Economia

Comité de Política Monetária vai analisar indicadores da economia

A centésima nona reunião do Comité de Política Monetária, do Banco Nacional de Angola (BNA) vai analisar, na próxima sexta-feira, 20, em local a confirmar, os últimos desenvolvimentos dos principais indicadores da economia nacional.

16/01/2023  Última atualização 09H16
© Fotografia por: DR

Na última reunião realizada, o CPM decidiu manter inalteradas: a Taxa Básica de Juros (BNA) em 19,5 por cento, a taxa de juros da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez em 21, e a taxa de Juro da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez em 15 por cento.

Na reunião de 25 de Novembro de 2022, a instituição decidiu manter o curso da política monetária, "embora a trajectória de desinflação da economia, fundamenta-se pelo comportamento observado no mercado cambial no mês de Outubro em que se assistiu a depreciação da moeda nacional em relação ao dólar norte-americano em 10,6%, resultante da redução da receita de exportação petrolífera em 16,5% no terceiro trimestre, que aconselha o alargamento do período de observação dos impactos das decisões tomadas na sessão de Setembro do Comité de Política Monetária".

Até Novembro, no plano nacional, os fundamentos macroeconómicos continuam animadores, sendo que o CPM destacava que o sector externo da economia tem vindo a beneficiar da melhoria dos termos de troca, com a conta de bens a registar um saldo superavitário de 27,59 mil milhões de dólares norte-americanos em termos acumulados até Outubro de 2022, um aumento de 59,31 por cento comparativamente a igual período de 2021.

"Este desempenho reflecte o aumento do valor das exportações em 54,80% que excedeu o crescimento de 46,7% observado nas importações. Contudo, no terceiro trimestre de 2022, o saldo superavitário da conta de bens registou uma redução de cerca 18% face ao trimestre anterior, resultante da queda do valor das exportações globais em 12%, em particular do sector petrolífero em 16,5% conforme anteriormente referido", indicava o comunicado.

No final do mês de Outubro, as Reservas Internacionais situaram-se em 13,41 mil milhões de dólares norte-americanos, com capacidade para uma cobertura de cerca de 7 meses de importações de bens e serviços.

No sector real, segundo o CPM, as contas nacionais referentes ao segundo trimestre de 2022, divulgadas pelo INE, indicam um crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) em 3,6% em termos homólogos, acima do registado no primeiro trimestre (2,8%).

No mercado de trabalho, de acordo com as estatísticas de emprego, registou-se a diminuição da taxa de desemprego pelo quarto trimestre consecutivo, tendo atingido 30% em Setembro de 2022.

No que se refere à actividade financeira, comparativamente a Dezembro de 2021, destaca-se o crescimento de 10,30% do stock de crédito concedido em moeda nacional, apesar da preocupação com o crédito malparado que em Outubro fixou-se em 19,74%.

No domínio monetário, a trajectória da Base Monetária em moeda nacional continua consistente com o objectivo de política monetária, tendo registado uma variação de 0,83% no mês de Outubro. Em termos acumulados, observou-se uma contracção de 4,72%.  A inflação continua numa trajectória descendente, ao atingir 16,7% no mês de Outubro, abaixo da taxa de 18,2% do mês anterior e de 26,9% do período homólogo. Este recuo da inflação foi influenciado pelo curso de política monetária e pela estabilidade da oferta de bens essenciais de amplo consumo. 

Quanto à inflação, o CPM comprometeu-se a continuar a orientar "as suas políticas com sentido de manutenção do actual curso de desaceleração da inflação, em linha com o objectivo de alcance da variação anual do Índice de Preços no Consumidor Nacional de um dígito".

 

Crédito bruto

Os indicadores económicos apresentados recentemente pelo BNA indicavam, em Novembro de 2022, que o crédito bruto não financeiro se cifrou em 5,12 bilhões de kwanzas, tendo registado um aumento de cerca de 394,47 mil milhões de kwanzas, cerca de 8,35 por cento, face ao período homólogo, sendo que 91,60 por cento representava o endividamento do sector produtivo (empresas privadas e particulares) e 8,40 por cento o endividamento do sector público (administrações públicas e empresas públicas).

Entre algumas atribuições adstritas ao CPM, compete-lhe estabelecer directrizes de política monetária, analisar e decidir sobre matérias com ela relacionadas, decidir sobre as taxas de juro directoras, onde se inclui a Taxa BNA e os coeficientes de reservas obrigatórias, visando permitir ao Conselho de Administração do Banco o cumprimento das suas atribuições.

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