Política

Corpo de António Valeriano vai hoje a enterrar na província do Huambo

António Gaspar |

Jornalista

Os restos mortais do tenente-general reformado António Domingos Valeriano, um dos comandantes da célebre Batalha do Cuito Cuanavale, falecido na última segunda-feira, em Luanda, vítima de doença, vão, hoje, a enterrar na localidade de Kawayala, na província do Huambo, sua terra natal.

02/12/2023  Última atualização 07H20
Secretário de Estado para os Antigos Combatentes considerou o malogrado um combatente íntegro e invulgar na simplicidade © Fotografia por: João Gomes| Edições Novembro
Antes da transladação do corpo para a província do Huambo, ontem, no período da manhã, o Ministério da Defesa Nacional, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria rendeu homenagem, em velório oficial de Estado, ao tenente-general, no Quartel do Exército, ex-RI20.

O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, general de aviação Altino dos Santos, presente no velório frisou que o António Valeriano "foi um comandante exemplar durante as acções da Batalha do Cuito Cuanavale e com mestria soube avançar quando fosse possível”.

Já a Federação dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria (FACVP) destacou o general reformado como um dos heróis da Batalha do Cuito Cuanavale, momento que "mudou a África e a história do mundo”.

"António Domingos Valeriano foi um militar de fortes convicções que, ao longo do tempo, prestou relevantes serviços militares nos processos de luta à causa dos sublimes interesses da nação angolana, cumprindo com zelo, dedicação e sentido patriótico as missões que sempre lhe foram confiadas”, disse o secretário de Estado para os Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, Domingos Tchikanha.

Durante a leitura do elogio fúnebre, Domingos Tchikanha acrescentou que o malogrado foi "um destacado combatente que soube emprestar um notável contributo na luta para a conquista da paz e defesa da pátria”, frisando ter sido "um combatente íntegro e invulgar na simplicidade e afável no trato social com os outros”.

Para o secretário do Bureau Político do MPLA para os Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, Pedro Neto, a morte do tenente-general diminui a possibilidade de as gerações vindouras vivenciarem a narração da primeira pessoa que participou da Batalha do Cuito Cuanavale e, igualmente, em outros confrontos militares. "O tenente-general António Domingos Valeriano destacou-se como um dos mais intrépidos comandantes da história militar, que soube interpretar e aplicar na prática os anseios mais nobres do povo angolano ao longo do prolongado conflito armado que assolou o país, com uma vasta e reconhecida experiência militar”, reconheceu o general Pedro Neto.

Por último, acrescentou que o militar tinha qualidades invulgares, dentre elas, a capacidade de tornear as dificuldades nas frentes de batalha e a inteligência de usar a simplicidade e o exemplo pessoal para mobilizar os subordinados e, deste modo, responder ao chamado de dever, quando fosse necessário defender de armas na mão a inviolabilidade do solo pátrio.

António Domingos Valeriano nasceu a 10 de Outubro de 1956, no município da Caála, província do Huambo. No percurso militar, o tenente-general destacou-se como um dos comandantes da histórica e vitoriosa Batalha do Cuito Cuanavale, travada a 23 de Março de 1988, que deu o ponto da viragem decisiva na guerra em Angola, com implicações regionais, e permitiu os acordos de Nova Iorque, responsáveis pela Independência da Namíbia e pelo fim do regime do apartheid, na África do Sul.

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