Cultura

Clima de dor e consternação no último adeus a Avelino Viegas

Mário Cohen

Jornalista

Um clima de dor e consternação marcou, esta segunda-feira, o último adeus ao actor Avelino Viegas do grupo Etu Lene, mais conhecido nas lides das artes cénicas por “Kamba Mbiji”, cujo corpo repousa, no cemitério de Santa Ana, em Luanda.

21/03/2023  Última atualização 10H52
© Fotografia por: DR

Antes do sepultamento, o corpo de Avelino Viegas foi velado, na noite de domingo, na Liga Africana. Ontem de manhã houve uma missa de corpo presente, na Capela de São Luís, no Rangel, junto a Dona Amália, seguido de um momento de homenagem dos familiares, amigos, colegas, empresa ENDE, Governo Provincial de Luanda e Ministério da Juventude e Desportos.

Com um semblante carregado de muito tristeza, Avelina Veigas, filha do malogrado, no momento do último adeus ao pai, disse que "Kamba Mbiji” foi um pai, amigo, conselheiro e, sobretudo, um filantrópico que desde muito cedo soube assegurar com zelo e determinação as preocupações da família e amigos.

A filha revelou que tê-lo por perto rasgava os rostos dos filhos de contínuas gargalhadas, visto tratava-se de um homem caracterizado por ter tido um censo de humor tão elevado, qualidades essas que lhe eram únicas.

"Se o tempo fosse recuável certamente traríamos neste dia todos os momentos importante das nossas vidas em que tivemos o prazer de partilhar consigo. Do mesmo modo, temos de nos contentar com o facto da sua partida para a eternidade, assim como causa a nós um abate profundo porque de agora adiante, vamos dizer adeus, já mais o veremos, ouviremos e nem apalparemos como acostumávamos a fazer ”.

Antes da urna de Avelino Viegas descer à sepultura, o grupo de teatro Etu Lene exibiu extractos da peça"O Feiticeiro e o Inteligente”, que notabilizou  o personagem de "Kamba Mbiji”, como grande figura das artes cénicas no país.

Para Beto Cassua, fundador do grupo Etu Lene e grande amigo do malogrado, falar de Avelino Veigas é "falar de homem que transcende as nossas consciência”, um indivíduo que respeitava dois seres, o carnal e o espiritual.

Apesar de fazer com que o malogrado se tornasse numa grande figura do teatro, quando o escolheu para fazer a personagem "Kamba Mbiji”, disse, "respeito o berço em que veio o Avelino, com uma educação, para além de urbana, era esmeralda”.

A morte do actor, afirma, não é só um perda irreparável para família, amigos e colegas das artes e de serviço, em particular os da ENDE, onde já exerceu o cargo de chefe de serviços de redes subterrânea, da direcção geral-adjunta para a área de planeamento e engenharia mas também deixa um vazio à cultura nacional.

 

Condolências 

O ministério da Cultura e Turismo, em nota de condolências, realça que foi com muita tristeza, que a direcção daquele órgão ministerial, liderado por Filipe Zau, tomou conhecimento do passamento físico do actor Avelino Viegas, vítima de doença, na passada quarta-feira, no Hospital Militar, em Luanda.

A nota, descreve ainda que o actor se afirmou no teatro, em 1993, ao interpretar o papel de Velho Saraiva "Kamba Mbiji”, na peça "Feiticeiro e o Inteligente”, consagrou-se, em 1995, no primeiro Festival de Teatro em Cabinda e, mais tarde, como actor de TV.

"Nesta hora de dor e luto para os ‘operários’ de cultura, em particular os do teatro nacional, o Ministério da Cultura e Turismo, em nome de todos os seus colaboradores, endereça à família enlutada os sentimentos de pesar”.

Numa outra nota de condolências, o Governo da Províncial de Luanda refere que Avelino Viegas foi dos mais conceituado actores e protagonista velho Saraiva, ou seja, "Kamba Mbiji”, e um dos mais mediáticos actores de teatro no país, que venceu o prémio de melhor actor no I Festival Nacional do Teatro, realizado, em 1995, em Cabinda, pelo Ministério da Cultura, em reconhecimento do seu contributo para o desenvolvimento e preservação da cultura nacional, em particular as artes cénicas.

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