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Covid-19: Prova anal obrigatória para quem desembarca em Pequim

As cidades chinesas de Pequim e Tsingtao estão a exigir provas anais de Covid-19 às pessoas que cheguem do estrangeiro, noticiou ontem a imprensa oficial da República Popular da China.

30/01/2021  Última atualização 13H55
© Fotografia por: DR
De acordo com o diário estatal Global Times, a capital do país e a cidade de Tsingtao, da província de Xantum, estão a exigir este novo método de prova como parte dos requisitos de quarentena para quem chega do estrangeiro.
Os testes, segundo especialistas citados pelos órgãos de comunicação social locais, são mais eficazes do que outros usados até ao momento, como amostras através do nariz (a mais comum das provas PCR), saliva ou sangue.As provas anais já foram praticadas em Xangai, em 2020, como um dos métodos padrão para autorizar as altas hospitalares aos doentes de Covid-19, mas foram mais tarde abandonadas.

Nas últimas semanas, perante os surtos que se verificam no país, algumas cidades recuperaram o método anal, para comprovar casos suspeitos e para contactos com pessoas infectadas ou, como na província de Jiangsu (leste), para os controles de rotina a trabalhadores que laboram em cadeias de frio, um sector que é apontado como responsável pela última vaga de contágios.Uma das pessoas que foi submetida ao teste anal descreveu a prova como "estranha”, em declarações ao jornal Beijing News.

"Uma pessoa tira as calças, debruça-se sobre a cama e sente a introdução dos cotonetes no ânus duas vezes. Demora 10 segundos de cada vez”, disse.Nas redes sociais chinesas, algumas pessoas criticam a medida e questionam se é realmente necessária, tendo em conta que os outros métodos, mais comuns, já demonstraram ser eficazes.

Citado pelo Global Times, o director do Centro Clínico de Saúde Pública da Universidade de Fudan (Xangai), Lu Hongzhou, assegura que as provas anais "são mais estáveis” do que as do nariz ou garganta.Segundo cientistas chineses, o coronavírus desaparece mais rapidamente neste tipo de amostras (nariz) do que nas anais que dizem ser mais adequadas para pacientes assintomáticos ou para aqueles cujos sintomas já desapareceram.
Máscaras

A China exportou cerca de 220 mil milhões de máscaras cirúrgicas, no ano passado, disse ontem o Ministério do Comércio, face à forte procura mundial por produtos médicos para lidar com a pandemia da Covid-19.

Este número corresponde a 40 máscaras por cada pessoa a viver fora da China. O país asiático foi o primeiro a ser atingido pelo novo coronavírus, mas rapidamente retornou à normalidade, após adoptar fortes medidas de prevenção contra a doença, estabelecendo-se, de seguida, como o principal fabricante de máscaras do mundo.

Pequim não hesitou em usar doações como ferramenta diplomática, divulgando-as amplamente fora e dentro do país. A China também exportou 2,3 mil milhões de fatos de protecção e mil milhões de testes contra o vírus, disse o vice-ministro do Comércio, Qian Keming, em conferência de imprensa.Para a China, esta foi uma "contribuição importante para a luta global contra a epidemia”, notou.A economia chinesa cresceu 2,3%, no ano passado, impulsionada em grande parte pela produção de equipamentos contra a Covid-19.

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