A circulação de pessoas e bens entre a sede municipal de Quilengues e as comunas de Impulo e Dinde é feita com difículdade devido ao mau estado das vias de acesso, apurou o Jornal de Angola durante a visita efectuada pelo governador provincial da Huíla, Nuno Mahapi Dala.
Os dois traços rodoviários de terra batida estão em estado avançado de degradação por falta de asfalto e pontes o que condiciona a circulação e o desenvolvimento das duas regiões, situadas a cerca de 66 e 64 quilómetros da sede de Quilengues, respectivamente.
A deslocação para as duas comunas constitui um calvário devido aos buracos, rios e riachos todos como principais obstáculos a vencer para atingir às localidades. Apenas viaturas todo-o-terreno e motorizadas conseguem transitar naquelas trilhas. A degradação coloca as populações em situação de carência de quase tudo.
Para ter uma ideia da real situação das picadas, as duas distâncias, que em condições normais (asfalto) poderiam ser feitas em menos de 30 minutos, são percorridas em cerca de três horas, tornando a viagem cansativa para quem arrisca lá chegar.
O governador provincial da Huíla visitou as sedes comunais e algumas povoações onde constatou o estado do traçado e o cenário desolador em que vivem as populações. Nuno Mahapi manteve encontros com os líderes religiosos, autoridades tradicionais, partidários e outros representantes do povo no Conselho de Auscultação e Concertação Social.
Os habitantes das duas localidades aproveitaram a presença do dirigente máximo da província da Huíla para apresentar também outras preocupações como a falta de serviços sociais básicos, sobretudo de água potável, energia, eléctrica salas de aula definitivas, assistência médica e medicamentosa de qualidade, postos policiais e outros.
O soba da povoação de Kamucua, Manuel Jamba, pediu a reabilitação da estrada e a construção de mais pontes nos principais rios e riachos para facilitar a travessia das viaturas e promover a circulação de mercadorias para abastecer as populações da localidade pertencente à comuna de Impulo.
Manuel Jamba pediu também a reabilitação do sistema de água da povoação avariada "há muito tempo”. Informou também que a povoação de Kamucua, que fica ao longo do trajecto, precisa de escolas de sete salas e de um posto de saúde de construção definitiva. "Queremos a reabilitação do furo de água. Actualmente, as crianças estudam nas salas improvisadas e debaixo de árvores. A nossa localidade tem só um enfermeiro e o atendimento é feito numa casa de um privado adaptada como posto de saúde.
O administrador da povoação de Kamucua, Vladimir Fernandes, que pediu a instalação de placas solares para energia eléctrica, pontes e estradas, informou que a localidade tem um enfermeiro para mais de quatro mil habitantes. A malária continua a ser a principal enfermidade.
O administrador municipal de Quilengues, Adriano Pedro, reconheceu que as más condições das vias de acesso são empecilhos para o desenvolvimento, por isso, defendeu a intervenção urgente para a construção de quatro escolas de setes salas, estradas, pontes e pontecos.
Adriano Pedro augura aprovação do orçamento proposto para solucionar as principais preocupações da população. "Além da asfaltagem da vias e construção de viadutos, estas localidades precisam de escolas, postos de saúde. Há falta de medicamentos e alfaias agrícolas para trabalhar as terras. Apresentamos um orçamento ajustado a todas estas necessidades. Esperamos que seja aprovado para resolvermos os problemas das populações”, disse.
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