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Criminalidade tem baixo registo

O Comando Municipal de Belas da Polícia Nacional registou, de Outubro a Dezembro do ano passado, 1.721 crimes diversos, sendo menos 417 em relação a igual período do ano anterior. Destes, 88 foram casos relacionados com homicídios voluntários, tendo resultado na detenção de 911 cidadãos (mais 182).

17/03/2021  Última atualização 12H15
Comandante Fragoso Neto © Fotografia por: João P. Manuel | Edições Novembro
Falando para o Jornal de Angola, o comandante mu-nicipal de Belas da Polícia Nacional, superintendente-chefe Fernando Fragoso Neto, especificou que houve 437 roubos (menos 236), sendo 21 de viaturas, 97 de motorizadas, 46 de valores monetários, 27 de telemóveis, quatro de acessórios de viaturas, entre outros casos.
No tocante casos de furtos, no período em alusão, estão assinalados 400 (menos 206), entre os quais 24 de viaturas, 10 de motorizadas, 74 acessórios de viaturas, 15 de materiais de construção e 250 de artigos diversos, entre outros.

A entidade policial revelou ainda o registo de 27 crimes de homicídio voluntário, com recurso a arma de fogo, outros três com utilização de arma branca, 21 casos de morte por espancamento, 10 casos de assassinato por carbonização, quatro tentativas frustradas de homicídio, 18 ofensas corporais e 43 violações sexuais.  
No âmbito da acção policial, foram, entretanto, recuperadas 21 armas de fogo de diversas marcas, assim como 36 viaturas, de diferentes marcas e modelos. No balanço feito, Fragoso Neto referiu-se ainda a 463 crimes contra pessoas (menos 125), tendo sido esclarecidos 284 e detidos 306 cidadãos.  
As principais causas dos crimes contra o cidadão comum são resistência ao roubo, rixas entre conhecidos, justiça pelas mãos próprias, questões passionais, circulação em locais isolados no período da noite, simulação de serviço de táxi (por parte dos meliantes), ameaças com arma de fogo, coação física e vários casos provocados por marginais.

O comandante municipal de Belas da Polícia Nacional assegura que, de acordo com os dados disponíveis, os homicídios, roubos qualificados no interior de residências, roubos de viaturas, furtos de acessórios no interior das viaturas, assaltos na via pública e violência doméstica são as ocorrências mais frequentes.

Segundo o Superintendente - chefe Fernando Fragoso Neto, a construção desordenada, a falta de um plano urbanístico, bem como a precariedade das vias de acesso são as principais dificuldades que o Comando Municipal de Belas da Polícia Nacional encontra para fazer um patrulhamento de proximidade.
"Com uma área de 942 km quadrados e 900 mil habitantes, o município de Belas tem seis distritos urbanos e está composto por 65 bairros e 22 condomínios, onde os efectivos da Polícia Nacional realizam o patrulhamento”, disse o comandante.

O comandante sublinha que uma das funções primárias da polícia é a prevenção da ocorrência de crimes. No entanto, refere, "só é possível cumprir esta missão com vias de acesso em boas condições para circulação, para que os nossos efectivos cheguem em tempo útil onde é necessário”.
"A maior parte dos distritos de Belas, com excepção da Centralidade do Kilamba, tem problemas sérios de vias de acesso e falta de iluminação pública. Estes dois elementos facilitam a acção dos delinquentes, permitindo-lhes realizar as acções com êxito e perturbarem a ordem e tranquilidade dos munícipes”.
A extensa dimensão e o terreno acidentado do Distrito do Morro dos Veados e o difícil acesso a alguns bairros são apontados como umas das grandes dificuldades que os agentes policiais encontram no patrulhamento.
 
O crescimento demográfico desordenado foi também apontado pelo comandante municipal de Belas como causa para o aumento da criminalidade, pelo facto de os bairros crescerem muito, antes de aparecerem as estruturas do Estado.
"Nestas situações, a Polícia Nacional tem que acompanhar a dinâmica e, tendo em conta a conjuntura que o país está a viver, vamos também nos ajustando, montando esquadras nos bairros que vão surgindo”, esclareceu.


Denúncia  
Para baixar o índice de criminalidade, o comandante de Belas aconselhou a população a criar o hábito de fazer denúncia e não se afastar da Polícia.
"A partir do momento em que exista uma cooperação permanente entre os cidadãos e as autoridades, haverá condições para prevenir que aconteçam outros delitos”, disse.
 
Segundo Fernando Fragoso Neto, geralmente, as pessoas só fazem denúncias quando lhes acontece alguma coisa, mas se tudo está bem, mantêm-se no silêncio, mesmo sabendo de indivíduos que perturbam a ordem pública.  
"Por estes e outros motivos, queremos aqui, mais uma vez, aconselhar os munícipes a criarem o costume de fazer denúncias, mesmo que os criminosos sejam nossos  parentes, porque a cadeia tem também a função de reeducar as pessoas”, disse Fernando Fragoso Neto.


Invasores de terras
Diariamente, chegam várias queixas de camponeses que alegam perder as suas terras, a favor de indivíduos que vendem a terceiros e deixam os proprietários em situações complicadas.  
O comandante municipal de Belas da Polícia Nacional afirmou que, para garantir a segurança dos munícipes, foi feito um trabalho para identificar os indivíduos que realizam estas práticas de invasão de terras, a fim de levá-los à justiça.

Acrescentou que estas actividades lesam cidadãos humildes, que durante muitos anos cultivaram estes terrenos.
"As autoridades policiais já fizeram um trabalho de investigação e estão todos identificados. Vamos realizar uma operação com a ajuda da administração, para acabarmos com estas práticas que prejudicam muitas famílias”, garantiu. 

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