Opinião

Consciencialização e prevenção do cancro

O mês de Novembro está a ser caracterizado, um pouco por todo o mundo, pela campanha de consciencialização e prevenção do cancro da próstata, o mais frequente entre os homens e, curiosamente, com maior taxa de cura, segundo a comunidade médica.

18/11/2023  Última atualização 06H00
Logo, o Novembro Azul, designação da campanha que decorre este mês, visa, também, desconstruir a ideia da suposta diminuição dos valores da masculinidade, com os procedimentos de rastreio que, como se sabe, entre outros, envolve o chamado toque rectal.

Na verdade, essa fase da campanha que envolve o cancro da próstata sucede como complemento da iniciativa denominada "Outubro Rosa”, que tem que ver com os mesmos propósitos relacionados com o cancro da mama.

Atendendo à nossa realidade cultural e outros factores de natureza objectiva e subjectiva, a perspectiva de adesão às campanhas de sensibilização e exames, mesmo quando oferecidos , é sempre baixa. Há um défice elevado de informação sobre as duas doenças que ainda prevalece, independentemente do esforço das instituições do Estado e parceiros a fim de se reverter o actual quadro preocupante.

As doenças cancerígenas fazem parte, hoje, da realidade sanitária mundial, numa altura em que alguns estudos apontam para a perspectiva de crescimento dos casos por força de um conjunto de factores, nomeadamente a degradação das condições de vida, alterações climáticas, estilo de vida, entre outros.

Diz-se que em todo o mundo, nos próximos tempos, uma em cada três pessoas desenvolverá algum tipo de cancro, um rácio que, segundo alguns estudos, poderá evoluir para a metade.

Na verdade, quando olhamos para os números relacionados com a especialidade de Oncologia, em Angola, acabamos por ficar, de alguma maneira, surpreendidos com a avalanche de casos registados a cada ano que passa e, mais preocupante, grande parte deles em fase avançada da enfermidade.

Esperemos que haja maior consciencialização sobre as doenças oncológicas mais frequentes, nomeadamente a ligada à mama e à próstata, no sentido de que as pessoas sejam levadas a aderir aos procedimentos de rastreio e análise.

Precisamos de ultrapassar barreiras culturais, filosóficas e religiosas para aderirmos aos procedimentos normais que nos devem levar ao conhecimento sobre a doença e, na eventualidade de prevalência ou ocorrência, iniciar mais cedo a terapia. É importante saber que todas as doenças cancerígenas são, sempre, mais fáceis de tratar quando o  diagnóstico é feito precocemente.

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