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Cuando Cubango: Projecto de protecção da biodiversidade começa dentro de três meses

Carlos Paulino | Menongue

Jornalista

O projecto de protecção da biodiversidade, denominado Ecossistemas, Comunidades e Clima no Cubango-Okavango (ECCO), que conta com um financiamento de 7,5 milhões de dólares do Governo dos Estados Unidos e mais dez milhões do sector privado, arranca dentro de três meses soube o Jornal de Angola junto da equipa de trabalho.

27/01/2023  Última atualização 10H52
Equipa do Governo do Cuando Cubango e da USAID traçam estratégias para melhorar os níveis de intervenção na protecção do ambiente © Fotografia por: Carlos Paulino |EDIÇÕES NOVEMBRO|MENONGUE

William M. Butterfield informou que o projecto ECCO visa promover os meios de subsistência da população através da protecção da biodiversidade, floresta e resiliência climática, ajudar numa governação liderada pela comunidade para gestão sustentável dos recursos hídricos e serviços de saneamento, assim como reforçar a colaboração multissectorial para protecção da biodiversidade e o bem-estar das populações que vivem ao redor do rio Cubango e não só.

Segundo o director da USAID, os esforços que serão empreendidos ajudarão a sustentar a bacia do rio Cubango e os seus valores naturais únicos, melhorar o bem-estar da população e fomentar economias vibrantes e sustentáveis em Angola, Namíbia e Botsuana.

Esta actividade, disse, responde às exigências da lei de defesa económica dos meios de subsistência e de ameaça dos animais de 2018, para o qual chama a atenção ao governo dos EUA a engajar-se de forma ampla com parceiros, com vista a apoiar o crescimento económico inclusivo, através de programas de conservação da biodiversidade que facilitam a cooperação transfronteiriça e a melhoria da gestão dos recursos hídricos e naturais, criando assim uma capacidade local para protecção e preservação das espécies selvagens ameaçadas na grande bacia do rio Cubango e de outras bacias vizinhas. 

Sublinhou que por este facto espera-se, com a implementação do projecto ECCO, o empoderamento das comunidades do Alto Okavango para uma melhor planificação, governança, monitoramento e gestão eficiente dos recursos hídricos, bem como providenciar as comunidades do Alto Okavango com conhecimento e habilidades e parcerias que conduzam a uma liderança culturalmente responsável e liderada pela comunidade, tal como na prática da pesca sustentável e cooperativas comunitárias que aumentam as oportunidades económicas e a melhoria das suas condições de vida.

Outros resultados que se esperam são o melhor acesso ao abastecimento sustentável de água, saneamento e energia limpa, melhorar a protecção da biodiversidade do Alto e Baixo Okavango e os seus serviços ecossistêmicos, incluindo o sequestro de carbono.

Melhorar as acções de conservação que visam tanto o aumento das oportunidades económicas, como também para responder às ameaças à biodiversidade e o bem-estar das populações, assim como maiores oportunidades de meios de subsistência inclusivos, visando mulheres e populações marginalizadas, constam dos resultados esperados com a implementação do projecto ECCO.

William Butterfield fez saber que para o êxito deste projecto a USAID vai contar com a parceria das Organizações Não Governamentais, OKACOM, ADPP, ACADIR, BPC, Sun África e Kixi-Crédito, para melhorar os meios de subsistências e conservar a biodiversidade ecologicamente, hidrologicamente e economicamente crítica da bacia do Alto do rio Cubango de Angola.

Recordou que os planaltos de Angola alimentam cerca de 95 por cento das águas que sustentam o Delta do Okavango e abriga vastas turfeiras de armazenamento de carbono. Afirmando que por este facto o futuro do rio Cubango e da biodiversidade da região do Okavango depende extremamente das decisões e acções tomadas na parte de Angola.

O director da USAID referiu que designado como património mundial pela UNESCO por ser um dos principais destinos turísticos para o safari em África, o Delta do Okavango deve a sua existência ao rio Cubango em Angola, onde a água flui e cria a única bacia hidrográfica repleta de turfeiras e florestas que além de fornecerem um santuário a vida selvagem, actuam como um sumidouro de carbono.

"A mudança no uso da terra, o desvio da água, a exploração dos recursos naturais e urbanização, ameaçam agora o futuro do rio Cubango e os serviços que ele oferece, para a natureza e o bem-estar das populações”, disse.

 

Equipa técnica da USAID

Uma equipa técnica da Agência dos Estados Unidos da América para o Desenvolvimento Internacional (USAID) trabalha desde esta quinta-feira, na província do Cuando Cubango para recolher contribuições para a implementação de um projecto de protecção da biodiversidade, denominado Ecossistemas, Comunidades e Clima no Cubango-Okavango (ECCO).

O projecto que terá a duração de cinco anos de execução, e visa a protecção da vida selvagem, melhoramento ao acesso de água potável, saneamento, pesca sustentável, energia limpa, entre outros benefícios, com vista a garantir o bem-estar social das populações e os seus meios de subsistência.

O director da USAID em Angola, William M. Butterfiel, que chefia a delegação, manteve um encontro de cortesia com o governador do Cuando Cubango, José Martins, para explicar os principais objectivos do projecto ECCO que tem o seu arranque previsto para dentro de três meses. 

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