Política

Comunidades angolanas comemoram juntas o crescimento inclusivo do país

As comunidades angolanas no exterior do país prosseguem as festividades alusivas ao 4 de Abril, Dia da Paz e da Reconciliação Nacional, reunindo-se no Botswana, Portugal, Cuba e França, sob o signo do “crescimento inclusivo do país”.

08/04/2024  Última atualização 10H55
Na capital cubana, Maria Cândida Pereira Teixeira, no centro, ressaltou as principais conquistas de mais de duas décadas © Fotografia por: DR
Em Gaborone, capital do Botswana, a Embaixada de Angola convidou, além dos compatriotas, o corpo diplomático acreditado no país, funcionários da SADC, para nos actos político, cultural e gastronómico, falar do futuro do país, enquanto em Havana o simbolismo foi direccionado à resiliência do espírito humano e à capacidade de superação do povo angolano.

Já em França, os angolanos mostraram a diversidade cultural na celebração do 4 de Abril e para tal dedicaram uma homenagem à dança Kizomba, ao passo que em Lisboa, Portugal, a Embaixada virou as atenções para abordar o Programa de Desenvolvimento Nacional 2023-2027.

 
Botswana

A Embaixada de Angola no Botswana realizou, sábado, em Gaborone, uma actividade alusiva ao Dia da Paz e da Reconciliação Nacional, que se assinalou a 4 de Abril, sob o lema "juntos pelo crescimento inclusivo do país”.

O evento contou com a presença do corpo diplomático africano acreditado no Botswana, diplomatas, funcionários angolanos na SADC e a comunidade residente, num acto político em que se destacou a jornada cultural e a exposição de arte e gastronomia do país.

Segundo a organização, foi uma "excelente oportunidade” para junto do corpo diplomático e da comunidade residente realçar a importância da assinatura do Acordo de Paz a 4 de Abril de 2002, "permitindo que os irmãos desavindos se perdoassem, por via de uma convivência sã, baseada no respeito mútuo, no espírito de tolerância, amor à pátria, solidariedade, unidade e reconciliação”.

Na ocasião, a embaixadora Beatriz Morais destacou vários projectos de impacto económico e social que o Executivo está a desenvolver, nomeadamente a construção das refinarias de Cabinda, Soyo e Benguela,  o Corredor de Desenvolvimento do Lobito, o novo Aeroporto Internacional de Luanda, as barragens hidroeléctricas, como a de Laúca, os empreendimentos fotovoltaicos nas províncias de Benguela e Lunda-Sul, o Canal de Irrigação do Cafu no Cunene, entre outros, que irão gerar riqueza, emprego e melhoria das condições de vida das populações.

 Beatriz Morais afirmou, de igual modo, que, fruto da experiência na resolução de conflitos, o país é chamado a intervir como medianeiro no diálogo entre as partes desavindas na Região dos Grandes Lagos, na África Central e na SADC.


 Capacidade de superação

Em Cuba, a embaixadora de Angola, Maria Cândida Pereira Teixeira, disse, em Havana, que o 4 de Abril não marca apenas o fim de um dos períodos mais longos e trágicos do conflito no país, mas também o início de uma era de esperança, progresso e unidade para os angolanos.

 "Este dia simboliza a resiliência do espírito humano e a capacidade dos angolanos de superar adversidades em busca de um objectivo comum: a paz”, reforçou Cândida Teixeira, enquanto falava numa plateia de estudantes, funcionários da Missão Diplomática, em Havana, e de ex-militares internacionalistas cubanos que combateram em Angola.

 A embaixadora lembrou que a paz em Angola foi o resultado de muita dor, sacrifício e um desejo inabalável por um futuro melhor para todos, realçando que proporcionou a base necessária para o desenvolvimento sustentável e permitiu reconstruir o país, revitalizar a economia e, o mais importante, restaurar a dignidade e o bem-estar dos angolanos.

 "Temos feito progressos significativos na Educação, Saúde, Infra-estruturas e no sector energético, estabelecendo os pilares para um futuro próspero. Neste processo de transformação, Cuba tem sido um parceiro vital ", disse a diplomata.

 "Médicos, educadores e engenheiros cubanos têm trabalhado lado a lado com os angolanos, partilhando conhecimento e experiências que contribuem significativamente para os nossos esforços de desenvolvimento. Esta parceria é um testemunho do espírito de fraternidade e cooperação que nos une”, sublinhou Cândida Teixeira.

 Durante a cerimónia, foram dissertados dois temas pelos prelectores Fernando Amândio Mateus e João de Oliveira Borges, antigo-comandante de tropas na Batalha do Cuito Cuanavale e director da Academia da Força Aérea Nacional, respectivamente.


Homenagem à Kizomba em França

Angola celebrou o Dia da Paz e da  Reconciliação Nacional em Paris com homenagem à Kizomba. Reuniu, sábado, uma diversidade de representantes diplomáticos, membros da diáspora, artistas e figuras culturais no Salão Nobre para viver os 22 anos de paz e estabilidade no país.

Segundo a embaixadora Guilhermina Prata, os esforços contínuos para preservar e fortalecer este bem essencial são notáveis, enfatizando as palavras do Presidente da República, João Lourenço, sobre as conquistas alcançadas em todas as esferas da sociedade angolana.

A diplomata instou os presentes a reflectirem sobre a importância da paz e a orgulhar-se por fazerem parte de uma nação resiliente e em progresso.

O evento contou com a exibição de um vídeo produzido pela Televisão Pública de Angola, destacando as grandes realizações e avanços alcançados, além de um filme do cineasta angolano Baptista João, intitulado "Kizomba Sem Fronteiras”, que celebra a dança e a música Kizomba, uma expressão cultural de origem nacional e enraizada na identidade angolana com espaço noutras geografias.

 As celebrações culminaram com um momento de confraternização e networking, reforçando os laços de amizade e cooperação entre os participantes.


Juventude no centro das atenções em Portugal

A embaixadora de Angola em Portugal, Maria de Jesus Ferreira, disse, ontem, em Lisboa, que o Programa de Desenvolvimento Nacional 2023-2027 coloca a juventude no centro da formulação das políticas públicas, orientadas para dois pilares prioritários de desenvolvimento.

Maria de Jesus Ferreira falava durante o acto de celebração, num hotel de Lisboa e perante uma plateia maioritariamente composta por jovens estudantes, do 4 de Abril, Dia da Paz e da Reconciliação Nacional, realizado sob o lema "Juntos pelo crescimento inclusivo do país".

 De acordo com a diplomata, "os dois pilares prioritários são o desenvolvimento do capital humano, pela elevação do nível de qualificações dos angolanos, visando proporcionar-lhes oportunidades para o aumento do nível de vida”.   Segundo a diplomata, "há, por outro lado, a necessidade de elevar os níveis de segurança alimentar, permitindo o acesso a uma alimentação equilibrada, aumentar a produção nacional e o emprego”.

Para Maria de Jesus Ferreira, "o Plano de Desenvolvimento Nacional procura concretizar projectos que impactem directamente os pilares de desenvolvimento e que tenham efeitos transversais às diversas dimensões da vida social e económica”.

Segundo a embaixadora de Angola em Portugal, "numa conjuntura económico-financeira adversa, interna e internacionalmente, o Governo angolano tem desenvolvido e continuará a desenvolver esforços normativos, operacionais e financeiros para prover os recursos necessários a afectar a este Plano”.

"O PDN é um documento extenso e denso, abrange todos os aspectos da vida social e económica”, sublinhou a embaixadora de Angola em Portugal, que convidou os estudantes de ciências económicas, sociais, jurídicas, relações internacionais e todos os interessados a estudarem o documento, fazerem trabalhos de investigação e contribuírem, designadamente quanto ao grau de execução, qualidade e impactos dos projectos constantes do Plano.

No acto, foram apresentadas dissertações sobre "Soluções Africanas para ganhar a Paz, África do Sul”, pelo brigadeiro Manuel Correia de Barros, do Centro de Estudos Estratégicos de Angola, e "Benefícios da Paz para a Juventude”, pelo estudante Ayrton Pahula.

Além  da comunidade residente em Portugal, na maioria estudantes, entre alguns da CPLP, a cerimónia foi presenciada pelo embaixador de Angola acreditado nesta organização,  Oliveira Encoge, as cônsules-gerais de Angola em Lisboa (Vicência de Brito) e Porto (Dulce Gomes).

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