Os cidadãos angolanos aprovados no Concurso Público da Comissão Nacional Eleitoral para trabalhar nas mesas de assembleia de voto, em Brasília, nas Eleições Gerais de 24 de Agosto próximo, participam, desde esta terça-feira, numa acção formativa que decorre na embaixada de Angola no Brasil.
O Executivo promove, quinta e sexta-feira, no Centro de Convenções de Talatona (CCTA), a Conferência Internacional sobre a Transição Digital na Administração Pública, que, entre vários objectivos, visa apresentar soluções e promover “reflexões cruciais” para os processos de modernização, digitalização e interoperabilidade na administração do Estado.
Designada "governo.ao”, o encontro será facilitado pelo Instituto de Modernização Administrativa (IMA), que, durante os dois dias de exposições e debates com especialistas nacionais e estrangeiros, vai, também, colher contribuições para a elaboração da Agenda Digital de Angola.Em declarações ao Jornal de Angola, o director do Instituto de Modernização Administrativa, Meik Afonso, disse que o objectivo da conferência é promover a elaboração da Agenda de Transição Digital para a Administração Pública.
Para o responsável, o país precisa de uma agenda para que todos os entes públicos, em particular, os que prestam serviços públicos, possam ter uma base comum virada à sua modernização. Entenda-se, assim, a simplificação e a desburocratização dos serviços prestados aos cidadãos e às empresas. "Isto não significa que até ao momento não se tem vindo a digitalizar, simplificar ou desburocratizar”, pontualizou, tendo realçado que a iniciativa já existe, mas tem acontecido fora de uma agenda e de uma base comum, que acima de tudo permita harmonizar as acções.
"Essa harmonização vai permitir uma visão mais clara, objectiva e mais assertiva sobre as medidas”, frisou o responsável. "Isso só será possível se tivermos uma base que nos permita ter uma visão e, ao mesmo tempo, é preciso perspectivar a visão, bem como definir a sua forma de execução, percebendo quando e como o processo vai acontecer, tal como acontece com os custos e os benefícios que teremos”.
Para o director do Instituto de Modernização Administrativa, Meik Afonso, a simplificação e desburocratização têm acontecido, embora de forma desarmonizada, sendo que a pretensão, agora, é trazer para uma base comum. Em relação ao contexto nacional, enfatizou, a criação de uma agenda, significa, acima de tudo, facilitar o Governo, que presta serviços distintos e que hoje estão em estágio de modernização e digitalização diferentes. O processo está num estágio ainda muito virado para aquilo que é o convencional, tendo como base o papel, as etapas mais rígidas e as declarações feitas pelos próprios cidadãos ou estes em nome de empresas, esclareceu.
O director Meik Afonso sublinhou que o grande objectivo é encontrar um caminho conjunto, através de uma base comum, a fim de facilitar, acima de tudo, as decisões políticas e estratégicas, no âmbito da modernização administrativa.
Agenda vai reduzir o tempo e os custos
Questionado se a Conferência serviria, também, como um espaço de auscultação, tendo em conta a Elaboração da Agenda de Transição Digital, Meik Afonso afirmou que sim. "A conferência serve como espaço de auscultação, identificação de problemas, abordagens, estudos de soluções e colecta de contribuições, para que, em sede de processo de elaboração da Agenda, se tenha em conta a opinião de especialistas nacionais e internacionais, de acordo com a realidade angolana", precisou.
Nesse sentido, a Agenda vai alterar a cadeia de valores e a interoperabilidade, que, no entender do director Meik Afonso, fará com que o ponto de partida (a Administração Pública) deixe de ser o serviço que prestamos e passe a ser a necessidade do utente. "A grande promoção da cadeia de valores é a seguinte questão: o que é que o utente necessita? Compreendendo isso, estaremos em condições de criar serviços com os utentes e para os utentes, e não criar serviços e projectos com uma matriz interna”, argumentou. Com a Agenda, reiterou, o Executivo pretende, também, reduzir o tempo e o custo ao cidadão, prestando somente o serviço que se considere necessário, agregue valor e, acima de tudo, assegure que o cidadão encontre um serviço seguro e coeso.
O director do Instituto de
Modernização Administrativa, Meik Afonso, referiu que a Agenda deve ser interpretada
não como mero exercício de cosmética política e tecnocrata, mas sobretudo como
uma verdadeira necessidade, assente em dois aspectos: o primeiro, tem a ver com
a experiência que os outros países, que tomaram a vanguarda nesse caminho,
conseguiram obter em termos de resultado. "Isto significa o arrumar da
confusão, mas no bom sentido, o que deve facilitar a gestão a todos os níveis,
uma vez que estamos a falar de algo que vai trazer suavidade e simplicidade na
operacionalização, e que determina definitivamente um caminho”.
A segunda razão, é que o estágio das reformas em curso, a necessidade de se melhorar a despesa pública, de realização de investimentos públicos com qualificação para produzir resultados, "leva-nos à necessidade de se medir a tempo e hora, se o caminho que estamos a trilhar é o que perspectivamos, e o que precisamos melhorar”, justificou. Estes dois aspectos, associados ao movimento social que vamos tendo, continuou, são de extrema importância. "É o utente 4.0, que entende que precisa de agendamento, e não tem de acordar as 4 da manhã para enfrentar uma fila e um sistema que não sabemos se está mesmo aí ou se foi embora", enfatizou o responsável, tendo argumentado que tudo isto nos leva a dar esse passo, por reconhecermos ser preciso "apressar o nosso passo”.
Inquérito on line
No encontro, adiantou, serão distribuídos inquéritos on line que vão seguir para o pós-conferência, para todos que não tiverem a oportunidade de participar fisicamente da Conferência. Deste modo, reforçou, terão a oportunidade de submeter as contribuições e preocupação diária, para que seja um processo que conte, também, com a participação e controlo social.
Angola pretende aproveitar a
experiência da Estónia
O director do Instituto de Modernização Administrativa, Meik Afonso, disse que o Governo pretende contar, para este desafio, com a experiência da Estónia, pelo facto de ser uma referência mundial na digitalização, quer como país, quer como Administração Pública.
A Estónia, adiantou, está à frente de todos os rankings e será a primeira vez que especialistas da e-Governance Academy deste país, e não só, participam de uma conferência do género em Angola. "Não queremos fazer o que a Estónia fez, mas sim beber da experiência e ter a sua assistência técnica para adaptá-la à nossa realidade”, frisou Meik Afonso.
A Conferência, a decorrer em formato híbrido, vai contar com a participação do engenheiro George Lopes, fundador do NOSI de Cabo Verde, Ana Bela Pedroso, ex-secretária de Estado de Portugal, representantes do grupo digital Nation (Estónia), Polónia e outros especialistas e instituições, com as quais o Instituto tem tentado promover uma grande aproximação com foco na governação electrónica.
A nível nacional, estão confirmadas a participação do ministro do Comércio e Indústria, na qualidade de orador de um dos painéis, do professor Pedro Teta, representantes da Angola Cables, ENAPP e outros sectores privados como a Deloitte. Com isto, referiu, a organização pretende trazer várias visões sobre o processo de modernização e digitalização.
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