Economia

Cuanza-Norte: “Mosaico” devasta cultura da mandioca

Marcelo Manuel | Ndalatando

Jornalista

Famílias camponesas de três comunas do município de Ambaca, província do Cuanza-Norte, podem, nos próximos meses, enfrentar carência no consumo de mandioca e derivados, devido ao surgimento de uma praga conhecida como “mosaico”, que está a devastar a maior parte da cultura do referido tubérculo.

31/07/2024  Última atualização 10H42
Praga pode diminuir previsão de colheita no Cuanza- Norte © Fotografia por: Marcelo Manuel | Edições Novembro

O facto foi descoberto por meio de um estudo realizado pela agrónoma especialista em metodologias de escolas de campo, Nádia Paulo, em três das quatro comunas do município, tendo concluído que 70 por cento da cultura da mandioca na região do Luinga está afectada pela enfermidade.

Para a inversão da situação, a técnica sugere a introdução de estacas melhoradas de mandioqueiras e a total destruição das que estão afectadas.

A agrónoma mostra-se preocupada pelo facto de o tubérculo ser uma das culturas principais na dieta da população local, principalmente para o fabrico de bombó, usado para fazer o funje.

Segundo a especialista, a praga afecta essencialmente as folhas, resultando na má nutrição da planta que de forma automática gera poucos ou frutos fracos. "A planta até pode gerar frutos, mas dificilmente se atinge as 20 toneladas por hectare”, disse.

Salientou que o Executivo, por meio do programa de resiliência dos agricultores familiares, no âmbito da criação das escolas de campo, está a dotar os camponeses com capacidades técnicas para selecção de sementes, incluindo estacas de mandioca, de modo a evitar o alastramento da doença.

Nádia Paulo referiu que há um compromisso no seio dos agentes do sector agrário da província para a erradicação da praga.

Apelou às administrações locais no sentido de incentivarem e apoiarem o projecto, de modo que se consiga a reversão da situação o mais rápido possível.

A enfermidade é provocada por um insecto conhecido por mosca branca, que ao sugar a seiva da mandioqueira contamina a planta com uma toxina que inibe a fotossíntese, tida como a capacidade usada pelo vegetal para a conversão da energia luminosa em química, permitindo o processo de alimentação do organismo.

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