Economia

Cooperativa investe 77,7 milhões para produzir tilápia em Luanda

Massoxi Paxe

A província de Luanda poderá atingir uma produção de 800 toneladas de tilápia, em seis meses, com a aplicação de 77.768.985,94 de kwanzas destinados à construção de 60 tanques, anunciou o director-geral da cooperativa Agrovital.

05/08/2024  Última atualização 08H47
A cooperativa quer financiamentos para produzir ração © Fotografia por: DR

Em entrevista ao Jornal de Angola, em Luanda, João Joaquim, fez saber  que a implementação do projecto, cuja execução poderá ocorrer na segunda quinzena de Fevereiro de 2025, vai abranger, inicialmente, os municípios de Viana e de Belas.

O plano que  contempla a construção de estruturas  circulares numa dimensão de 13 diâmetros e 1,5 m de altura visa à produção de peixe em grande escala.

No entanto, o projecto desenvolvido com fundos próprios conta com cerca de 20 associados e com a sua conclusão vai beneficiar 30 jovens em emprego directo e 60  em emprego indirecto, sendo que 90 por cento da mão-de-obra será contratada localmente.

O programa, inicialmente implementado, em Luanda, é de domínio nacional, sobretudo em zonas recônditas das províncias  de Malanje, Cuando Cubango, Moxico e o Leste do país em que o acesso ao peixe é quase inexistente. Nestas áreas, serão construídos 15 tanques para a criação de peixe em regime intensivo.

O projecto que será desenvolvido através da criação do Pólo Educacional virado à prática de tilapicultura em toda a extensão do país, além de fornecer uma fonte sustentável de alimento fresco,  poderá criar oportunidades de emprego e o aumento da renda para muitas famílias locais.

"No entanto, sustentou, no âmbito da expansão do programa, existe a grande necessidade de trabalhar com as famílias no sentido de formar, incentivar e promover a criação de tilápia para o auto-sustento, bem como desenvolver a cadeia de negócio deste produto", disse.

O projecto, alinhado com o  Programa de Desenvolvimento Económico e Social das famílias a nível nacional, conta com capital próprio e aplicado de forma contínua, desde 2022, e concorre com as acções estratégicas das autoridades locais de combate à pobreza.

Uma das grandes dificuldades enfrentadas pelos operadores desta área é o acesso ao financiamento bancário tendo como impedimento questões de natureza técnica e jurídica, designadamente a apresentação de um plano de negócio e direito de superfície.

Apesar de alguns incentivos desencadeados pelo Estado com vista a encorajar a actividade pesqueira no país, a cooperativa não teve ainda qualquer oportunidade de beneficiar destes recursos no âmbito das linhas de financiamento destinadas ao sector.

Para haver maior facilidade no processo, João Joaquim, entende que todas as cooperativas ou empresas do ramo deviam ser cadastradas e proceder a uma avaliação de projectos apresentados por diferentes companhias.

 
Matéria-Prima

Quanto à proveniência da matéria-prima, João Joaquim garantiu, existem localmente algumas entidades detentoras de alevinos para a criação e para a produção de ração, ao frango, banana e outros produtos existentes no país que facilitam a criação natural da porção e que ajudam a não  encarecer o projecto.

A utilização deste produto não oferece ao peixe qualquer problema de contra-efeito (contra indicação) já que são certificados, testados em laboratórios e aplicados em outros países.

"Um dos grandes desafios quando se fala na implementação na criação de tilápia tem sido a ração, geralmente a ração vem de fora e só este trajecto já encarece o projecto, então se nós criarmos a nossa própria ração estaremos a baixar significativamente os nossos custos", disse.

Para o director da cooperativa o que se pretende é haver maior sensibilidade da parte das instituições para que os volumes de financiamento das instituições bancárias e não bancárias destinados à produção de peixe atinjam de facto os operadores.

Segundo o director-geral, faz parte do projecto a assinatura de protocolos com as pequenas e grandes estruturas comerciais do país no sentido de se estabelecer parcerias comerciais como potenciais clientes e desta forma permitir que as famílias angolanas com pouco poder de aquisição possam ter o acesso ao produto.

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