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Cuanza-Norte: Obras para conter ravinas começam dentro de dias

André Brandão | Ndalatando

As obras para conter quatro ravinas nos municípios de Ambaca e Samba-Cajú, a 191 e 105 quilómetros de Ndalatando (Cuanza-Norte), começam dentro de dias, segundo explicações dadas, sexta-feira, no acto de consignação da empreitada.

12/03/2023  Última atualização 08H41
Na província do Cuanza-Norte estão identificadas vinte ravinas à espera de intervenção para não destruírem infra-estruturas económicas e sociais © Fotografia por: Nilo Mateus | Edições Novembro

Os trabalhos, no âmbito do Programa Nacional Emergencial de Contenção de Ravinas, serão acompanhados por técnicos do Ministério das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação.

Na província do Cuanza-Norte, segundo dados fornecidos durante o acto de consignação, estão identificadas 20 ravinas e, para serem estancadas, serão necessários, em cada uma, 400 milhões a mil milhões de kwanzas, de acordo com as dimensões. 

Segundo o administrador municipal de Ambaca, a progressão de ravinas nos bairros Henda de Baixo e de Cima fez com que mais de 100 famílias abandonassem as suas casas para se acomodarem numa área mais segura, cedida pelas autoridades administrativas.

Francisco Cambango explicou que na referida zona habitam mais de duas mil famílias, mas, devido à progressão das ravinas, parte da população foi obrigada a abandonar as suas casas. 

Acrescentou que os bairros Henda de Baixo e de Cima dão acesso a uma zona de produção, mas, actualmente, a via encontra-se danificada. 

Segundo o administrador, das 15 ravinas identificadas no município, três (as dos bairros Henda de Baixo e de Cima, próximo ao Hospital Municipal, e a do bairro 4 de Abril, a escassos metros do Estádio Municipal de Futebol) necessitam de intervenção urgente.

Explicou que as ravinas começaram a surgir em 2015 e, neste momento, a maior tem 700 metros de extensão e 15 de profundidade.

Na via que liga o sector dos Pambos de Sonhe, no município do Samba-Cajú, em direcção ao de Quiculungo, será intervencionada uma ravina, que, nos últimos tempos, tem dificultado a circulação entre as duas localidades.  

A administradora municipal de Samba-Cajú, Anabela Dias, mostrou-se satisfeita com o plano de contenção da referida ravina, para tornar a circulação rodoviária entre as duas localidades mais fluida e melhorar as trocas comerciais.

O representante da empresa China Tiesiju Civil Engineering Group (CTCE), que vai executar os trabalhos, explicou que primeiro será feita a desmatação, seguindo-se a construção das valas para facilitar a drenagem das águas pluviais, de modo a se evitar a destruição das casas ao lado. 

Segundo Pu Keyi, os pagamentos estão em curso e os equipamentos e mão-de-obra preparados. Deu a conhecer que o estancamento de cada ravina poderá durar cerca de um mês.

O director nacional de Obras de Engenharia, Lucau Kiampuku, garantiu que os trabalhos vão começar imediatamente, tendo sido contratadas empresas mobilizadas localmente, para que não haja dificuldades no período de preparação e início da empreitada. 

A nível do país, referiu, existem províncias, que, devido à sua formação geológica, têm solos menos resistentes que favorecem o surgimento de ravinas, concretamente as Lundas Norte e Sul, Cabinda, Uíge e Malanje, que têm mais processos erosivos à espera de intervenção. 

De recordar que o Executivo aprovou, recentemente, cerca de 90 mil milhões de kwanzas para travar a progressão de 742 ravinas a nível do país, no âmbito do Programa de Contenção e Estabilização de Ravinas.

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