligam Ondjiva, Namacunde e Xangongo, onde existe bombas de combustível, as zonas fronteiriças estão intransitáveis, o que está a dificultar a circulação de pessoas que usam caminhos fiotes para a  comercialização de gasolina na Namíbia.

Alexandre Dinis que tem como actividade principal a comercialização de gasolina, na orla fronteiriça referiu que a água da chuva está a  dificultar a venda porque a passagem nas chanas está a ser feita com  muitas dificuldades. "Estamos à espera que a água diminua para  prosseguirmos com as vendas, mas enquanto a situação prevalecer o  custo de vida para os revendedores de gasolina vai ser difícil, porque  muitos tem o ganha-pão no contrabando de combustível”.

Questionado se sabe que o contrabando  constitui crime para  a economia do país, disse que é o desempregado e não tem outro trabalho  para o sustento da sua família. Acrescentou que a chuva é uma bênção de Deus, que  beneficia a maioria e que a venda de gasolina é um ganho  individual, por isso vamos ter paciência, por se tratar de coisa passageira.

O jovem fez saber que os chamados "caminhos fiotes” (vias ilegais) que dão acesso à Namíbia  ficaram intransitáveis,  a única saída agora é o portão oficial do  posto fronteiriço de Santa-Clara, e ali não é  permitido a passagem de  produtos  proibidos por lei, por se tratar de crime económico.  Salientou que se as cheias permanecerem por muito tempo, o custo de  vida para os que se dedicam à venda ilegal  de gasolina vai ser difícil.

Um jovem trabalhador das bombas de combustível da Sonangol do bairro Naipalala, que pediu para falar sob o anonimato, disse à reportagem do Jornal de Angola que, desde o início das chuvas, as longas filas que se verificavam  diminuíram consideravelmente.

Explicou que há pouca pressão no atendimento devido o reduzido número de pessoas que acorrem as bombas para abastecerem as suas viaturas  e outros portadores de bidons plásticos para revenderem na vizinha Namíbia.  

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