Uma Equipa Multissectorial liderada pelo secretário de Estado para a Economia, Ivan dos Santos, termina, hoje, uma deslocação de três dias ao Cuando Cubango, para onde se projecta afectar uma área de 500 hectares ao Plano Nacional de Fomento da Produção de Grãos (Planagrão).
A área abarca os municípios de Menongue, Cuchi e Cuito Cuanavale, aos quais se desloca a delegação integrada pelo secretário de Estado para as Autarquias Locais, Márcio Daniel, e por representantes do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA) e do Fundo de Activo de Capital de Risco Angolano (FACRA).
Os três municípios foram seleccionados por serem os únicos de fácil acesso para os potenciais investidores e por oferecerem melhores perspectivas para o escoamento dos produtos do campo para a cidade e vice-versa.
Ivan dos Santos disse que o trabalho para a identificação dos 500 mil hectares na província do Cuando Cubango estará a cargo das Administrações Municipais, por serem as instituições do Governo que conhecem melhor as áreas propícias para o cultivo de cereais.
O objectivo, apontou, é identificar zonas que tenham potencial para o cultivo dos quatro cereais seleccionados para o Planagrão, nomeadamente, arroz, milho, trigo e soja, bem como potenciais investidores que possam financiar a projectos, além do Cuando Cubango, nas outras três províncias inseridas no plano, Lunda-Norte, Lunda- Sul e Moxico.
À medida que forem identificadas novas áreas para a implementação do Planagrão, vai ser definido o pacote a se investir em cada região. "O nosso objectivo é recorrer com maior precisão ao investimento directo estrangeiro e não aos recursos ordinários do tesouro nacional”, disse Ivan dos Santos, considerando ser necessária maior dinâmica para o lançamento do projecto nas províncias já identificadas e em outras zonas do país.
Ivan dos Santos anunciou que, na segunda-feira, um grupo técnico da Sérvia manifestou-se interessado em investir na produção de arroz, milho e proteína animal nas áreas de implementação do Planagrão, algo que leva a que sejam redobrados os esforços para a identificação o mais rápido possível de dois milhões de hectares, à razão de 500 mil para cada região nas quatro províncias seleccionadas.
"Vamos continuar com o nosso trabalho de identificação das localidades para implementação do Planagrão, tendo em conta que é intenção do Governo angolano imprimir maior dinâmica para que, num curto espaço de tempo, possa proporcionar os resultados preconizados”, disse Ivan dos Santos.
Áreas disponíveis
O director-geral da Fazenda Agro-Industrial do Longa, Tomás Barroso, disse que a organização que dirige tem identificados cinco mil novos hectares numa área em que apenas 800 estão a ser trabalhados na produção de arroz na presente Campanha Agrícola, com uma previsão de colheita de três mil toneladas.
Tomás Barroso disse que a Fazenda Agro-Industrial do Longa tem recursos humanos qualificados e áreas bem identificadas para implementação do Planagrão, faltando apenas equipamento mecanizado, com realce para tractores e alfaias agrícolas, pivôs de irrigação, sementeiras e colhedoras.
Destacou que, com o apoio do Planagrão, a Fazenda Agro-industrial do Longa vai aumentar de forma significativa os campos de cultivo, o que será uma mais-valia para o país e para o Cuando Cubango, em particular, na produção em escala de arroz para que Angola deixe de importar este grão.
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