A informação foi avançada, sexta-feira, na cidade do Sumbe, pelo chefe de departamento da área, Fernando Sanito, quando fazia o balanço sobre como anda o sector, sublinhando que, apesar das dificuldades financeiras que o país enfrenta, os empresários ligados ao sector trabalham na busca de soluções para a implementação dos negócios.

Entre os projectos referenciados, destacou os de aquicultura, implementados pela empresa Wang Festão, lançado o ano passado, cujo resultados ja são visíveis, o da salineira, que esteve em reabilitação, e que prevê arrancar nos próximos tempos, ambos no município de Porto-Amboim, bem como do lançamento do projecto de alvino na comuna do Quicombo, no município do Sumbe, que conta com quatro tanques e uma capacidade de produção de 12 toneladas de tilápia por trimestre.

Fernando Sanito, em comparação com o trimestre anterior,  lembrou que, no primeiro trimestre do corrente ano, a província registou a captura de cinco mil toneladas de pescado, número que, no período homologo do mesmo ano, teve um aumento de duas mil toneladas no que toca à pesca artesanal que atingiu sete mil 147 toneladas.

O chefe de Departamento das pescas e aquicultura do Cuanza-Sul adiantou, ainda, que o registo de baixas capturas de peixe, nos últimos tempos é um problema em consequência da maré alta, que é um fenómeno que o mar encontra para limpeza do lixo que é proveniente dos rios, valas de drenagem na época chuvosa e da acção humana. "Registámos ausência de pescadores no mar nos ultimos tempos devido à maré alta, que acontece para limpeza do mar, fruto da má acção do ambiente e do homem contra a mesma, facto que está afugentar o peixe e dificultar actividade de pesca, situação que deve se ter conta no sentido de reforçar as medidas de protecção à biodiversidade marítima e não só "lembrou.

Praias do Sumbe

Além de as estimativas do sector das pescas aumentarem a cifra de capturas, a realidade vivida nas praias do município do Sumbe é diferente, denotando-se a uma baixa de captura, que está a preocupar os pescadores da região.

A situação está a criar embaraços também aos consumidores do Sumbe.

Adriano Jorge, pescador há oito anos, e morador no bairro do Chingo, trabalha com um grupo de jovens, numa embarcação, e disse ao Jornal de Angola que a situação de baixa captura começou desde o  momento que água do mar ficou turva devido à maré alta." Deixamos de ir ao mar pescar devido à fúria das águas, situação que está a afugentar o peixe, e a criar constrangimentos no exercício da actividade, o que também cria danos materiais aos equipamentos de pesca”, disse.

Alberto Chico Diamba é outro pescador que se mostra inquieto com a baixa captura nas duas últimas semanas e apontou como causas as chuvas que arrastaram argila para o mar, má acção do homem contra o mar e as ocorrências de mares altas.