A Comissão Eleitoral da Etiópia anunciou, ontem, o adiamento das eleições parlamentares que estavam marcadas para 5 de Junho devido às crescentes dificuldades logísticas, sem definir uma nova data. "A votação não ocorrerá em 5 de Junho”, disse a presidente da Comissão Eleitoral, Birtukan Mideksa, citado pela Efe, dizendo que não poderia fornecer uma nova data até que fossem analisadas as propostas dos partidos políticos.
Aquela responsável, disse que a sua comissão estava atrasada na finalização do registo eleitoral, treino do pessoal eleitoral, impressão e distribuição de boletins de voto. "Foi quase impossível conseguir tudo isso nas datas inicialmente definidas”, disse ela.  Birutkan sublinhou que a nova data levará em consideração a estação das chuvas - que vai de Junho a Setembro. Addis Abeba disse na semana passada que apenas 37 milhões de pessoas se inscreveram para o pleito, numa população de 110 milhões.
O conflito em Tigray e a violência mortal em curso nas regiões de Benishangul-Gumuz, Oromia e Afar minaram o sucesso da preparação das eleições. As tensões sobre o Nilo também abalaram a Etiópia, que está envolvida numa disputa com o Egipto e o Sudão por causa de uma barragem que está a ser desenvolvida no rio. Esta é a terceira vez que uma eleição para eleger novos parlamentares nacionais e regionais é adiada pelo Primeiro-Ministro Abiy Ahmed.
Na semana passada, o Parlamento etíope avalisou uma decisão do Conselho de Ministros, de classificar como organização terrorista, a Frente de Libertação do Povo de Tigray (FLPT), que há vários anos dominou a vida política etíope e dirigiu, até recentemente, a região de Tigray. Segundo a Efe, a resolução, adoptada unanimemente pelos deputados do partido no poder na Etiópia, inclui também o Exercito de Libertação Oromo (ELO), um grupo armado activo , nomeadamente  nas regiões Oromia e Amhara.